Dia 24/08/2001
A última excursão com o resto do pessoal estrangeiro da faculdade... Dessa vez eu estava super cansado por causa festa de despedida dos estrangeiros no dia anterior... Assim, as cochiladas no ônibus foram inevitáveis...
Primeira parada: Saintes. Uma cidade que tem várias construções deixadas pelos romanos... A primeira que visitamos foi um anfiteatro romano, até em ótimo estado. Tiramos algumas fotos dele, mas o que me deixou mais impressionado foi que estavam arrumando lá embaixo para que o anfiteatro virasse sede de um campeonato de pétanque... franceses são engraçados às vezes. Mais uma soneca, mais uma parada. Dessa vez foi uma igreja da cidade, que tem uma particularidade: uma parte gótica foi construída em cima de uma cripta romana. Assim, a parte de cima é uma igreja como qualquer outra (claro que tinha seus detalhes de sempre), enquanto que a cripta embaixo era bem romana, e ainda por cima bem cuidada... Eu só a vi por pouco tempo porque acabei me perdendo e virei pro lado errado, não encontrando a porta de entrada da cripta... Também não achava que havia algo de muito interessante lá embaixo, e saí para comprar cartões postais da cidade... Quando cheguei ao ônibus, descobri que havia uma velhinha lá embaixo que mostrou a acústica para as pessoas que estavam lá, cantando muito bem (segundo disseram grrrrr)... Bem, fica pra próxima. Paramos logo depois para ver o museu arqueológico da cidade, e ver as ruínas da época que foram encontradas e que foram montadas lá nesse museu. O mais legal é que eles montaram ao seu bel-prazer, porque todas as ruínas encontradas estavam amontoadas em torno da cidade. Isso se deve ao fato de que, quando as invasões dos bárbaros estavam acontecendo, as pessoas se desesperavam e destruíam todas as construções para criar muros. Claro que isso não adiantava pra nada, mas aí não ficava nenhum monumento pra contar história mesmo... Pelo menos algumas coisas eles deixaram meio inteiras, e deu para formar umas colunas, paredes etc. O resto da hora do almoço foi reservada para o próprio e para conhecer a cidade. A catedral da cidade é muito bonita também, e foi só o que vimos (além de eu ter visto o jardim municipal também à procura de um banheiro). Entramos em uma banca para olhar revistas, e quando eu fui mostrar uma reportagem para um amigo, eu consegui derrubar metade da Evian geladinha que eu havia comprado... mais burro que isso... Descobrimos também que existe uma música aqui na França que poderia muito bem ser utilizada no Brasil: ‘je suis cocu mais content’, algo como “sou corno mas contente”... pelo jeito acontece muito por aqui também; e ainda por cima que os romenos conhecem (e gostam!) de Sepultura, mas eles não sabem muito dos últimos acontecimentos com a banda... Eu, como grande fã da banda (pffff) falei tudo que eu sabia heh.
Próxima parada: Cognac. Isso mesmo. Há vários chateaux que fazem o cognac lá (até porque algo feito fora dessa região não pode ser chamado de cognac... só de conhaque mesmo heh) e fomos a um que é o principal a meu ver: o Chateau du Cognac. Lá a gente viu um pouco da história do castelo (sempre com François Ier e sua salamandra) e também sobre como é feito o cognac. O legal é saber que tem cognac lá que data da época de Napoleão... Tem cognac com 50-55 anos de envelhecimento (o máximo, e o mais caro claro). A gente teve uma degustação no final, com o copinho especial e tudo, e pudemos comprar souvenirs... claro que eu tive que comprar algo, mas foi apenas uma garrafinha de 30ml com o cognac envelhecido 35 anos.. tá bom, não tá? É uma miniaturazinha que deve envelhecer mais um tempo na minha mão antes de eu bebê-la.
E, mais uma vez, paramos em um castelo. Dessa vez foi em St Porchaire, em um castelo que se chama Chateau de La Roche Courbon, porque ele foi construído em cima de uma rocha, em um local onde tudo em volta é pântano porque era a bacia de um rio pré-histórico... Ainda descobrimos que ele foi reconstruído várias vezes. Primeiro por causa da guerra dos 100 anos. Depois para mudar para o estilo da Renascença, porque ele era muito fortificado. O castelo é bem mais pobre que os que tínhamos visitado no vale do Loire, mas muito legal também. Destaque para um dispositivo na cozinha para ficar girando automaticamente o que está sendo assado, através de um sistema de pesos... a primeira televisão de cachorro automática da antiguidade que eu vi... O castelo está bem cuidado porque ainda está sendo habitado. O legal dele são os jardins, que estão em cima de pilares (claro que a gente não vê os pilares) porque como eles estão construídos em cima de um pântano, eles estão afundando todo ano, e todo ano eles precisam ser totalmente refeitos. Há um pequeno lago no jardim com patos e dois cisnes, que a gente ficou brincando logo depois da visita, jogando pão para eles... Muito legal de ver patos brigando por causa de um pedacinho de pão hehe.
A volta foi até triste, porque a maioria das pessoas eu nem iria ver mais, porque eu iria viajar em poucas horas. O carro para a viagem para o noroeste da França estava já nos esperando no Tecnoforum, e só precisávamos jantar para podermos partir. Despedi-me de quem eu pude, e fui. O carro dessa vez era um Pollo (o Gol daqui) a diesel (depois descobrimos que era superhipermegaeconômico). A gente comeu o primeiro dos macarrões da galera, e saiu por volta de 10 e meia. Viajamos um bom tanto até Rennes (3 horas e pouco de carro), que é a capital da Bretanha. A gente chegou lá em um horário um tanto estranho para um albergue normal, mas como tínhamos usado o cartão de crédito de nosso amigo para reservar o nosso quarto a gente poderia chegar a qualquer momento mesmo... O quarto até que era bom (a gente só ficou em dois albergues que têm 4 arvorezinhas, o máximo de classificação dos albergues) mas não olhei muito para ele, principalmente porque estava caindo de sono... os dias seguintes seriam grandes...