Dia 19/08/2001
Mais um dia com o café da manhã ninja, mas que me deixa sem fome só até 1 da tarde... Deveria ter comido pão, que pelo menos enche por mais tempo... A gente acordou super cedo para poder visitar a cidade logo (ainda não conhecíamos nada de Tours!), e poder ir logo para os últimos castelos programados...
O passeio em Tours é bem interessante. A primeira parada foi no Hotel de Ville (prefeitura), que era bem bonitinho. Depois passamos pela Basílica de San Martin, que é onde ele está enterrado. A basílica tanto por dentro como por fora é bem interessante, e demoramos mais de meia hora lá, não por causa da beleza da catedral, mas por causa da freira (na verdade monja) que estava lá dentro e que quis nos contar a história de San Martin. Ela ficou enrolando muito sobre a história dele, que foi apenas um monte de milagres... Saímos de lá para conhecer o centro da cidade, o Hotel Gouin (que é uma das primeiras casas renascentistas de Tours, se não me engano, e é agora um museu também) e a catedral. A catedral é muito linda, mesmo de dia... A frente dela é cheia de detalhes, mas o interior chega a ser mais pobre que a basílica. Mesmo assim, a gente tirou muitas fotos, e uma mulher que estava lá na entrada (devia ser estudante de jornalismo na França) tirou foto da gente tirando foto, e ainda veio perguntar de onde a gente era e o que a gente tinha gostado mais da catedral (isso com o nosso francês macarrônico). Fizemos uma pequena visita ao interior da catedral, mas foi tudo. No final, conhecemos o pequeno castelo de Tours, e eu tirei uma foto dele com a catedral no fundo... Foi o nosso pequeno tour por Tours (haha, que engraçado.).
O primeiro castelo da manhã foi Chaumont-Sur-Loire, que é um outro castelinho com uma ponte levadiça... Até chegar nele é uma subida que cansou pra caramba, mas valeu a pena pela vista do outro lado do rio, e do ‘castelinho mais castelo’ que a gente viu (definição do Rodrigo). Fomos também a Beauregard, mas foi a visita mais rápida que a gente fez: paramos o carro, tiramos a foto, e fomos embora, porque havia uma plaquinha dizendo que se a gente passasse do portão com o carro (e passamos) teríamos que pagar a entrada (que era de 30 francos), mas na hora não havia ninguém na bilheteria... Entramos de graça, mas não queríamos abusar da sorte...
A primeira visita de verdade foi a Cheverny, que é considerado o castelo mais bem cuidado do Vale do Loire, porque ele durante a revolução francesa foi poupado graças à influência de uma nobre lá que era à favor da revolução (não sei porque). Moravam no castelo até 1985, e só aí ele foi aberto para visitas... Por isso, era o castelo que tinha coisas mais modernas... Pelo menos havia várias salas que pareciam não ter sido usadas por quem morava lá, e mantiveram o toque antigo... Principalmente o grande quarto do rei, que tinha obviamente uma pintura do Luis XIV (ainda estávamos procurando um castelo que não o tinha, mas a gente descobriu que durante o reinado do rei Sol, era obrigatório ter um quarto pronto para o rei). O jardim de Cheverny é muito bem cuidado, mas só tinha grama... Havia um canil também, mas a gente acabou não indo ver os cachorros de caça que estavam lá... Preferimos partir para Chambord.
Chambord... O maior castelo do vale do Loire, e o que possui mais significado. Ele não foi construído para ter como objetivo primário alguém morar nele, mas para ser um símbolo do poder de François I, que foi o rei que venceu o poderosíssimo exército da Suíça (!!!). A gente pegou uma visita guiada (que a gente deveria pagar, mas só fomos saber disso depois... ainda bem que não pagamos, porque ninguém fiscaliza nada lá dentro) e o cara deu uma tremenda aula de história, explicando os porquês da construção de Chambord e os símbolos que estão no castelo... Foi uma das melhores aulas de história que eu tive... O cara explicou que François I só vivei 40 e poucos dias lá em Chambord porque no inverno era muito frio (construíram o castelo com umas pedras que não retêm calor e se eles utilizassem a madeira da região para aquecer o castelo eles não conseguiriam mais caçar, que era um dos objetivos do castelo) e no verão tinha muito mosquito, e na época tinha várias doenças fatais transmitidas por eles... Assim, o castelo só foi terminado mesmo na época de Luis XIV, que foi quem o colocou como castelo de caça dele, e fechou uma parte do primeiro andar só para ser os seus aposentos... Há ainda uma escada de dupla revolução, que é bem interessante: ela é composta de duas rampas, que sobem juntas, mas nunca se encontram. Assim, uma pessoa que sobe uma rampa vê sempre a pessoa que sobe a outra rampa, sem nunca encontra-la... O François I era muito egocêntrico... e ainda viviam na época da Renascença, que era quando era importante se mostrar para mundo (isso para uma pessoa comum... imagine o rei...). Há exposições enormes de pinturas de caça, e dos quartos do castelo... A capela do castelo acolhe concertos de piano nessa época do ano, mas só à noite, e a gente não poderia ficar... A vista do castelo do lado de fora é impressionante, porque ele é muito grande... Só é menor que o de Versailles mesmo, mas muito mais antigo.
Depois de Chambord já era tarde demais para encontrarmos algum castelo aberto. Mesmo assim, fizemos uma viagem relâmpago por vários castelos que estavam no caminho de volta para casa, tirando fotos em cada um deles. Em Blois, a gente ainda conseguiu entrar na lojinha para comprar uma moedinha, e o Ivan conseguiu entrar rapidinho para tirar uma foto do interior. Lá foi onde Joana d’Arc reuniu seu exército para combater os ingleses na época. Outros castelos visitados foram Montrichard, Montpoupon e finalmente Loches. Este último é um castelo medieval, que fica no meio de uma cidade medieval muito interessante... Só que a gente chegou lá bem tarde, e já estava muito escuro... Assim, a gente ficou andando, 9 e meia da noite, quando nada mais acontece na cidadezinha, no meio de um castelo medieval... O Ivan e o Daniel quiseram dar uma volta no castelo, e eu e o Marcelo resolvemos ficar esperando... Passou uma meia hora, e resolvemos ira atrás dele, para ver porque eles estavam demorando tanto... Imagine andar no escuro, sendo que de um lado está um castelo que tem quase mil anos, com aquela parede imensa, e do outro tem um monte de árvores... Do nada a gente saiu correndo, com medo de que algo aparecesse do lado... Ainda bem que estamos na França, porque se fosse no Brasil eu acho que eu tinha sido roubado umas 10 vezes naquele percurso... A gente ainda por cima acabou se perdendo, e andamos pela cidade toda praticamente para poder encontrar a porcaria do carro... Quando chegamos lá o Daniel já estava nos esperando, e o Ivan tinha ido nos procurar (na verdade, ele tinha ido tirar uma foto do donjon, porque dava para andar até lá em cima)...
A viagem de volta foi super cansativa, pois já estávamos mortos de tanto andar, e ainda por cima estávamos com muita fome... Paramos em um McDonalds para comer 3 hambúrgueres cada um, e acabamos recebendo cheeseburgueres, porque não tinha mais hambúrguer e já estavam quase fechando... A mulher ainda me perguntou se eu aceitava... Eu só não falei não porque eu tava com muita fome para ficar brincando com coisas sérias... Ainda por cima vimos o desperdício de eles jogarem vários outros sanduíches mais irados no lixo porque eles tavam fechando... Deveríamos ter pedido por eles...
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