Dia 17/08/2001 - Continuacao
A próxima parada foi em Saumur. Esse castelo é considerado o castelo de contos de fadas, porque as torres são meio redondinhas (se vir as fotos, vão perceber o que estou falando). No caso, a gente também não entrou, porque a gente não sabia muito bem o que havia lá dentro. Vendo no guia depois, havia uma exposição sobre cavalos e coisas do estilo, e achamos que não havíamos perdido grande coisa. A gente só parou para tirar uma foto do lado de fora, tendo o Loire e a ponte da cidade ao fundo... A vista era maravilhosa... Atravessamos a ponte para poder tirar uma foto do outro lado do rio, porque o guia da Folha tinha dito que seria uma boa vista... Realmente era, mas como muitos outros castelos que visitamos, esse estava passando por uma reforma em um dos lados, e tivemos que andar até longe para encontrar um lugar onde não aparecessem os andaimes (muito, pelo menos).
O Ivan estava falando sempre da Abadia de Fontevraud, que era tipo um mosteiro, mas para freiras (só fui descobrir isso depois). Fomos até lá (eu só acordei lá, não sei qual o caminho que a gente fez) e entramos. Apenas o Marcelo não quis entrar, porque estava com muita dor de cabeça. Lá dentro estão os túmulos (ao menos eu acho) do Ricardo Coração de Leão e do Henri II, juntamente com suas esposas (que eu acho menos importantes, porque eu nunca tinha lido muita coisa a respeito deles). O lugar é enorme, e tinha até um caminho subterrâneo, fechado para a gente passar obviamente, mas que dava para descer e olhar. Os detalhes das estatuas nas portas eram impressionantes, e o lugar mais bonito (que até está em vários cartões postais) era a cozinha. Eu tirei até uma foto de baixo para cima, da maior chaminé. A gente não sabia que era cozinha, tiramos fotos de fora achando que era uma coisa super importante, mas no final descobrimos que aquelas coisas super trabalhadas eram somente chaminés, mas pelo menos tinha algo de importante: era a primeira cozinha na França com aquela quantidade de detalhes. Grandes coisas.
Voltamos ao caminho original, que era passar por Chinon. Quando descemos lá, encontramos uma catapulta e outras armas de guerra expostas no lado de fora do castelo. A entrada era até meio carinha, mas a gente resolveu entrar só porque estava lá mesmo... A gente só tinha mais uma visita prevista para o dia mesmo, então estávamos com um pouco de tempo de sobra. Quando entramos que percebemos que a maioria das coisas lá estava em ruínas. Eu fiquei muito decepcionado em saber que logo a sala onde a Joana d’Arc reconheceu o Delfim da França na época (que virou Carlos VII depois) estava toda destruída, mas a gente poderia ver. Não tivemos tempo de ficar ouvindo a visita guiada, e então resolvemos continuar a visita sozinhos. Sempre tem um cartazinho explicando as coisas pelo menos. Vimos primeiro as coisas do castelo, e depois entramos no museu Joana d’Arc. Lá não havia muita coisa não, apenas um vídeo com uma maquete do castelo como era antigamente (era mais uma fortaleza medieval aquilo), várias pinturas e tapeçarias mostrando cenas do passado (geralmente da Joana d’Arc fazendo alguma coisa), e uma cena com bonecos representando a cena do famoso encontro. O resto do castelo eram apenas ruínas com cartazes explicando o que era aquilo, e coisas do estilo. Saímos da cidade sem mesmo comprar um vinho Chinon... Mas sem problemas, porque a gente pode comprar esses vinhos em qualquer lugar da região... Eles eram meio caros também.
Chegamos ao destino final do dia (não final porque ainda tínhamos que chegar no albergue em Tours, claro). Encontramos um dos outros dois carros lá, mas o pessoal já estava saindo... Pelo menos tiramos uma foto com eles, para pelo menos mostrar que tinha mais de 4 pessoas viajando... Eles partiram para um outro castelinho que ficava ali perto (a gente nem chegou a ir... se não me engano era Saché). Ficamos dando voltas no castelo, porque ele era muito interessante de fora, principalmente porque ele ficava com um contraste legal em relação ao rio Indre. Quando finalmente resolvemos entrar, a entrada do castelo já estava fechada. Foi aí que a gente começou a ficar puto com esse país, onde tudo dá muito certinho. O castelo vai fechar 7 e meia, eles fecham as portas 6 e meia, e apenas as pessoas que estão lá podem ficar. Assim eles conseguem fechar as portas exatamente no horário, e não existe aquele jeitinho de “ahh, deixa!”. É assim e acabou. Mas, como todo o brasileiro consegue dar um jeitinho, a gente acabou entrando pela saída mesmo, e fazendo o tour pelo lado contrário. Como ninguém perguntava nada, a gente foi indo, conhecendo todas as salas, até chegar em uma pequena escada que não dava para a gente subir porque só passava uma pessoa por vez e as outras pessoas estavam descendo. Assim, a gente esperou um pouco, e fomos para fora de novo. O Ivan não ficou satisfeito com essa pequena visita, e foi reclamar. Eu me atrasei para voltar, mas fui também. A gente conseguiu ver todo o segundo andar, e dois de nós conseguiram ver algo do terceiro (não faltou muita coisa não). A gente terminou a visita do castelo com as mulheres nos varrendo pra fora praticamente (mesmo eu dando a desculpa que a gente tinha ido ali para procurar os outros dois que tinham sumido, e o Ivan dando a desculpa que a gente não tinha visto tudo ainda). De qualquer forma, tirei fotos de várias coisas, e achei que valeu a pena o dia.
Finalmente fomos para Tours, para tentar encontrar o albergue. A gente sofreu um pouco, porque o albergue fica dentro de um parque no sul da cidade, e não dava para dar volta no parque... Mas finalmente encontramos. Havíamos reservado três quartos para quatro pessoas cada, e estavam lá os quartos livres para nós. Ao menos achávamos. Quando entramos no quarto, havia uma quinta cama, um monte de roupa, e duas garrafas de cerveja no chão. Quando reclamamos, o cara do albergue falou que era assim mesmo, que era para ficarmos ali, mas não agüentamos. Mudamos de quarto porque o terceiro grupo ainda não havia chegado, e pegamos um quarto só para a gente. O quarto tinha ainda por cima chuveiro privativo, e isso foi visto como um golpe de sorte (não sei o que é tomar um banho em um banheiro só meu há um mês). Depois descobrimos que o quinto elemento já tinha ido embora, e tinha só deixado as coisas dentro do quarto (sei lá se esqueceu, ou se iria voltar alguma hora para pegar). O quarto era muito bom, com duas beliches, mas nenhuma tomada... Ainda bem que eu não tinha levado coisas eletrônicas, só o celular para carregar. Finalizamos o dia comendo um macarrão que o outro grupo havia trazido (ou seja, jantar de graça hoje), e comi muuuuito macarrão. O que eu achei legal nesse albergue foi que havia várias coisas, como panelas, copos, pratos, tudo comunitário. Então, quando viajar para lá, não era necessário levar essas coisas (como havíamos feito) para fazer comida (que sai mais barato e comemos bem mais). Infelizmente isso não é uma regra para todos os albergues. Como estava morto por causa de um dia de viagem e de andanças, nem saímos à noite para poder aproveitar melhor os passeios durante o dia.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home