Dia 03/11/2001
Essa rotina de ficar acordando muito cedo já estava me matando. Acordar cedo, arrumar tudo, descobrir que a mulher do café tinha chegado mais cedo e arrumado nossos kits... Fomos de metrô, pagando só dois tickets (não tínhamos dinheiro para um terceiro...) e chegamos sãos e salvos à estação de ônibus... Dessa vez em direção a Viena.
Chegando de novo em Viena, no local de sempre, deixamos as malas na estação de metrô e trens regionais ali perto para não perdermos tempo. Já tínhamos um albergue reservado em outra parte da cidade, mas preferimos ir até o Shobrunn antes... Chegando lá, ele não pareceu tão imponente quanto o de Versalhes. Mas ele realmente é maior, em termos de área construída. Os jardins são menores. Compramos ingressos que davam direito a guias de áudio, e fomos andando pelos 40 quartos que tínhamos direito. Havia mais ainda para ver, mas era só com um tal de cartão vip que eu não sabia que existia. O castelo está muito bem conservado, porque ele foi usado até o fim da primeira guerra (se eu me lembro bem). Muitas das salas falam da imperatriz Elisabeth (Sissi para os íntimos), que foi tipo uma princesa Diana da época, mas viveu por muito mais tempo e era a queridinha da Áustria... Ela morreu esfaqueada por um maluco na Itália... O Franz-Joseph, marido dela, a amava muito... E isso tá escrito por todo o castelo. As histórias são bem interessantes, a decoração maravilhosa, e tudo muito bem organizado... Valeu muito à pena. Teve até direito a retrato da Imperatriz Leopoldina, e falou no guia que ela foi para o Brasil... Depois foi a tradicional visita aos jardins. Eles não estão tão bonitos como acho que eles devem ser, por causa do começo do inverno... Só tinha grama lá, porque as flores todas tinham sido tiradas. Foi uma pena. Além disso, estava meio frio, mas andamos até o final, onde tinha uma fonte com o Poseidon, e subimos um morro onde a Maria Teresa construiu um monumento gigante... Depois de algumas fotos descemos de novo para comer algo e prosseguir com o passeio.
Fomos de novo ao centro, onde iríamos visitar o interior do Hofburn, já que no primeiro dia a gente chegou depois das 4 e meia e não conseguimos entrar. Dessa vez foi bem tranqüilo, pagamos o ingresso combinado (a mulher do caixa conhecia o Brasil e falou com a gente até) e entramos. Fomos primeiro ver os quartos da imperatriz Sissi, com tudo o que tinha direito de móveis e história... A visita nesse foi um pouco menos interessante, primeiro porque eu estava cansado, e segundo porque dessa vez eu não tinha o guia e só ficava lendo algumas coisas... Depois de passar por tudo aquilo, andamos até onde estava a prataria das dinastias dos Hapsburgos. É impressionante o dinheiro que eles gastavam... A quantidade de jogos diferentes era absurda! Não dava para tirar fotos daquilo, mas eu realmente queria... Era uma coisa mais linda do que a outra. E tinha de tudo. Até umas caixas gigantescas, com milhões de peças, com a plaquinha do lado dizendo que era o conjunto de chá para viagem. Depois eu fico impressionado com o que os brasileiros gastam com o governo...
Já estava ficando meio tarde, mas queríamos ainda entrar no museu de arte que ficava ali pertinho. Como o museu fechava às 6, daria tempo de entrar... O ingresso foi ridiculamente barato perto do que estava escrito, mas acho que era porque as exposições de coisas gregas, romanas e egípcias estava fechada... Além disso, os guias de áudio também eram de graça. O museu era enorme. O prédio foi construído parecendo um palácio, mas foi desde o começo feito para ser um museu. Havia bilhões de coisa para escutar no guia, com vários minutos de explicação para cada um... Não tínhamos tanto tempo, então fiz uma visita rápida. Obviamente não vi muita coisa. Mas com as explicações do guia fica muito mais divertido ver um museu de arte... Acho que quando entrar em um museu de arte maior eu vou querer passar o dia inteiro com uma coisinha daquelas brincando... Quase fomos enxotados para fora do museu porque estavam fechando já... Acabei não vendo muita coisa, mas valeu à pena.
Voltamos para pegar nossas coisas, e fomos para o albergue. Andamos um pouco demais porque não quisemos pegar o ônibus depois do metrô. Até que não foi muito, mas já estava um pouco cansado de carregar aquela mochila toda quando finalmente chegamos lá. Ficamos os três em um quarto que era partilhado com outro cara, um romeno que conhecemos depois. O cara era até engenheiro civil! Interessante isso. De repente ouvimos uma galera lá fora falando português e fomos ver. Eram brasileiros que estão morando em Stutgart, do mesmo programa. Eu já até conhecia alguns da Oktoberfest. Trocamos umas informações sobre a Áustria porque eles iriam gastar o dia seguinte passeando por lá. Depois teve que rolar um jantar, porque estávamos com muita fome... Deixamos os brasileiros pra lá e fomos procurar um restaurante. Pegamos o Frommers novamente, e ele não nos deixou na mão. Havia um restaurante estrelado nele, que ficava perto do albergue. Como a gente precisava gastar nossos Schillings por ali, entramos logo. Ali pedimos umas comidas tradicionais, que eu não vou lembrar o nome por serem em alemão, mas foi absurda a quantidade de comida. Veio um bife à milanesa gigantesco, do tamanho de um prato. Quantidades equivalentes de comida chegaram para cada um de nós. A garçonete tinha falado que não era muito, mas acho que ela pensava que eu era um elefante... Não entendi, mas fui comendo. Todo mundo estava morrendo de fome, principalmente depois de vários dias comendo mal. Acho que eu nunca comi tanto na minha vida... Além disso, pagamos muito mais barato porque eles já estavam fechando, e o cara fez uma conta de cabeça muito por baixo. Pagamos e saímos sem reclamar muito... Foram uns 60 francos, mas comi muito bem, com direito a salada e carne como eu nunca tinha comido na Europa... Foi só o tempo de chegar no quarto, não encontrar o romeno (a noite deveria estar boa...), tomar banho e cair no sono. Afinal, viagem cedo era rotina... Um detalhe final. A porta do albergue era show de tecnologia. Era tipo um sensor que depois de apertar um botão passava na frente da fechadura e ele abria a porta... Muito legal.
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