Dia 03/08/2001 – 12:30 PM
Quinta feira (ontem) foi o dia do torneio das nações. Foi uma invenção do pessoal da faculdade para misturar um pouco as turmas e ao mesmo tempo se divertir. A princípio havia três modalidades: futebol, vôlei de praia e pétanque. O futebol no final não vingou, porque só tinha um time de brasileiros. Como eu em vôlei de praia não sou muito bom, tinha escolhido a pétanque. É muito parecido com o jogo de bocha que existe no Brasil, mas a galera aqui joga quase em qualquer lugar (já vi dois caras jogando na areia da praia, mas não fica muito legal porque a bola não rola...). Eu e mais uns acabamos escolhendo esse jogo, mas na hora do vamos ver não conseguimos jogar, porque não achamos o local apropriado para o jogo. Eu havia escolhido esse também porque eu quase não agüentava correr, e às vezes no campo de vôlei é necessário se esforçar um pouco (principalmente na frente de todo mundo!).
Acabamos por decidir ir para a praia. Foi até bom, porque acho que todo mundo que não queria jogar estava lá também, e foi bom para conhecer pessoas novas (e treinar francês). Alguns dos brasileiros foram diretos pras espanholas e venezuelanas, mas eu sempre fico mantendo distância, porque senão eu vou sair da França sabendo espanhol (que eu nem gosto de ouvir...) e não o francês. Há uma belga (Evelin, muito maneira), uns alemães,uns espanhóis que já sabem um pouco mais de francês e duas inglesas (as duas são Sarah... deve ser o nome Maria lá na Inglaterra) que eu conversei. Só assim a gente aprende um pouco mais...
Eu acabei me empolgando para jogar, já que muita gente que não tinha nem cara de jogar estava lá participando sem problemas... Achei que não seria tão vergonhoso ficar caindo na areia na frente de todo mundo, além do que todos estão ali para se divertir mesmo (e se tiver que ser eu a diversão...). A Elodie, que estava organizando as partidas, fez um time comigo, um espanhol e um outro brasileiro (Fabio). A gente jogou contra uns americanos (a Robin e não sei o nome do outro, e tinha um espanhol gigantesco também, mas acho que nem perguntamos o nome porque ficamos com medo do cara... devia ter uns 15 metros de altura). Logo vimos que não iria ser fácil... Não pela qualidade dos jogadores do outro lado, nem pela falta de qualidade da nossa, e muito menos pela altura do espanhol que estava jogando contra a gente... O problema maior era o vento fortíssimo que havia na praia (La Rochelle de vez em quando tem isso...). As bolas que a gente jogava nunca iam para onde a gente queria, e eu não acertei UM saque (mas isso não foi problema do vento... é porque eu sou ruim mesmo heh). Mesmo assim, acabamos ganhando, porque o outro time conseguiu errar mais (os outros dois jogadores do meu time às vezes jogavam a bola dentro da quadra...). Ganhamos alguns jogos na nossa “chave”. Quando começou a chegar nas finais, metade do pessoal que estava jogando (e a grande maioria do pessoal que não estava) tinha ido embora, porque estava mais frio, as vezes com uma chuvinha fina, e o vento que não parava. Acabamos desistindo de jogar semi-finais, e só houve a final. Praticamente só tinha brasileiro jogando lá no final mesmo...
Depois de voltar para casa, tomar aquele banho e comer alguma coisa, fui junto com outros para o Pou d’Amitié, que era uma recepção com todo mundo, lá em um centro de pesquisa marinha perto da praia onde a gente estava. Quando chegamos lá, estava tudo praticamente acabando, mas conhecemos mais gente ainda (e acho que não vou conseguir conhecer todos em um mês só...). Quando a recepção acabou, estávamos só eu e o Rodrigo, uma garota da Inglaterra e várias garotas da Indonésia (que você não saberia distinguir de vietnamitas, ou chinesas, ou ...). A inglesa estava indo para casa, pois acho que é uma das únicas que está em casa de família e não em uma residência universitária. As indonesiennes acabaram indo com a gente para o barzinho onde tínhamos combinado de encontrar todo mundo... Foi muito interessante, porque além de praticar francês, ainda aprendi algumas palavras no idioma deles, e em chinês (mas obviamente esqueci tudo, porque não anotei...). O idioma da Indonésia é muito bizarro... Parece uma língua tribal, que a galera repete várias vezes a palavra... A única que eu lembro é que “apresse-se” é “Buro Buro”, que eu lembrei porque é muito parecido com o tradicional “Bora Bora” que algumas pessoas utilizam no Brasil... heh. Uma delas aliás acabou não indo para o bar, porque ela tem menos de 18 anos e os pais dela não deram autorização para sair à noite... Então ela tem que voltar para casa. Perguntando o porquê disso, já que não há ninguém para ficar chegando isso, me falaram que eles acreditam que se você desobedecer os seus pais, a má sorte virá para cima de você... Bom, se elas acreditam... Também descobri vários aspectos da vida na Indonésia (como por exemplo, as universidades lá são todas pagas, mesmo as do governo, mas são bem mais baratas, apesar de piores...) e descobri que estou em um dos piores alojamentos universitários (elas tem banheiro privativo, ducha privativa... porque eu não estou nessa outra residência???).
Bom, ontem teve o aniversário da garota da Espanha, e do Kadao. Eu participei também, porque era praticamente o meu aniversário. A grande maioria do nosso grupo, e a grande maioria do grupo de estudantes estrangeiros que estão fazendo francês lá na FLASH estava lá no Lou-Foc. O parabéns da garota foi cantado em inglês (?!?!?!) e o nosso foi cantado no bom e velho português. Todo mundo bebeu bastante, e no final ficamos só nós (como sempre, pois tinha aula no dia seguinte). Os outros estrangeiros foram saindo aos poucos... Eu havia sentado em um lugar perto das espanholas (que alguns outros brasileiros estavam em cima), mas como eu já disse que não agüento espanhol, fiquei lá falando com a Elodie e com o Thierry (que é um professor nosso lá também), e como sempre, com os outros brasileiros. Achamos também uma garota da PUC que está fazendo francês aqui no Eurocenter (eu só a conhecia de vista, o Rodrigo já a conhecia um pouco melhor...). Como esse mundo é pequeno heh.
A coisa mais engraçada da noite foi ver a Elodie vindo rindo pro nosso grupo, dizendo que um dos brasileiros tinha meio que passado uma cantada nela. Ela a princípio estava rindo muito, mas logo depois passou para o estágio “bolada”. Acho que ele “passou um pouco dos limites”, como um garoto falou... hehehe. No final, tudo se resolveu, obviamente. Além disso, a gente roubou a identidade dela, porque ela falou que tinha 22 anos (impossível!!). Mas era verdade... a mulher que cuida das nossas coisas aqui é mais nova que alguns dos bolsistas... legal né? A cara dela na foto da identidade estava muito engraçada... (e qual foto dessas não fica? Creio que é uma lei mundial, as pessoas têm que ficar com cara de babaca na foto de documentos).
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