quarta-feira, agosto 22, 2001

Dia 18/08/2001 - Continuacao

Finalmente, Chenonceau... Eu estava esperando muito por esse castelo, porque ele em fotos é muito lindo. Depois de Villandry eu achava que eu não iria gostar mais dele, mas me enganei. Ele é muito bonito mesmo, com dois jardins (um é da Catarina de Médicis e outro é da Diana de Poitiers. A primeira era esposa de Henri II e a segunda era amante. Não sei bem o porquê, mas o jardim da amante era mais bonito), o castelo que fica em cima do rio Cher e uma torre (que agora serve de gift shop). As fotos do lado de fora do castelo ficaram lindíssimas (ao menos ao meu ver). Não sei porque, mas um castelo refletido na água fica muito legal... E ainda por cima esse é praticamente uma ponte (praticamente não, é de verdade) e então as águas passam por ele, bem calmamente, fazendo um reflexo quase perfeito... A parte que é a ponte propriamente dita teve uma história recente mais atribulada: durante a primeira guerra serviu de hospital para os feridos, e durante a segunda era uma divisa entre o território livre e o ocupado pelos alemães. A princípio, a ponte era aberta, e foi fechada pela Catarina de Médicis para ficar mais bonitinho. O único problema com esse castelo foi que não existia visita guiada, apenas um papelzinho dizendo o que cada sala era, e assim a gente teve que andar passando por todos os lugares lendo o papel... Era meio sacal, mas melhor que ficar olhando sem informação nenhuma. Havia também nessa ponte uma exposição de quadros (que eu não sei de quem era), mas eram quadros horríveis, e eu nem olhei. A gente atravessou para o outro lado para tirar a tradicional foto dele refletido na água... O resto do castelo não era tão interessante assim... O mais legal era a cozinha (que eu não consegui tirar foto... todas saiam uma porcaria sem flash), porque era dividida em duas partes: uma que era da época, e que não tinha nada moderno (só uma bomba de água), e a outra era mais moderna porque era a cozinha utilizada pelo pessoal durante a época que existia o hospital na primeira guerra. Depois da visita a gente visitou a cave de Chenanceau e comprou um vinho tinto de lá (a degustação de vinho era 10 francos por pessoa, e uma garrafa era 33...).

Tentamos encontrar um negócio chamado Pagode de Chanteloup, mas não conseguimos chegar a tempo. Inicialmente, a gente estava indo pela estrada certa, e vimos uma placa que para chegar ao pagode teríamos que entrar na primeira à esquerda. Só que a primeira a esquerda, segundo o Ivan, era uma estrada de terra... A gente entrou na porcaria da estrada de terra (tinha chovido um pouco, e estava tudo molhado) e fomos se embrenhando na mata... Só que quando começou a ficar meio cheio de barro os outros reclamaram, dizendo que ali não tinha nada (e realmente não tinha), e voltamos.... Andando mais alguns quilômetros, vimos a verdadeira entrada para o pagode: uma estradinha asfaltada, toda bonitinha e, claro, paga... Só que eles estavam fechando, e não adiantou pedir para tirar a última foto...

Saímos correndo para Amboise, para ver se pelo menos conseguíamos vê-lo aberto, mas chegamos lá tarde demais. Ele já estava muito bem fechado. Ao menos a gente conseguiu tirar umas boas fotos dele... Haveria de noite um espetáculo de luzes lá dentro, mas só a partir das 10 da noite, o que nos faria esperar durante mais de três horas... Preferimos apenas ir andando até o Clos-Lucé, que foi a última residência de Leonardo da Vinci (eu só fui saber isso quando cheguei lá). Leonardo era grande amigo da pessoa que ficava em Amboise na época (não sei se era conde, ou algo do estilo, mas todo mundo vai entender), e então ele foi chamado para morar lá... Foram encontradas lá várias invenções de Leonardo, apenas no papel, e que foram construídas depois para deixar lá nessa casa. Tudo na França fecha depois das 7, e então quando chegamos lá estavam quase fechando... A gente pelo menos conseguiu tirar uma foto da casa. Acho que valeu pelo menos a andada que a gente deu de mais de meia hora (a gente poderia ter ido de carro! Burros!)... A gente já estava muito atrasado para voltar para Tours, onde a gente deveria encontrar o pessoal do outro carro, mas antes disso deveríamos comprar o macarrão para eles (e para a gente), já que a gente tinha comido o deles no dia anterior... Mas como sempre a gente ficava atrasando para ficar entrando nas lojas de vinhos, nas lojas de comida... A gente conseguiu em Vauvray, que é uma cidade da região muito importante na fabricação de vinho branco (e tinto também), fazer uma degustação gratuita de vários vinhos deles lá, e acabamos comprando uma garrafa de demi-sec de Vauvray (muito bom, por sinal), e um tinto de Chinon (bem mais barato que na própria cave... não entendi). O dono da cave era super simpático, e até sabia falar “bom dia” e “boa noite”, porque ele teve trabalhadores portugueses na plantação dele... Ainda por cima a gente bebendo vinho ficou falando de futebol em francês... E logo com um francês, que tem que trazer à tona a final da copa de 98... bem... ficamos mais no vinho mesmo.

Chegamos tarde pra caramba em Tours, ainda para encontrar um lugar para comprar comida... Era quase 10 horas, e tudo já estava fechado... Mas sempre nos atrasamos, porque a gente resolveu fazer um passeio pelo centro de Tours para ver se a gente encontrava alguma lojinha aberta... Encontramos a catedral da cidade (que é muito bonita à noite, mas não consigo tirar fotos com minha câmera) e o hotel de ville, mas não pudemos parar muito... Fomos achar uma epicerie (que é tipo uma quitandinha) aberta, que era de um indiano que falava francês pior que a gente (o que é difícil), e que tinha apenas 1 marca de macarrão e 1 marca de molho... Mas fazer o que, super necessário! Quando chegamos no albergue, não encontramos nenhum dos dois grupos: o que ia comer o macarrão com a gente ainda não tinha chegado, e o outro tinha saído do albergue, sem nem nos avisar onde eles tinham ido... Mas tudo bem, a gente estava com fome e colocamos o macarrão no fogo... O outro grupo chegou logo depois, porque tinha se perdido no centro de Tours e não sabia voltar para casa... Comemos maravilhosamente bem (se é que comer macarrão é comer maravilhosamente bem), e dormimos como criancinhas, sempre se perguntando onde o outro grupo tinha ido. Trocamos informações com o outro grupo sobre os castelos que iríamos ver no dia seguinte, e preparamos o itinerário...