Dia 29/10/2001
Acho que não fui feito para acampar no frio. Eu acordei de novo com meu pé gelado (apesar das duas meias que eu estava usando) e não consegui dormir de novo. Bom, quem manda não comprar um saco de dormir quente pra caramba? Teria que ter comprado um daqueles que a galera usa quando vai escalar o Everest, prontos para 20 graus... O meu é para 10-15 graus, e acho que estava um pouco mais frio que isso... Sem contar que eu não consigo acreditar muito no que dizem os fabricantes dessas coisas. Tirando a nossa barraca, que é para duas pessoas e dá bem tranqüilo duas com as bagagens, todas as outras diziam que cabiam 3 pessoas nela, mas davam 53 centímetros de largura para cada pessoa... Isso só dá para amontoar as três pessoas... Bem, voltando à história. Eu fiquei enrolando até a hora de levantar... Isso sem contar que havia um problema bem grande: estava chovendo. Ou seja, eu não poderia fazer outra coisa a não ser ficar dentro da barraca, porque senão iria ficar com frio e molhado ao mesmo tempo. Tocou o despertador às 7 horas, como combinado. A gente teve que sair mesmo assim, com a chuva tendo parado um pouco, porque senão arriscaríamos a ficar ali muito tempo e a ter que correr para Viena depois. Como não queríamos fazer isso, pegamos as barracas (molhadas) e levamo-las para um lugar um pouco mais seco do lado do banheiro para tentar secá-las antes de guardá-las. Foi uma hora para tentar secar alguma coisa, e até que conseguimos, às custas de muito papel higiênico que roubamos do banheiro do camping... Ainda bem que a mulher da limpeza, que nos viu pegando os rolos, não reclamou... Bem, a gente tava pagando para usar tudo aquilo (sem contar que eu fiquei secando minha toalha no secador de cabelos na noite anterior, mas...). Depois de guardar tudo aquilo já eram 9 horas... Só aí que o Daniel notou que ele não tinha arrumado o celular dele para o horário normal (o horário de verão tinha acabado) e ainda eram 8 horas... Isso nos confortou um pouco, e pudemos tomar café mais tranqüilos. Passeamos um pouco dentro do camping, e fomos lá depois pagar finalmente e pegar nossas carteirinhas. Foi tudo tranqüilo, o que a mulher tinha nos avisado no dia anterior (ainda bem que eles não perceberam que a gente montou duas barracas, e não só uma). Saímos correndo para a Glossglockner.
Depois de pagar o pedágio (quase 100 francos também, mas dividido por três...) e tirar umas fotos logo no começo, subimos e fomos parando nos pontos marcados como as melhores vistas... De lá a gente podia ver várias das montanhas mais altas, mas a que dá o nome à estrada ainda não estava lá (acho). Havia uns mapas nesses pontos mostrando onde havia museus sobre a região e sobre a estrada, e uma fotos das montanhas mostrando qual era qual e a altura de cada uma delas. Várias paisagens muito lindas. A gente estava meio que correndo contra o tempo, mas foi interessante... Quando chegamos a um certo ponto, começamos a passar no meio da neve. Claro que paramos para brincar um pouco com bolas de neve e tirar fotos. Adorei me jogar no meio da neve, me molhar todo (dãã, claro, é água!) e ficar com frio (dãã, claro, é gelo!). Mas valeu a pena, e espero ainda ter uma oportunidade de esquiar. Fomos até o fim da estrada, para ver o mais de perto possível a Glossglockner, e depois voltamos pela mesma estrada para ir ao ponto mais alto dela, de onde poderíamos ver uma grande cadeia de montanhas, todas cheias de gelo... É impressionante a visão que se tem de lá... Acho que é por isso que pessoas se ferram escalando montanhas... Para se ter esse tipo de visão. Ainda bem que para pessoas preguiçosas como eu existem estradas como essa.
Depois de ir e voltar pela estrada, continuamos viagem para Viena. Nada de mais aconteceu, além de eu levar outra lavada em alemão, dessa vez no mercado quando a mulher tentava dizer que as garrafinhas de água só eram vendidas em pacotes de 6 e eu tinha tirado uma do pacote (ele estava aberto, mas eu sabia que só era vendido o fechado...). Ela me vendeu do mesmo jeito, e finalmente eu tinha uma garrafinha de água só minha (o burro aqui estava viajando até agora sem água própria...). O mais legal é que sempre que eu pedi água na Áustria eles me deram uma garrafa de água com gás. Eu detesto água com gás. Mas com sede tudo vale. O resto da viagem (com comida agora, finalmente) foi bem tranqüilo. Chegamos em Viena, o Daniel deixou a gente com as bagagens na estação de ônibus, foi devolver o carro e voltou. Pegamos o ônibus para Budapeste... Depois de mais um controle de fronteira (que saco esses problemas de fronteira), chegamos finalmente à Hungria.
Em Budapeste, sem dinheiro, não tínhamos como comprar o ticket de metrô... Resolvemos ir sem pagar mesmo, já que não tínhamos muita escolha (torcendo para que logo 11 horas da noite não fosse ter um controlador...). Encontramos um cara que falava um inglês meio sofrível na estação, mas que nos ajudou muito a encontrar o hotel Fortuna, que foi o albergue que a gente tinha reservado para ficar. Estava um frio de matar qualquer um... Mas finalmente chegamos no quarto, descobrimos que teríamos que pagar 10800 florins, mas deixamos tudo isso para o dia seguinte... Fomos aproveitar o quarto só para três pessoas que a gente tinha (finalmente! Uma boa noite de sono!)... Dormi muito bem essa noite, apesar de ser pouco tempo...
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