domingo, julho 29, 2001

Dia 29/07/2001 – 07:11 PM

Ontem à noite acabamos saindo, para conhecer um barzinho que o pessoal tem ido quase todos os dias... Na verdade estava muito vazio dessa vez (toda a vez que eu saio a noite ta ruim... hehe). A gente pediu um super copo, que tem 2 litros e meio de chope, e tem uma torneirinha pra tirar e tal... 110 francos, caríssimo em termos de Brasil, mas está um bom preço para cá... Eu até tomei um pouquinho, só para usar esse negócio sinistro heh. A gente só conversou um pouco, e logo foi lá para o centro (apenas um grupinho) para ver como estava. Lá também estava muito ruim... Parece que a galera no sábado fica fazendo outra coisa, ou vai para algum lugar e não avisaram a gente :). Assim, voltamos para o barzinho antigo, e reencontramos o pessoal que estava lá. Tinha chegado mais gente do nosso grupo, que tinha ficado em casa se emperequetando (é assim que se escreve? Se é que tem um jeito certo de escrever isso!). Logo que chegamos ouvimos a história de que um deles tinha pegado 3 velhas lá... depois de rirmos pra caralho, eles contaram direito a historia. O brasileiro tinha começado a fazer umas coreografias para uma musica brasileira que estava tocando lá, e as francesas gostaram... Elas que chegaram para conversar (cá pra nós, não tinha visto mulheres tão feias assim na noite até aquela hora...) com ele, e começaram a perguntar de onde ele era e coisas do estilo. Quando ele foi dar tchau, elas não contentes com um aceno foram atrás dele para uns beijinhos na bochecha... Mas realmente não foi uma boa experiência para ele, nem para o grupo de brasileiros, que sofreu uma goleada da França (mais uma vez utilizando as palavras do Kadao). De qualquer forma, foi muito engraçado :). Entramos no bar para ficar zoando o garoto, e logo depois começa uma briga lá fora. O legal é que era uma briga generalizada, porque quando conseguiam separar dois, outros dois começavam a brigar. Quando finalmente conseguiram separar um dos dois grupos, um dos garotos de um grupo ficou doido, e começou a chutar todas as cadeiras e mesas de plástico. Eu nunca tinha visto isso, mas o cara conseguiu quebrar 3 das cadeiras. Terminado o show, ficaram mais um tempão se encarando, com um cara de muletas apartando toda hora... A gente só ficou lá dentro rindo. A noite havia acabado ali, obviamente :).
Acordei para tomar café e dormi de novo... Como eu gosto do domingo, mesmo aqui... Logo que acordei de novo foi o almoço e (não dormi de novo, calma) fomos à praia de Minimes novamente. Hoje estava beeem mais cheio que da outra vez, acho que porque era domingo e porque estava bem quente. Queimei-me todo de novo, mas foi bem tranqüilo. A água estava gelada, para variar, e nem entrei, para variar... Ficamos lá só passeando pela praia, só vendo o pessoal.
Chegando à residência, vimos que tem um grupo de pessoas que estão chegando para o curso de verão de línguas la na FLASH. Pelo que eu entendi, eram alemães... Depois vou lá para ver se vai rolar alguma comunicação em alguma língua heh.

Dia 28/07/2001 - Continuacao....

Fomos ao “Couleurs Brésil”, que é um filme de 360 graus sobre o Rio de Janeiro, as Cataratas do Iguaçu, e outras coisas... Muito ruim o filme. Além de ficar mostrando Candomblé como se fosse a religião predominante do Brasil, ainda mostrou o Carnaval nos piores dias, o Cristo sendo reformado e o Maracanã no dia de um jogo Vasco contra Palmeiras... (!). Assim não dá. O Brasil já está com uma imagem aqui fora muito ruim, e ainda fazem um filme merda desses... Pelo menos foi legal pela iniciativa do pessoal da Embratur, que patrocina a atração. Pelo que a guia falou, essa atração já está lá há uns 8 meses, com bastante sucesso. Fico feliz de ouvir isso.
Segundo o pessoal, acabamos indo ver o “Kiwi Magic”. Era tipo uma historinha que tinha como pano de fundo a Nova Zelândia. A historinha era fraquíssima, mas as paisagens são maravilhosas... Coisa de cartão postal mesmo. Era meio chato, mas acho que os que fizeram o filme do Brasil deveriam aprender com o pessoal da Nova Zelândia...
O próximo foi o “T-Rex”. Mais uma atração 3D (iupiiiii). Ainda por cima, a tela não era somente uma tela IMAX normal... Estávamos dentro de um globo, e aí a projeção enchia todo o campo visual... Muito legal. A historinha era de uma garota que voltava no tempo e via o tiranossauro rex cara a cara várias vezes... As cenas dos dentes do dinossauro no meu lado foram bem realistas, mas no final apareceu um filhotinho de tiranossauro espantando um gatinho, e aí o filme perdeu sua credibilidade (credibilidade?? Num filme de dinossauro?? Onde???).
Seguindo a ordem das atrações que achávamos legais (não daria pra ver tudo mesmo...) chegamos ao “Atlantis”. Era mais uma atração 3D (tínhamos combinado ver todas as atrações 3D pelo menos...) e com a cadeira que mexia. Foi super legal do ponto de vista de imagem/movimento, mas foi muito pouco tempo, e não entendi historia nenhuma heh. Era meio que uma corrida de naves querendo chegar a Atlântida, eu acho. Como sempre, várias coisas voavam em minha direção, e naves tiravam fininho, e coisas do estilo...
Resolvemos parar para almoçar nesse momento, então recomeçaríamos tudo lá da entrada (onde havia ficado nossas coisas). Como estava mais perto, fomos ao “Le Tapis Magique”. A idéia é muito interessante, porque é uma tela em cima, e uma tela projetada embaixo dos nossos pés. O chão é todo de vidro para que pudéssemos ver a tela embaixo (óbvio, porque senão ela seria inútil...). É para dar a impressão de estarmos voando e vendo a imagem abaixo de nós também. Como eu disse a idéia é boa, mas inventaram a história de uma borboleta voando pela América do Norte, e não utilizaram muito as imagens embaixo... Eu acabei cochilando uns pedaços (depois de acordar cedo ficar vendo a borboleta voando era o máximo não??). As únicas partes interessantes do filme eram as cenas onde havia bilhões de borboletas... Muito bonitas as cenas, parecia feito em computador de tão irado.
A próxima atração que havíamos escolhido demoraria meia hora para começar. Por isso, paramos no caminho em um lugar que tinha holografias e coisas do estilo (como o parque é sobre imagens e coisas do estilo, tudo a ver). A gente ia passando pelas holografias, e tinha uma mais irada que a outra... Havia umas holografias que a gente achava que era o objeto preso lá dentro, de tão real que parecia... Principalmente umas que mostravam uns crucifixos (eram da família real russa...). Havia uns também que mostravam uma seqüência de imagens (palmas para um leão que abria e fechava a boca, com vários quadros intermediários... parecia um filminho). Só não decidi comprar alguns porque... Francos e mais francos! Hah! Eles aproveitam para roubar nosso dinheiro :).
Fomos ao “Aliens en Delire” (mais um cinema 3D), que era sobre a invasão de aliens ao Futuroscope antes de ele ser aberto ao público. Acho que até deveria ser divertido, porque as pessoas ao meu lado riam sem parar. Mas, como eu não entendo o humor que os franceses gostam (eles gostam de pastelão como ninguém) e não entendia o que os aliens falavam (não entendo alguém normal falando, imagine alguém com voz distorcida e falando rápido...). De qualquer forma, estávamos cansados já (era a penúltima que iríamos ver) e todo mundo tava quase dormindo.
Encontramos um outro grupo que tinha se separado da gente na porta do “Metrópole Défi”. Tínhamos deixado esse para o final porque é mais perto da saída, e se terminasse depois do horário marcado poderíamos correr até o ônibus. Deu tempo de sobra na verdade. A atração é super interessante. O grupo de pessoas na platéia é dividido em dois, os azuis e os amarelos. Cada pessoa está com um óculos 3D (óbvio! Não poderia deixar de ser!) e dois bastões que brilhavam na luz negra: o vermelho na mão esquerda e o amarelo na direita. Com isso, a gente poderia mover uns troços no filme. Havia uma competição entre os dois lados da platéia, e quatro etapas. As três primeiras cada grupo ficava levantando o bastão vermelho para a nave na tela ir para a esquerda, e levantando o bastão amarelo para a nave ir para a direita. Era super divertido, porque a maioria errava, e a gente só virava quando quase todo mundo tinha colocado pro lado certo. Foram boas risadas e tal. O mais engraçado foi a última etapa, porque era uma corrida entre as duas naves (ou seja, ao mesmo tempo! Duh!). Para fazer a nave andar, todos tinham que ficar balançando os bastões para cima e para baixo, sincronizados (fomos descobrir isso só depois..). Era muito engraçado de se ver isso. Um monte de marmanjo balançando dois bastões coloridos para cima e para baixo e gritando “VAAAI VAAAI” era algo que eu não poderia perder! Obviamente perdemos (tinha menos pessoas no lado azul, não sei se tem algo a ver, mas tinha! Desculpa de perdedor, óbvio). De qualquer forma, foi divertido pra caramba. Nessa eu não dormi, vejam só! Hah.
A saída foi mais uma vez um parto. Sempre há os brasileiros que esquecem do horário, e que não chegam exatamente na hora combinada. Assim, deixamos o grupo de malaios esperando pela gente... (normal, nem tenho mais vergonha, de tantas vezes que acontece :)). Três resolveram ficar lá para ver o resto do parque e visitar Poitiers no domingo. Eu não quis ficar não... Primeiro que ia ser um saco para sair do parque (é cerca de 7 quilômetros da cidade), e depois porque não tinha nada que eu queria ver muuuito na cidade (só tem mais igrejas, como sempre! Heh). Resolvemos voltar com o ônibus, porque La Rochelle é bem mais divertido ao meu ver...
Depois de um dia ‘estressante’ como esse, nada como uma pizza... Peguei uma daquelas pizzas super cheias de queijo e de tomate que eu falei lá em cima, e coloquei no forno. Achei que eu iria ficar com fome, mas aquilo parece uma massa disforme que toma conta do estômago (alguém lembra do filme “A coisa”?). Foi bizarro. 300 g de pizza e eu jogando minha toalha... Tsc tsc.

Dia 28/07/2001 – 08:36 PM

Acho que esse post vai ser grande hoje...
Ah! Acabei de voltar da viagem e tal. Estou aqui acabando de pegar as fotos do Futuroscope, e daqui a pouco vou prepara-las para colocar na internet (só amanha, penso).
Acordando às 5 e 40 deu bastante tempo de preparar toda a mala com as comidas, as roupas extras e etc. Corremos para pegar o ônibus, mas como sempre ele saiu atrasado... Não porque tinha alguém do grupo que tinha atrasado, mas por motivos que até agora fogem ao meu entendimento...
Chegando em Poitiers (quase 2 horas depois), buscamos o diretor da nossa faculdade (não sei até agora porque ele estava conosco no passeio...) e um grupo de 24 negos da Malásia. Destes, mais da metade eram mulheres... Mas ninguém ficou animado não, porque era uma mais feia que a outra (óbvio, quem não sabia que seria assim?). Para piorar a situação, a maioria delas usava um lenço na cabeça, que tem algo a ver com elas serem muçulmanas. Se não me engano tem algo na religião que proíbe as mulheres muçulmanas de mostrarem o cabelo em público, mas não estou muito certo disso. Aliás, indo mais no futuro, vi uma mulher dentro do parque vestida dos pés à cabeça, atrás de um cara (que devia ser o marido). Não gosto de discutir religião mas... dentro do parque?? Outro lance sinistro que ocorreu foi com o nosso amigo aqui (que veio da puc do Rio tb alias), Rodrigo. Ele é adventista, e ele não pode fazer coisas nos sábados... Todo mundo ficou meio chateado por isso, porque ele deve ter ficado sozinho em casa, não sei bem o que ele ficou fazendo, mas nós estávamos nos divertindo lá...
Bom, voltemos à ordem natural das coisas. No momento em que chegamos lá, deu para ver o tamanho da coisa... Era muito maior do que eu imaginava... Tinha váaarias atrações, e a gente tinha pouco tempo para vê-las, a não ser que ficássemos na cidade. Eu no momento que eu comecei a viajar para lá comecei a ficar meio sem vontade de ficar por lá... primeiro que ia ser meio difícil de encontrar e ir até um hotel, e segundo porque falaram que a cidade é meio parada no domingo, principalmente no período de férias. Eu estava preferindo voltar com o pessoal no horário previsto, mas eu deixei a decisão em aberto até depois... Pegamos o mapinha do parque (provavelmente estarei levando-o para o Brasil, como lembrança). Ah, antes disso vimos o preço do nosso ingresso... 199 francos... acho que a galera daqui está gastando uma grana federal com a gente hein! Tudo pago! Hah
Logo na entrada os malaios quiseram tomar café e a gente não. OBVIAMENTE quisemos ir por nossa conta, porque eu não ia esperar os chinesinhos (ooppss malaios) tomarem café pra só depois ir aos passeios. Fomos com uma das guias ver a primeira atração. Eu sei que no site do Futuroscope provavelmente tem uma descrição das atrações, bem como algumas fotos delas, mas ninguém (NINGUÉM) vai ter uma melhor descrição que a minha! (hah, acreditaram nisso? Eu não...)
O primeiro foi o “La Vienne Dynamique”. Segundo o que a guia disse, seria um passeio pelas área aqui dessa província, e a cadeira mexeria de acordo com o filme. Logo na entrada, aquelas salas tradicionais americanas, em que existe a cadeira com um ferro para te prender na cadeira, e uma tela gigantesca na frente. Ainda bem que eu tinha comido meu café da manhã (uma maça seulement) bem mais cedo... Era a história de um cara que estava dentro do trem, e que iria perder o casamento. Quando ele foi para uma floresta (!) depois de sair do trem, encontra uma figura bizarra (que pelo jeito deve ser conhecida aqui na França... eu não conheço), que vivia dentro da árvore (na verdade ERA a árvore, mas prefiro dizer daquele jeito). A figura dá ao homem um cogumelo (ainda acho que era um alucinógeno bem forte mesmo...) e o cara começa a viajar muito rápido pra onde ele queria chegar, passando por vários lugares diferentes. Passamos até por um carro de corrida (sempre um carro de corrida... as pessoas não têm novas idéias não??) até chegarmos ao final da história... Foi bem interessante, mas acho que a maioria do pessoal (incluindo eu) ficou enjoado... O fim era meio bizarro, mas tava valendo... afinal era só a primeira atração.
A próxima foi logo a que eu achei a melhor do parque... Chama-se “Cyberworld”. É um IMAX com 3D... Muito legal. A tela IMAX é gigantesca, e os efeitos foram maravilhosos... Logo na entrada, houve uma explicação nas tvs da sala de espera de um professor (que era muito gay... como francês é viado, pqp!) falando sobre como funciona a projeção 3D cientificamente, e como funcionam os óculos. Depois passou tipo um documentário sobre a febre dos filmes em 3d dos anos 60-70 nos EUA. A atração em si é maravilhosa... Muuitaaa computação gráfica, com várias historinhas diferentes. Houve um clipe do pet shop boys explorando mesmo a parte 3d, com vários cones voando pra tudo quanto é lado, houve uns bugs muito chatos (que eram parte da história principal da atração), e houve até a cena do AntZ em que a princesa tira a coroa e conhece o Z (tudo em 3D! Lembrei muito da Vanessa nessa hora... ;)). 3D consegue ser muito maneiro... O fim como sempre foi uma merda, mas a atração foi muito legal.
O próximo foi o tal do “Astratour”. É uma simulaçãozinha de uma montanha russa, onde as cadeiras se mexem de acordo com a imagem. Enquanto a gente anda na montanha russa, a gente de vez em quando sai da montanha e fica voando por paisagens... Meio caidinha a atração...

Dia 27/07/2001 – 11:40 PM

Primeira sexta feira de curso de francês... Primeiro dia que estava querendo que chegasse logo o fim de semana... (estou escrevendo isso com extrema dificuldade, porque depois de passar 1 hora e meia com o teclado francês eu já tava começando a me acostumar com aquele lixo... deixa só eu escrever uns 10 minutos com isso aqui que eu vou voltar ao normal). A sexta feira é o dia mais proveitoso de curso, porque é o dia que a gente tem expressão oral e escrita. Para expressão oral a gente tem que pegar um tema e falar sobre ele durante uns 3 minutos. É ótimo para descobrir o quanto a gente está uma merda em vocabulário, e o quanto é difícil de falar o que você pensa em uma língua totalmente estranha. Mesmo assim, consegui falar bastante e mostrar que eu gosto mais de viagens onde a gente não planeja nada do que viagens que a gente planeja tudo (grande tema hum!). A expressão escrita foi bem mais fácil, porque além de termos bastante tempo para fazer a redação, a professora fica em cima corrigindo, e dá pra ficar procurando palavras pomposas (ou palavras idiotas que a gente não sabia mesmo) no dicionário. O tema também ajudou, que foi justamente eu escrever algumas partes do que eu tinha escrito aqui (só que em francês obviamente). Sou o único por aqui que está fazendo algo assim, mas a gente está muito perto do início da viagem, e a galera ainda lembra de tudo... esperem só o ano que vem...
Nos deram o papelzinho dizendo que a gente iria lá para o Futuroscope, mas a gente só não gostou do horário (saída marcada para 6:50 da manhã... tão querendo matar a gente). Por isso, o programa hoje foi light. Eu e mais um amigo fomos ao Champion (supermercado, pra quem não conhece) comprar o lanche de amanha, juntamente com o jantar de hoje (e de outros dias, se Deus quiser).
A (pen)última coisa do dia foi um cineminha. Marcamos pra hoje o nosso primeiro cinema em terras francesas. Existe um cinema aqui perto, chamado CGR (não sei o que quer dizer), que é tipo um Cinemark, com uns 12 cinemas, mas que só passam filmes dublados em francês. Eu até cheguei a procurar por aqui, mas não encontrei cinemas que passassem filmes legendados. De qualquer forma, esse é muito perto da residência e era a melhor escolha para um programa light. Combinamos de ver Evolution mesmo, porque ninguém tinha visto ainda.
O cinema na França é uma porcaria a primeira vista. Eu achava que os filmes no Cinemark hoje em dia estavam com muitas propagandas no início do filme, mas eu não havia visto nada ainda... Aqui, alem de passar cerca de 20 minutos de propaganda, ainda chega ao cúmulo de, logo antes de começar o filme, descer uma tela por cima da tela do cinema com um monte de propagandas locais. A gente fica “assistindo” aquela tela cheia de propagandas por vários minutos (putos, obviamente) e só depois começa o filme. O filme em si é legalzinho, mas dublado em francês... por enquanto fica difícil de rir em todas as piadas, porque a gente não compreende todas. Eu ainda entendo a maioria, mas é porque eu tenho uma grande experiência em comédias americanas e, portanto, já conheço todas. O resto do pessoal não gostou muito do filme não... De qualquer forma, foi muito interessante do ponto de vista do aprendizado (é!! Eu tou preocupado com isso sim, ta??), porque a gente notou como nossa compreensão da língua está bem melhor...
A última coisa da noite foi o jantar de sempre. Encontramos uma lasanha congelada de 1kg por 16 francos (cerca de 5 reais) e dividimos (eu e o meu amigo que foi ao supermercado). Foi um bom jantar. Logo após foram feitos os sandubas de amanhã... Minha geladeira aliás ficou tão lotada que não comportou as coisas que eu queria levar. Encontramos 900g de pizzas (são 3), que segundo a caixa são de marguerita, mas que de marguerita não têm nada... têm queijo (pouquíssimo) e molho de tomate (ah! Agora entendi o marguerita!!). As duas caixas ficaram na minha geladeira... A gente comprou sorvetes também, mas eles derreteram (OBVIO! BURRO! Vai colocar sorvete na geladeira, sua ANTA!) e a gente está tomando suquinho de chocolate e de baunilha...
Ah, nossas compras foram bem engraçadas também. Eu nunca tinha ido assim ao mercado... A gente ao invés de comprar coisas que parecem ser de boa qualidade, a gente compra o mais barato. Mesmo que a gente quisesse comprar algo de qualidade, a gente não saberia, porque não conhecemos a maioria das marcas... Por exemplo, fui comprar uma geléia para passar no pão... Por que eu devo comprar uma geléia de 20 francos se existe uma por 3 que também tem gosto de morango? Eu a abri agora há pouco, e ela é maravilhosa... Imagino que a de 20 francos iria ter ouro de brinde dentro dela então... O que teve mais disparidade foi no queijo e ‘presunto’. Queijo é um problema meio sem solução por enquanto. Eu vou ao mercado e vejo uma seção (é! Uma graaaaaande prateleira) só de queijos... E qual eu compro? SEI LA! Não comi nem 0,1% deles! Eu conheço uns de nome, mas nunca experimentei... Aí eu fico com medo de pegar um de 30 francos (200g) e ver que era uma merda. Preferi ficar com o mais barato (que, pasmem, é um Camembert). Maneiro neh? Tou comendo queijo chique (no Brasil) só porque é o mais barato aqui na França. Até agora não encontrei o muzzarela tradicional... Só encontrei um bem parecido, mas que nem lembro o nome agora. Vou depois começar a gastar dinheiro em queijo só para experimentar todos (a mesma coisa com vinhos...). O jambon ( presunto para os leigos) é que é uma facada. Geralmente tá de 50 francos o quilo pra cima. Eu preferi então encontrar uma mortadela, que era a mais barata (viva!), e que era muito boa... 500g por 4 francos (vou acabar comprando alguma merda daqui a pouco, vocês vão ver).
Consegui ligar pra Vanessa finalmente (ela atendeu o celular, viva!!!). Adoro ouvir a voz dela... :-((((

Dia 26/07/2001 – 07:46 PM

Teste... Aquilo foi mais um exercício. Usando palavras do nosso amigo mineiro aqui (aka Kadao), posso ter errado uns 80%, mas que tava fácil tava... Na verdade, só tinha dois exercícios pra completar colunas.
Hoje foi dia de batata frita com moules (mexilhões para os leigos). Passei longe disso, e peguei uma outra comida que até agora não sei o que era. O gosto da carne parecia de salsicha (provavelmente era algum salsichão mesmo), e o ‘arroz’ parecia um miojo picado. Ainda por cima o molho tava salgado demais... É o jeito, comer essas porcarias e pagar pouco.
A aula da tarde foi um saquinho. Só 4 dias de aula e já estou querendo parar de novo. Acho que nunca mais o estudo vai ser como antes... Faltam só 1 dia e 5 semanas de aula... Com certeza nos últimos dias vou estar morrendo.
Rolou mais um passeio pela internet a tarde, mas como eu não tenho como levar meus emails e nem minhas coisas pra lá (os drives de disquete foram desabilitados.... dommage), então fiquei sem mandar nada. Eu simplesmente dei um oi pra quem estava online, e mandei uma mensagem pro celular da Vanessa. Depois me mandaram sair, tão rápido que acho que esqueci minha pochete la (é assim que se escreve?), com meu palm dentro. Espero que esteja la amanha, senão vou ficar muito triste... Principalmente depois daqueles dias de espera pela porcaria do vidrinho que tinha quebrado.
Hoje foi o primeiro dia que eu lavei roupa! Combinamos de lavar as roupas de 4 pessoas, para aproveitar a ficha da lavadora e da secadora. Assim, separamos as roupas em dois grupos: as claras e as escuras (acho que todo mundo que sabe alguma coisa sabe dessa divisão... Eu não sabia... heh). Antes de todo mundo chegar, eu todo feliz vim buscar meu palm para ficar lendo um livro enquanto esperava lavar (e foi ai que eu descobri que não tava aqui... tem muito nego burro no mundo, não?). A galera já tinha chegado lá quando eu voltei. Jogamos a roupa lá dentro, enchemos de sabão, fechamos e colocamos a ficha. Felizmente ela começou a funcionar, sem reclamar do tanto de roupa que a gente jogou la dentro... Depois de 25 minutos, tudo saiu bonitinho. Os outros queriam secar as roupas, mas eu peguei elas meio úmidas mesmo e joguei no cabide. Acho que nem se eu tivesse usado o ferro de passar elas teriam ficado tão lisinhas. Tá certo que não está nenhuma maravilha, mas da pra usar sem que ninguém (a não ser os outros 19 bolsistas, obvio, que sabem que a gente ta fazendo isso) descubra que não rolou nem mesmo um ferro em cima delas... Claro que sempre tem o pessoal meio viado que quer ficar usando ferro pra ficar lisinho, mas acho que não vale a pena nem o trabalho nem o dinheiro gasto em um trambolho desses. Ainda por cima depois o cara tem que ficar carregando essa porcaria dentro do trem... Talvez depois seja um bom utensílio, mas pra agora... Eu tou vivendo meio num acampamento de férias. Acho até que fui um dos únicos bolsistas que não desarrumou toda a mala, colocando tudo dentro do armário. Achei meio inútil, principalmente que só de pensar em arrumar mala de novo daqui a pouco eu fico com preguiça. Eu só tirei as coisas que eu uso mais, e as coisas que dobradas ficam ruins, como os ternos.
Até que estou me dando bem sozinho! Pensava que eu ia ficar totalmente perdido nessas horas, mas dá pra se virar tranqüilamente. E tudo, claro, se resolve com um jeitinho quando necessário for.
Um pouco antes de começarmos a lavar a roupa, meus pais me ligaram no celular. Foi uma felicidade ouvir a voz deles de tarde aqui (geralmente eu só tava ligando de madrugada) e principalmente valeu a surpresa. Como sempre rolaram as conversas de “esta comendo direitinho?”, mas todos reclamam disso aqui... Pode deixar que pelo menos uma refeição boa eu tou fazendo, tá mamãe? :) Tem ainda os amigos que fazem comidas, e sempre sobra, ai eu entro no racha. Hoje por exemplo eu comi um pouco do macarrão de um aqui, porque ele não ia agüentar comer.
Alias, logo depois do macarrão, jogamos mais futebol. Dessa vez rolou um jogo de brasileiros (juntamente com um gringo loiro e um negão que parece o Toni Garrido), contra os negões de não sei onde. Os caras parecem uns monstros de grande, correm pra caralho, e chutam (a bola e as canelas da gente) bem forte... Mesmo assim rolou um empate. Isso eu ainda não entendi, porque o nosso time tava ruim pra caralho. Primeiro tinha eu. Só isso serve pra detonar qualquer time decente. Depois tinha esse gringo, que alem de não passar a bola pra ninguém (se achava O craque o cara), ele ainda corria que nem uma barata tonta. Depois tinha o Toni Garrido, que parece um jamaicano correndo, com suas longas madeixas (os rasta do maluco batem no meio das costas), e caía o tempo todo. Mas a gente com toque conseguia chegar la (ou por sorte mesmo, vai saber...).
Totalmente quebrado, fui ver televisão... Tava passando The Crow dublado em francês... Não sei como eu não volto pra casa... Que língua podre! E ainda por cima estávamos combinando de ver Evolution amanha no cinema... e dublado... Assim acho que não vai dar.
A razão de ir ao cinema em uma sexta feira é que no sábado iremos passear em Poitiers, tudo pago (pelo menos a ida) pela nossa faculdade aqui. Somos o único grupo que não paga estadia (paga pela faculdade), e ainda passeamos (pago pela faculdade). Existem os outros grupos que pagam até pelo alojamento! Estou me sentindo sortudo... Mas continuando, a gente vai até o Futuroscope (vejam em www.futuroscope.org), um lugar que parece ser maneiríssimo. Parece uma Disney sobre cinema e tecnologia. Acredito que vai ser bem legal. Cheguei a passar até uma viagem à Cote d’Azur junto com outros amigos da PUC que tão saindo daqui a pouco lá de Besançon, mas enquanto tiver viagens pagas aqui, acho que não vou gastar meu dinheiro indo pra praia lá no Mediterrâneo... Já tou até meio cansado de praia... Moro perto da praia lá no Brasil (e não vou quase nunca), moro perto da praia aqui (e tou indo até muitas vezes... tou até queimado!), e acho que não vim pra França pra ver praia... Tem tanta coisa mais maneira pra ver no continente, e ver areia (ou pedra, na maioria das praias) não ta nos meus planos de viagem. A viagem até seria interessante, mas vai ter muito tempo pra fazer isso depois. Além do mais, indo até Poitiers de graça, podemos dar um jeito de ficar lá o fim de semana, e já ver tudo na cidade (monumentos e coisas do estilo), e não precisar mais ir lá depois...
O pessoal aqui dessa faculdade é tão maneiro que já tão organizando passeios com a gente no próximo fim de semana também... Ficarei ligado pra saber qual é.

Dia 25/07/2001 – 10:38 PM

Ontem acabei indo de qualquer maneira lá na monkey francesa para pegar meus emails. Acho que minhas visitas lá serão por enquanto menos freqüentes. Eu fui lá ajudar uma amiga minha (Maíra, que é da PUC também, e está aqui em La Rochelle) a configurar o notebook dela na rede. Só que, quando chegamos lá, a primeira coisa que o cara de sempre me diz é que não poderíamos mais utilizar nossos notebooks lá. Perguntando o porquê, ele me diz que eles tiveram invasões. Eu pensei “óbvio, o cara tem uma rede com windows 98 aberta para a internet todo o tempo, sem nenhum firewall... e ainda fica culpando os notebooks (que não são muitos, são praticamente o meu e de mais um cara brasileiro)...”. Mas como eu falaria isso pra ele? Se ele falasse inglês, seria fácil, mas os caras são uns ignorantes completos, tanto no campo da computação quanto no campo do inglês... O que eu fiz foi falar que eu já tinha usado varias vezes, que ele já tinha visto o que eu fazia e que eu não podia ficar sem usar e tal... O cara acabou deixando, mesmo pros outros dias, mas eu não vou poder contar com isso. Assim, tive que achar uma nova solução. Ainda não encontrei, porque eu não posso acessar o drive de disquetes lá na faculdade (que tem o maldito teclado francês), e então eu não sei o que fazer... na monkey francesa não tem drive de disquetes... Tou começando a ficar puto com esse país idiota.
A aula de francês continua. Pelo menos eu tenho a felicidade de não ser um dos que menos sabem. Estou tentando ser o que mais sabe, mas fica difícil andando tanto com brasileiros. Eu tou ao menos conseguindo falar quase sempre sem problemas com os franceses, mesmo que eu erre um pouco... Vou tentar estudar bastante pra ver se eu quebro logo essa barreira, e fique um pouco mais tranqüilo. Tem pessoas na minha sala que não entendem quase nada, mas acho que isso tende a melhorar com o tempo. Eu já entendo um pouco...
Conhecemos hoje a praia aqui perto. Alguém deve me perguntar daqui a pouco: porque é que você ainda não tinha conhecido a praia perto, e só a praia longe pra caramba? Bem, eu respondo antes de perguntar: primeiro porque a galera acabou indo lá antes, e eu fui junto pra não ter que ir sozinho depois. Segundo porque disseram que lá era mais bonito, que tinha areia, que a água era melhor etc... Eu acreditei, obviamente, e fui. Aqui perto é bem legal também. A praia é bem mais cheia, e também não deixa de ter os topless. O que eu acho mais estranho é a naturalidade que as pessoas (as mulheres no caso) tiram a parte de cima do biquíni, e ficam amarradonas na praia, sem se importar com nada. O pessoal daqui quase seca os peitos da mulherada, e mesmo assim elas não ficam envergonhadas. Só que a maioria absoluta das mulheres são as de peito caído. Dá até medo de olhar, porque parece que são monstros que vão se desvencilhar da mulher e correr atrás de mim até em casa. A praia em si não é muito boa, porque tem muitas pedrinhas e conchas. Meu pé ficou em estado miserável...
Na volta resolvemos jogar um futebol. O resto da galera tem jogado sempre, mas eu só hoje consegui participar (e quis também). Foi até surpreendente a quantidade de tempo que eu joguei... Ficamos umas duas horas correndo (ou sentado, depende da pessoa... eu fiquei mais sentado heh), mas foi bem legal. Levei umas boladas, mas felizmente não tive nenhum osso quebrado, nem nada do gênero. Meu suquinho de limão concentrado (que todo mundo achou ruim mas eu gostei) foi meu grande companheiro durante esse exercício. Fiquei cansado pra caralho, mas eu tou me sentindo bem melhor... Acho que vou participar sempre desses jogos.
Os meus dotes culinários deram uma parada. Ontem e hoje comi pão mesmo, com queijo e presunto. Tou tentando ao máximo diminuir meu trabalho. Por isso, meus copos que eu comprei ainda estão aqui guardados...
Agora vou estudar um pouco porque amanhã tem o primeiro teste de francês...

terça-feira, julho 24, 2001

Dia 24/07/2001 – 08:10 PM

Eu acabei caindo no sono... Acordar cedo esses dois dias foi difícil...
Hoje tivemos nossa primeira aula à tarde, que tem vídeos e coisas parecidas. Vimos um telejornal francês de ontem (impressionante como a gente não entende nada...). Depois de ver umas 3 vezes, já deu para entender o que o cara tava falando, principalmente porque a professora (que se chama Martine, alias) falava algum vocabulário. Sem o vocabulário necessário tava difícil mesmo. O que eu acho mais chato disso é quando ela fala para ouvir o noticiário e depois escrever algo sobre o que eu ouvi. Isso ainda não sai tão fácil assim não... Parece que fica travado na mente...
A segunda parte da aula foi bem mais legal. A gente foi para um Laboratório de Línguas, que na verdade são vários gravadores com fones de ouvido e microfones. Isso a princípio, porque a gente não tinha visto o sistema. É muito legal porque todos eles são interligados, e a professora pode mexer neles a partir da mesa dela. Funciona mais ou menos assim, pelo menos no nosso caso hoje: A professora rodou a fita uma vez. A gente repetia as coisas que a fita mandava, e enquanto isso o aparelho ia gravando a lição na nossa própria fita. Quando rodou uma vez tudo, ela passou o controle para cada um, e cada um fazia no seu próprio ritmo. Assim, a gente fazia os exercícios e gravava por cima. O que eu achei mais legal é que a gente só gravava por cima do que a gente tinha dito e não sobre a parte dos enunciados da lição! Eu achei isso muito maneiro, apesar de ser uma coisa simples de fazer. Acho que eles gravam um canal pro professor, um canal para o aluno. Após fazer a lição novamente, dá para escutar o enunciado e após a nossa voz, comparando o que estamos falando de errado. Foi a parte mais divertida, porque eu não parava de rir... Era muito engraçado todo mundo falando francês nos seus microfones, e dando pra ouvir tudo. Na segunda vez então ficou pior... Todo mundo falando, mas não ao mesmo tempo... Ai ficou uma bagunça...
As minhas refeições transcorreram sem problemas. A única reclamação de hoje fica por conta da minha geladeira. A única que eu consegui no prédio todo foi uma no 4o andar (eu estou no 8o!!!) Assim, eu para comer algo de lá tenho que descer 4 andares. Se eu quiser participar da social com a galera, que é geralmente no 8o, eu tenho que descer, subir, descer... Muito trabalhoso. Acabo ficando com preguiça de comer com todo mundo. Acho que daqui a pouco vou roubar uma geladeira daqui... Se bem que pelo menos eu faço um pouco de exercício...
Mais uma reclamação: o teclado francês é uma PORCARIA. O cara que inventou aquilo só podia ter tomado uns 10 litros de absinto 75%, porque nunca vi colocarem as letras daquele jeito. Eu demoro 1 hora pra digitar o que eu faria em 5 minutos em um teclado normal... Assim não dá pra usar muito a internet na faculdade. Eu acabo só recebendo e mandando emails mesmo.
Uma última constatação: hoje descobrimos que o time brasileiro tinha levado 2 de Honduras... eu tou me sentindo envergonhado aqui, ainda bem que não é muita gente que sabe que eu sou brasileiro...

Dia 24/07/2001 – 06:12 PM

Hoje tou começando a escrever mais cedo, porque acabamos de sair lá da faculdade, e eu ainda tou meio sem saco de fazer o que eu tenho de dever de casa pra amanha. Daqui a pouco já tenho que começar...
Esqueci de dizer no post de ontem que eu habilitei aquele celular GSM que eu trouxe do Brasil. Eu peguei uma companhia chamada Bouygues Telecom, uma rede que começou em 94, mas que tem uma cobertura quase total da França. Ela pareceu ser muito boa, mas eu ainda não consegui fazer duas coisas nela. Primeiro é receber ligações. Como não conheço muita gente aqui, fica foda eu receber chamada de algum lugar. Vou depois pedir para alguém me ligar. Outra coisa é receber SMs. Eu tou há tempos querendo pegar um celular, e só agora consegui, mas não consegui achar um jeito fácil (ainda) para me mandarem short messages do Brasil. No icq eu já vi que não funciona... Assim, só resta a página, mas ainda não achei o link certinho para passar para as pessoas. Caso alguém queira me ligar do Brasil, meu telefone ficou sendo +33-06-61-15-50-80. O 33 é o código telefônico da França. Se alguém quiser também, tem o site da Bouygues Telecom, que é www.bouygtel.com . Eu ainda vou conseguir colocar um link mais fácil, principalmente praqueles que não sabem francês.

Dia 23/07/2001 – 11:58 PM

Hoje foi o primeiro dia cheio mesmo que eu tive... Começou com a aula de francês às 8 e meia. Para eu chegar essa hora la, eu tenho que acordar por volta de 7 e 15, porque eu fico enrolando de manha para acordar, e acabo me atrasando. Como eu não queria chegar atrasado logo no primeiro dia de aula de francês, eu coloquei o meu palm e o notebook para despertar nesse horário, alem de pedir para Deus e o mundo para me acordarem cedinho. Acho que bateram umas 3 pessoas aqui na minha porta, só pra me acordar. Pelo menos tou vendo que a galera ta prestativa. Eu fui correndo na geladeira pegar meu leitinho achocolatado (muito bom por sinal... melhor que Nescau), e tomei meu café da manha pobre. Quando desço, lembro que existe o café da manhã aqui da nossa residência, que é só 16 francos (o almoço no restaurante universitário tá 15,30, vai entender...). Corremos para a aula, para chegar la e descobrir que a aula só começa as 9 horas. Felizmente a professora (francesa) chegou um pouco antes, então não precisamos ficar esperando muito por ela.
A aula foi um saco, obviamente. Eu esperava apresentações, teste de nível de francês, e outras coisas... Quase acertei. As apresentações ocorreram, cada um com um francês mais macarrônico que o outro. O teste não vai haver por enquanto, porque a gente vai ficar num grupo só de brasileiros mesmo (apesar de todos acharmos que isso é besteira.. vamos acabar falando português entre a gente, e não aprender nada). A gente sempre paga por estar no lugar errado na hora errada. Todo mundo está de férias, e só a gente estudando (isso explica o porque de a faculdade que a gente estuda estar vazia...). Aliás, a faculdade se chama Flash (maneiro não!). Faculté de Langues, Arts e Sciences Humaines, ou algo assim em francês. Eu, como estou morrendo de sono, não vou nem sonhando procurar o nome direitinho, alguém que se vire para ver isso pra mim.
Acabada a tortura, era hora de correr para mais um almoço. A surpresa do dia foi que os preços do bandejão vão aumentar! Isso mesmo, inflação em plena França! E pensar que logo ontem estava falando do quão foda esse pais é, por imprimir o preço na embalagem de quase todos os alimentos, prova de que não aumentava o preço! A comida estava muito boa, apesar de eu não gostar muito de feijão branco (o tempero parecia de miojo... hmmm que bom!), e da mulher CONTAR as porcarias dos nuggets de peru (po, só 6 é dose pra criança né! Pelo menos 12!). As duas saladinhas acompanharam, e deu uma super refeição. Tem um iogurte açucarado aqui (sem gosto nenhum, só açúcar) que foi a sobremesa. Nego fala muita merda na mesa do almoço, principalmente porque somos os únicos que falamos português aqui... Uns amigos ficam a cada 2 minutos chamando uma mulher de gostosa, altao, sem que ela entenda porra nenhuma (pelo menos esperamos que não...). Assim, é muito engraçado ficar chamando o cara do lado de babaca, sem que ele nem perceba...
A sala multimídia deles lá é uma merda. Além do Windows em francês (sabiam que Start = Démarrér???), tudo é tão bem configurado que eu não consegui ligar outro computador la. A única coisa boa foi que eu consegui entrar no computador do professor (só um burro pra colocar login “professeur” e senha “professeur”... que difícil de acertar... Pude só ficar vendo jornal, e ficar zoando os outros com os microfones. Tive que ir na monkey só pra mandar e receber meus emails.
Logo depois, uma viagem gigantesca para o Carrefour. Ele é muito grande aqui, e tem bilhões de coisas pra comprar. Finalmente comprei meu kit de sobrevivência de garfo, faca, colher, pratos e copos. Só faltam as panelas agora, mas vou deixar para comprar depois. Comprei um mooooonte de comida, e ta tudo aqui parado ainda. A única coisa que comi foi um super peito de franco recheado com catupiry, muito do bom. Alem disso, rachei um macarrão com mais 7 brasileiros aqui, e comi do meu pão amanteigado juntamente com um queijo (não me pergunte qual, eu fechei o olho e peguei o que tava na minha frente... são bilhões de queijos também).
Tou finalmente aqui, cansado pra caramba, terminando de escrever isso... Morrendo de sede (que droga que colocaram naquele macarrão hein? Ecstasy??), e claro, tendo que estudar francês (a lição de casa foi estudar verbo... a professora que vá tomar no meio do PIIIIIIIIII...)
Alias, falando nela, que nojenta. Chegamos lá, e ela quis que a gente tivesse caderno. Por 90% não ter o caderno, ela mandou um: Vocês não estão de ferias! Deu vontade de jogar a mesa na cabeça dela. Ainda bem que a gente só vai precisar agüenta-la por mais uma semana. Ela vai ser substituída quarta que vem por uma nova professora. Enquanto isso vai ela mesmo... Eu tou tentando entender tudo que ela fala, mas falar alguma coisa, ainda ta foda...
Isso me lembra que eu não falei da volta pra casa, depois do mercado. A gente tentou pegar ônibus de volta, mas essa porcaria de cidade fecha tudo depois das 8. Até os ônibus não funcionam pelo jeito. Tive que voltar tuuuudo a pé, a partir da praça central da cidade, até os alojamentos. Acho que tava carregando uns 30 quilos nas costas,de tão pesado que tava. Ainda por cima encontramos uma negona gorda, que era de Benini (alguém depois tem que me dizer que porcaria de país da África é esse.... ela disse que é perto de Toga). Alem de eu não saber francês, ela falava tudo enrolado, parecendo um dialeto... Ela ia pra praticamente o mesmo lugar que a gente, e acabou vindo um bom pedaço falando de algumas coisas... Como a gente não consegue se comunicar direito, com certeza não foram muitas.

Dia 22/01 – 11:16 PM

Bom, depois do último post, que eu fiz hoje de tarde praticamente, a gente seguiu para o Aquarium, que, segundo a propaganda, está 6 vezes maior. Como eu não conhecia esse Aquarium, e nem mesmo La Rochelle, penso que 6 vezes maior que nada continua sendo a mesma coisa. Mesmo assim eu fui,porque provavelmente não acharia nada melhor para fazer. A gente estava querendo ir la mesmo se não fosse um passeio programado. Como foi, melhor ainda, porque a gente não teve que pagar. Foram 45 francos economizados, que da pra comprar duas lasanhas de microondas, ou então alguns quilos de macarrão (tou achando até estranho eu fazer essas contas...). A Elodie levou a gente para lá (chegamos todos atrasados ao ponto de encontro, óbvio. Algumas pessoas tinham ido andar de bicicleta algumas horas antes, e ainda queriam tomar banho 15 minutos antes do horário de encontro... Galera não tem noção mesmo...). Foi muito interessante... Cheio dos peixinhos naqueles aquários gigantescos. Parece o Sea World, só que é tudo em um só prédio, com 2 andares. Tinha tubarão (não me perguntem como se fala tubarão em francês, porque eh um nome muito do escroto), cavalo marinho, e vários peixes que eu nunca tinha visto. Ah, tinha também uma grande exposição sobre ostras, com filmes, microscópio, coisas do estilo. Como eu não conseguia tirar foto de quase nada (tirei umas 50 fotos, soh umas 15 ficaram mais ou menos e eu queria mostrar), eu só fiquei com a câmera na mão, parecendo um turista japonês babaca. Pelo menos eu respeitei o “no flash” que a mulher na entrada mandou pra mim quando viu minha câmera. Havia vários babaquinhas lá que não respeitavam, mas não era eu que seria o cavaleiro sinistrão em defesa dos peixinhos que iria lá, com meu francês super fluente, falar com o fotógrafo de meia pataca para tirar o flash. Pensando bem, não sei nem como se fala flash em francês (espero que seja flash mesmo, ou desisto de estudar essa língua podre).
Obviamente nem almocei, e dei graças a Deus que o passeio acabou (apesar de que ele estava maneiro mesmo, mas fome eh foda) porque deu tempo para ir comer uma baguete na boulangerie mais próxima. Claro que antes disso, logo depois do passeio pelo Aquarium, a gente cai em uma loja deles, para comprar um monte de souvenirs... Acho que copiaram a maneira americana de vender bichinhos, fotos, chaveiros, roupas, sapatos, bonés ........
A baguete nessa padaria é algo de maluco. Eles pegam uma meia baguete (algo em torno de uns 40 a 50 centímetros), e colocam um recheio, que pode ser de queijo e presunto mesmo, ou frango desfiado com queijo e salada, ou algo diferente, e vira um super sanduíche. Isso tudo por 20 francos, sendo que uma coca cola na night custa pelo menos 15... (no Aquarium tb). Se eu comprar a baguete e fizer o sanduíche eu mesmo, fica bem mais barato, mas aí eu não como na hora.
Vim para o quarto ficar respondendo emails depois de mais uma excursão pela monkey francesa. Eu acabei falando com um monte de gente no Icq lá, mas não pude ficar muito tempo, senão o dinheiro vai voando... Vou fazer as contas amanha para ver quanto dinheiro eu já gastei nas minhas coisas, porque eu tou só vendo dinheiro sair, e nada entrar... Acho que esse é um problema de vários brasileiros no Brasil, então eu não tou me sentindo tão desamparado assim. Meus pais disseram que não é para economizar na hora de comprar algo que eu gosto, mas acho que dá para fazer uns sacrifícios agora e ver se dá para gastar mais depois. Como eu ainda não tou pagando alojamento, não sei se o dinheiro vai sobrar ou não.
Para ver como eu estou em uma miséria só aqui (não tanto por falta de grana, mas meio por preguiça), eu só tenho água, batata frita e bolo no meu quarto, e metade do meu leite achocolatado na geladeira de alguém que eu nem lembro quem é. Só sei a localização da geladeira. De qualquer forma, daria pra ter varias coisas gostosas, e devo compra-las amanhã).
Que falta faz um despertador.. Vou ter que acordar meio no treinamento ninja que eu tinha. Como eu só tenho acordado depois das 11, eu tou meio preocupado se eu vou realmente acordar amanhã, ou se eu já vou perder a primeira aula... Vou tentar achar algum programa despertador aqui, mas não acredito que eu vá achar qualquer coisa aqui não...

domingo, julho 22, 2001

Dia 22/01 – 12:14 AM

La Rochelle consegue ser uma cidade muito linda... Ainda mais com esse sol que esta fazendo no verão daqui. Depois do primeiro dia, que estava um sol quente, mas havia um vento muito frio, todos os dias foram bem tranqüilos do ponto de vista do frio... Eu praticamente estou carregando um casaco para cima e para baixo de bobeira. Acabo nunca usando o casaco, e ainda por cima fico naquela preocupação de perder o casaco. Só que toda a vez que eu saio sem um, fica mais frio (lei de Murphy). Eu também já estou com o nariz todo ruim por causa desse ar seco que tem aqui, e por causa do cheiro de mofo (que não saiu) do meu quarto. Falando nele, acho que ele está mais bagunçado que nunca. Nem o meu quarto no Rio ficou tão ruim algum dia... Isso se deve provavelmente à minha preguiça de tirar tudo da mala. Não sei se é realmente interessante tirar tudo da mala, colocar nos armários (que são poucos alias), e depois ter que colocar tudo dentro da mala de novo daqui a um mês e meio, sendo que há a possibilidade de não caber tudo... Eu acho que vou conviver mais um tempinho assim, e se ficar muito ruim, eu arrumo tudo.
Estou acordando tarde pra caramba, porque aqui eu não consigo nem a porrada dormir cedo. O sol se põe perto das 10 da noite... Muito estranho isso. Eu tenho que fechar a minha janela só para poder dormir, porque o sol fica batendo na minha cara. Aí acabo dormindo até meio dia. Quando desci para ver se alguém ia almoçar, acabei descobrindo que metade da galera estava indo para a praia. Me troquei rapidinho e fomos para a Ilha de Re. Essa ilha é conectada ao continente por uma ponte gigantesca, e a gente vai de ônibus porque primeiro a gente não tem carro, e segundo porque mesmo se tivesse a gente não iria, porque o pedágio é uma facada. A gente pagou cerca de 16 francos de ida e volta. Quando chegamos lá, a desilusão... Obviamente a praia era uma porcaria, com um mal cheiro, e também com um monte de algas na água. A gente andou um pouco pela praia e tivemos uma surpresa ainda maior... Um grande número de pessoas estava pe-la-do! Isso mesmo! Pelado! E não tinha nada dizendo em lugar nenhum que ali era praia de nudismo. A gente ficou meio chocado, mas seguiu em frente. Queríamos encontrar uma praia descente, cheia de gente que não estivesse pelada heh. Fomos tentar pegar um ônibus, mas a gente acabou desistindo de ir para dentro da ilha. Primeiro porque estava difícil de pegar o ônibus, e ficar na praia ali seria mais tranqüilo. Segundo porque a passagem de ônibus ali era ainda mais cara. Não sei como alguém que mora ali consegue sobreviver... Encontramos um segundo pessoal que tinha ido para a ilha, e acabamos ficando na praia ali mesmo. Foi até engraçado, porque um dos garotos que estava no segundo grupo é meio cara de pau, e a gente acabou tirando fotos do pessoal peladao. Eu provavelmente não vou colocar essas fotos no meu álbum na internet, mas depois eu mando pra galera. O mais engraçado é que a gente ia e voltava, e obviamente o pessoal na praia já estava manjando nossa ‘tática’ de tirar fotos escondidas: ficar com a câmera na mão apontada para eles, e como quem não quer nada, tirar a foto. A gente chegou ao ponto até de tirar fotos nossas na frente dos peladões. Mas nada de mais, tudo muito família. Felizmente para os olhos das outras pessoas, eu decidi não aderir à onda naturista.
Após ficar tostando no sol um pouco (e acredite, estou bem queimado), fomos tomar um sorvete. Tá certo que era caro, mas naquele calor o sorvete parecia o melhor do mundo. Depois voltamos para a cidade, em uma viagem de ônibus muito chatinha, porque tive que ficar de pé, já cansado. Descemos na praça dos ônibus que fica na frente da catedral da cidade (muito bonita por sinal... há vários quadros e estátuas lá), e pegamos outro ônibus (é de graça se pegar o segundo ônibus 45 minutos depois de ter pegado o primeiro) e saltamos no mercado para fazer compras. Essa é a parte que eu vou menos ter saudade quando não tiver que fazer mais: mercado. Comprar comida, bebida, essas coisas é muito chato, porque além de eu não saber fazer comida e ter que comprar coisas semi-prontas, as coisas são muito caras. Eu pelo menos no Brasil não ficava olhando preço quando comia as coisas... Aqui eu vou ter que economizar um pouco. Pelo menos o dinheiro dessas bolsas que estão comigo estão rendendo.
À noite tomamos um vinho (na verdade foi quase uma garrafa pra cada um), mas nada que fizesse alguém cair. Eu nem senti muita coisa, para falar a verdade. Após essa pequena dose de vinho, fomos para um bar que tem la no centro. Eu só fiquei rindo das figuras que existem nessa cidade. Parece que só tem doido à noite aqui. Tem uns malucos que ficam alucinados dançando, cantando todas as musicas (em francês, que saco), e muitos gays. Alias, eu nunca tinha visto tantos na minha vida. Eles ficam dançando e se olhando no espelho... que nojento. Eu tento não olhar... heh. O que eu achei interessante é a quantidade de cigarro da galera. Era tanta fumaça que eu não conseguia respirar, e meus olhos ardiam como se houvesse pimenta neles. De tempos em tempos eu tinha que dar uma volta. A gente acabou entrando em outro lugar depois, onde a gente pagou 30 francos pra entrar (ouch) e ficamos mais um tempinho. Afinal, era o último dia da semana que poderíamos sair sem se preocupar em acordar cedo. Pelo que eu entendi eles dizendo, as aulas começam todos os dias por volta de 8 e meia. Para isso eu tenho que acordar umas 7 e meia, sem contar que eu tenho que tomar um bom café, porque as outras duas refeições são praticamente nulas por enquanto.
Tive que dormir tarde, e acho que vou almoçar agora, porque temos uma visita paga pelo CNOUS ao Aquarium da cidade.

sábado, julho 21, 2001

Dia 21/01 – 11:33 AM

Finalmente consegui me conectar, e baixar os meus emails. Vendo agora, dos 60 e poucos emails que chegaram, só uns 5 eram para mim. O resto se dividia em listas que eu sou parte, e spam. Obviamente, spam ganhou disparado, mas pelo menos são emails pequenos, e eu consegui pegar rapidamente. O que mais me tomou tempo foi mandar as fotos, porque eu não conseguia fazer o programa funcionar. De qualquer forma, funcionou no final, e já mandei para algumas pessoas o endereço. Ainda falta colocar o título das fotos, porque senão ninguém vai descobrir o que está sendo mostrado na foto. Eu acabo tirando mais fotos da paisagem do que minhas porque para tirar minha foto eu preciso ficar pedindo para alguém fazer isso, e acho isso um saco. Aí acabo tirando fotos da paisagem que, convenhamos, é muito mais linda que eu.
Infelizmente, não consegui fazer com que ele me cobrasse menos para conectar à internet, e então acabei pagando 30 francos mesmo. Se ir lá começar a virar rotina, vou ter que fazer contas dos gastos do mês. Eu ainda não comecei a fazer muito isso porque dá o maior trabalho, e estou com uma preguiça infinita. Vou ter que fazer uma agenda dos gastos, mas acho que só vou começar a fazer isso quando estiver em Toulouse, em minha casinha por mais de 1 mês e meio.
Ontem acordei cerca de meio dia e meia. Como eu não tinha nada para fazer de manhã mesmo, eu não me importei com isso. Alguém bate na minha porta e diz que estão indo almoçar (notem que nessa hora eu não sabia que horas eram, e então eu fiquei meio surpreso. Esperava que alguém batesse na minha porta e dissesse: “vamos tomar café?”. Infelizmente isso não aconteceu, nem mesmo hoje...). Fomos ao restaurante universitário daqui (ugh! Que medo!), mas a comida lá estava muito boa! Vai entender... Era 50 centimes mais cara, mas tava infinitamente mais bem feita, e mais com cara de comida. O único problema é que só era batata frita com filé de peixe, mais uma saladinha (sim! Aquela!), um iogurte, um doce e pão. Dá para alimentar... heh. Achávamos que essa seria a solução para todos os nossos problemas de comida, pelo menos no almoço, mas não é verdade... O restaurante fecha no dia 3 de agosto, por um mês (férias também). Como dizem, alegrias de pobre dura pouco...
Após o almoço rolou um grande city tour, guiado pela nossa anfitriã Elodie (é! O nome dela é esse mesmo! Só que tem que falar com biquinho), que é muito legal, e fica zoando os brasileiros. Tem um cara de Minas que só leva ‘patadas’ dela haha. É muito engraçado ver a gente tentando falar um francês macarrônico e ela ficar olhando pra gente com uma cara “O que que esse retardado tá querendo dizer mesmo???”. O legal é que ela mostrou bares e coisas para fazer além das torres (ah, essas torres são muito antigas, desde 1300 e cacetada) e dos prédios antigos. Lá no centro existem várias lojinhas, que estão em ‘promoção’, mas que geralmente estão muito caras mesmo. A única exceção a meu ver foi um casaco, que tava 259 francos. O casaco parece ser muito bom, então eu comprei. Tava precisando de um casaco impermeável com capuz. Ele vai me ajudar bastante quando começar a ficar mais frio...
O city tour também mostrou onde iríamos estudar, e disseram que começamos na segunda feira, às 8 e meia da manhã. Acho que vou ter que comprar um relógio... Vamos fazer uma prova provavelmente na segunda para saber o nível no qual vamos ficar. Espero não ficar muito lá embaixo, porque aí eu vou ter dificuldade de aprender muita coisa... Dizem que quem está com um nível de francês muito baixo fica com os chineses, onde eles aprendem o alfabeto, o bonjour, o au revoir, e outras coisas bem banais... Acho que já passei dessa fase pelo menos.
Na volta do passeio, passamos no mercado. Acho que percebemos que se fizermos comida as coisas começam a ser mais baratas. Infelizmente, eu não sei cozinhar e portanto comprei uma pizza para fazer no forno por 14 francos. Ela já era pequena, e ainda dividi... Mas pelo menos ficou a refeição mais barata que eu comi aqui até hoje... Comprei também um bolo e um leite achocolatado, para comer no café de hoje, mas ainda não os abri. A batatinha, obviamente, eu já comi metade, vendo Final Fantasy ontem :o). O pessoal saiu à noite, mas como eu estava meio cansado para ficar andando de novo, fiquei no meu quarto estudando um pouco de francês. Eu vejo o quanto estou limitado para falar quando eu tenho que ficar pedindo informação...
Não tirei nenhuma foto em La Rochelle ainda... Vou começar a andar com a câmera no bolso novamente, para ver se eu tiro fotos legais.

sexta-feira, julho 20, 2001

Dia 20/01 - Continuacao

Após esse pequeno passeio, viemos ao alojamento para descansar um pouco. Acabei descansando até demais. Acordei por volta de 11 e meia, e fui encontrar o pessoal lá embaixo fazendo social, e jogando xadrez. Como a maioria estava com fome, foi todo mundo que estava lá (os outros parece que morreram... ninguém mais os viu depois do almoço) dar um novo passeio, a procura de novas coisas para comer. A cidade já estava meio parada, pois as bebidas depois das 10 da noite estão proibidas (talvez para tentar eliminar a vida noturna da cidade... que saco). Assim, encontramos só um cachorro quente gigantesco, feito com pão francês e com um molho apimentado pra caramba (aliás, muitas coisas aqui são apimentadas... Estou ficando preocupado heh). Um colega aqui comeu o tal de Kebab, mas não achei com uma cara muito boa, apesar de ser muita coisa por um preço bem em conta. Fiquei com o meu cachorro quente tradicional mesmo. Após mais uma pequena caminhada pelas ruas, já vazias, voltamos ao hotel... Como estou sem sono, acabei escrevendo até demais. Acho até que isso é porque estou sozinho no meu quarto, sem fazer nada... É muito bom ficar sozinho no quarto, é uma privacidade bem legal.
Achei também um lugarzinho que parece a Monkey no Rio. É uma salinha para jogos em rede, com 15 computadores, e que parece que tem internet. Os preços são de cerca de 30 francos por hora, tanto para jogar, quanto para ficar lá de bobeira. Vou tentar amanhã levar meu notebook lá para checar email, mandar as fotos e outras coisas. Espero conseguir um preço melhor que esse, já que eu vou usar a minha infra estrutura, e só quero o link deles mesmo.

Dia 20/01 – 02:54 AM

Como devem perceber, se essas datas aparecerem direitinho nos meus posts (com certeza os posts vão estar com umas datas muito diferentes), eu tento escrever todos os dias (ate agora foram todos) logo antes de dormir. Como aqui a gente acaba saindo muito tarde, para tentar aproveitar ao máximo a estadia, chegamos bem perto dessa hora. Acho que as vezes a gente faz isso para poder ligar para casa em um horário mais interessante (5 horas a menos é foda... Estou esperando acabar o horário de verão para ficar uma hora mais parecida... E no verão do Brasil vão ficar apenas 3 horas...). Eu acabei de chegar em casa, e liguei para minha lovezinha... Como a voz dela é linda... (snif). Amanha vou tentar ligar para os meus pais, se não conseguir mandar um email.
Hoje foi a primeira vez que eu viajei de TGV. Acordamos cedinho lá no hotel IBIS, e fomos separados em grupos, cada um indo para uma cidade diferente na França para estudar francês: La Rochelle (a minha), Royan (uma cidade pequena na praia, logo abaixo de La Rochelle), Besançon (não sei dizer muito dela), Grenoble (frio, muito frio), e Vichy. Pegamos o TGV por volta das 11 da manhã, e chegamos aqui em 3 horas. Havia bilhões de malas, sendo umas 2 por pessoa sem contar as bagagens de mão, e só tinha mala grande. Os bagageiros do trem ficaram extremamente cheios, sendo que tínhamos que a cada estação ficar de olho, porque as malas estavam tampando sempre uma das portas de saída do vagão. Tirando isso, foi bem legal. Tirei o notebook para tentar ver um filme durante a viagem, porque existia uma mesinha muito interessante para fazer isso na minha frente, mas o Final Fantasy que o Mab me deu não funcionou muito bem com o notebook querendo fazer economia de energia. Assim, acabei desistindo, e fazendo social mesmo. Do grupo, são 20 pessoas, sendo 3 mulheres, vindo de vários lugares. Para dizer a verdade, não sei o nome da metade ainda, e acho que vai ficar assim por um bom tempo mesmo... Dei a idéia de fazer um banco de dados da galera com foto, mas acho que isso vai ficar para depois hehe.
Ao chegar a La Rochelle na estação de trem, pegamos um monte de carrinhos, daqueles que a gente coloca 10 francos, e depois ele devolve quando colocamos o carrinho de volta. Eram muitas malas, e o ônibus ficava muito longe para ficar levando na mão. A mulher que nos recebeu era muito legal, e, como todos os franceses que nos acolheram até agora, super simpáticos e sorridentes. Parece que eles adoram as merdas que os brasileiros fazem, porque eles não param de rir. Ela nos trouxe aos nossos alojamentos. Já na saída do ônibus tivemos nossa primeira surpresa desagradável: tínhamos que levar nossas malas até o alojamento, que devia ficar a pelo menos 100 metros de onde ele tinha nos deixado. Assim, levamos as malas usando as rodinhas mesmo (até que me dei bem nisso, porque consegui fazer um esquema com as duas malas grandes, que são da mesma marca, para juntar as duas, e assim puxar as duas de uma só vez. Ao chegar no elevador, a segunda surpresa... O elevador só subia até o sétimo andar, e meu quarto ficava no oitavo... que azar, tendo que levar as malas pesadíssimas pela escada... Posso dizer que não foi uma das melhores experiências que eu tive até agora, mas acho que sobrevivi bem (um amigo aqui me ajudou). O problema foram as garotas, que ficaram quase todas aqui em cima também, e que no caso não conseguiam trazer as malas (é foda, mulher traz mais coisa que pode carregar, aí os homens têm que ficar fazendo força por elas...). Conseguindo subir, a terceira (e não a última, calma!) surpresa: o quarto era daqueles menores possíveis, de 9 metros quadrados, tendo só uma cama, uma mesinha (a que eu estou usando no momento), um armário muito, mas muito velho, e um lavabo muito do porcaria. Há umas lâmpadas aqui também (são três, mas na hora eu só tinha achado uma). O travesseiro parece um cilindro gigante, estourou todo o meu pescoço quando fui tirar um cochilo. Tenho que aprender a usa-lo de uma maneira melhor. O quarto tinha o maior cheiro de mofo (estou sendo até bonzinho... ‘tinha’ é foda... acho que sempre vai ter). Quando fui abrir a janela para ver se ajudava em alguma coisa, a quarta surpresa: a cidade tem um vento muito sinistro. Tudo começou a bater aqui dentro, por causa da corrente de ar. Fechei a janela rapidinho, mas tenho que abrir de vez em quando para ver se esse cheiro sai. Joguei todas as minhas coisas por aí (finalmente não vou ter que ficar preocupado por um bom tempo em carregar essas porcarias), e troquei a calça e o tênis por uma bermuda e uma sandália. Essa foi obviamente a quarta surpresa: o vento é gelado pacas. Não teve jeito, passei frio. A gente acabou indo comer no McDonalds (é, de novo, e acho que vai ser uma constante), pois tudo aquela hora já estava fechado. Na França parece que não servem o almoço depois de uma certa hora. Depois de mais uns hambúrgueres, fomos andar um pouco pela cidade. Ela é muito bonita, com uma ótima vista do mar, com seus barquinhos, e com umas torres muito bonitas que datam dos séculos passados (depois eu vou ver de quando são exatamente). O frio continuava, mas seguimos em frente. Fomos ao centro da cidade para ver se existia algum supermercado legal, e acabamos achando. A cidade é bem pequena em comparação com Paris, mas ela parece ser bem arrumadinha, e cheia de turistas. Aqui onde estamos ficando é uma residência universitária, que parece ter pessoas do mundo todo estudando línguas e outras coisas. Comprei uma águas, mas deveria ter comprado comida também, como fui ver depois.

Dia 19/01 – Continuacao
Comidas à parte, o próximo passeio era uma visita guiada ao Chateau de Versailles. Eu sempre quis visita-lo, por causa da ostentação que dizem que o castelo mostra, e por causa do imenso jardim. Este foi o primeiro a ser visitado, logo após a gente entrar pelo portal do Sol (qualquer semelhança com o No Limite é mera coincidência). O jardim é magnífico. É tudo o que eu tenho para dizer sobre ele. Nah... tenho muito mais... Nunca vi tanto dinheiro jogado fora, nem tanta beleza em um jardim só. Além de ser muito grande, ainda por cima tem várias estátuas ornamentando os lados do corredor principal, e tem várias construções pelos lados. Os corredores parecem raios de Sol (claro, o Luis XIV achava que era Deus Sol... tinha que ser um Luis mesmo). O castelo de longe é outra visão imperdível. Mas o interior estava por vir...
Já dentro do castelo (depois de ficar super molhado, e ficar falando com o baiano da excursão sobre cultura e sobre a gripe grátis que a gente ganhou do CNOUS), vimos a primeira sala. Era uma das coisas mais bem trabalhadas que já vi, sendo que não era a única... Todas as salas tinham detalhes absurdos. A capela estava linda, e me disseram que Mozart já tinha tocado lá. Portanto, tirei uma foto (óbvio). Depois, seguimos vendo o quanto o rei era maluco. O cara só podia ter aquilo pequeno, por ser tão megalômano. Há também as viagens, que são aquelas do Rei ficar mostrando sua intimidade, porque era divertido... nunca vi nada divertido em ver a intimidade do rei.
Uma das ultimas salas é a galerie dês Glacês (sala dos espelhos), que era onde aconteciam os grandes bailes. Ainda hoje pode ser usado pelo presidente da França para fazer festas especiais, mas faz tempo que não utilizam. Depois disso vieram os quartos da maluca da Maria Antonieta (os dois reis mereceram morrer decapitados mesmo). Muita beleza nos quartos, mas quando eu penso quantas pessoas morreram de fome por causa dessa ostentação gratuita, eu fico até com pena. A Maria Antonieta gostava de gastar dinheiro, e por isso havia vários móveis que eram caríssimos, principalmente a ‘caixinha de jóias’, que mais parecia um armário (obviamente não há mais nenhuma jóia dentro da caixa.
Algumas alas estão desativadas, pois não encontraram os móveis originais (problemas de ter sido destruído durante a revolução francesa). Agora há um museu com parte da história da França, e há alguns quadros lá, como por exemplo o da Coroação de Napoleão.
Saí correndo do museu (sem deixar de pegar uma moedinha maneira, que tenho que pegar no Louvre também depois) para ir ao banheiro, mas descobri que ele custava 2 francos e meio. Tive que ir, pois estava apertado desde o começo da viagem para o castelo. Um amigo nosso resolveu ir utilizando nosso ‘ticket banheiro’, só para não pagar essa fortuna. E ainda por cima, depois de pagar tudo isso, tive que usar o mictório mais próximo da porta, o qual ficava exatamente aberto para a fila das mulheres. A única coisa que diferenciava eu fazer ali e fazer no arbusto é que ali tinha descarga. Pelo menos as mulheres não conseguiam ver tudo heh.
Mais chuva para ir até o ônibus... Acho que vou comprar um guarda chuva depois (ali estava muito caro, não tinha jeito). Alguns quase ficaram para trás, pois não sabiam que o horário tinha sido adiantado, para podermos nos arrumar antes da recepção... Mas mesmo com o adiantamento, nós tivemos que ir diretamente à recepção.
Lá, depois de pendurar nossos casacos (tou ficando chique hein!), tínhamos à nossa disposição um monte de vinho (e água e refrigerante, para os menos chegados), além de um monte de porcariazinha que não enche a barriga. Depois disso houve doces também. Mas o mais importante foi a nova conversa com os organizadores da bolsa. O monsieur Noilles estava lá novamente, e conversamos, juntamente com outros bolsistas que iam para Toulouse, sobre nossas dúvidas. Como sempre, ele não pôde responder muitas delas, porque ele é só organizador, e quem ‘trabalha são os tutores’ (palavras dele hein! Gente boa pra caramba!). De alguma forma, tudo vai dar certo no final (como sempre dá!).
Todo mundo estava bebendo muito. Vários já começaram a perder a linha, falando mais alto, fazendo mais merda... Pelo menos isso foi depois do embaixador do Brasil na França falar, seguido de um representante do ministério de affaires etrangères e de uma representante do ministério da educação francês. A galera não calou a boca um minuto, mas acho que nem daria, porque tava todo mundo meio alto já. Após isso, foi praticamente um social entre nós e uns guias que ficaram com a gente o tempo todo de nossa pequena viagem por Paris. Fomos praticamente mandados embora, pois eles tinham que nos dar instruções de quando e como estaríamos viajando amanhã.
A próxima notícia eu devo dar quando chegar em La Rochelle... Acredito que lá vou ter mais tempo de fazer minhas coisas, e finalmente, de estudar francês. Espero também que consiga algum jeito de descarregar minhas coisas para a internet....
Vou tentar agora ligar para a Vanessa... eu quero muito ouvir a voz dela... :o) <- homenagem para ela heh. Eu já consegui falar com ela a primeira vez, e eu gostei tanto que deu a maior saudade... Vou tentar não ficar pensando muito nisso, senão eu acabo não aproveitando nada... Mas que dá muita vontade de voltar para casa, isso dá.

Dia 19/01 – 01:47 AM

Finalmente consegui ligar para a Vanessa! Mas isso eu vou contar daqui a pouco... (apesar de ser bem importante e tal).

Hoje foi um dia que prometia muito, se não estivesse chovendo. A chuva realmente estraga quase qualquer passeio pelas ruas de Paris. Se a gente ainda fosse ao museu do Louvre, eu ainda acho que seria um ótimo passeio. Mas não. Tínhamos como programado um passeio pela manhã no Bateau Mouche (um barco que anda pelo Sena, mostrando os pontos turísticos que ficam às suas margens. Como estava chovendo e ventando bastante, o passeio perdeu um pouco do seu charme. O barco tem uma parte interna, com uns monitores mostrando fotos e uns auto falantes dizendo qual é o ponto turístico pelo qual estamos passando. Nessa parte não dá para se ver muita coisa lá de fora. Por isso mesmo existe a parte exterior, e a parte superior do barco, sem cobertura. Como eu disse estava chovendo... e ventando... nunca imaginei que o verão em Paris fosse tão frio. Eu, mesmo com um casaco um pouco grande, estava sentindo bastante o tempo, e não agüentava ficar muito tempo lá fora. Houve algumas fotos legais, mostrando as pontes (algumas das 36 que atravessam o Sena em Paris) e algumas construções. As fotos estão bem guardadas, obviamente. Em uma parte da viagem eu dormi um pouco, porque o dia ontem tinha sido longo. Só acordei quando estavam mostrando a pequena estátua da liberdade aqui de Paris. Eu fiquei extremamente chateado ao saber que a estátua que os americanos doaram aos franceses é praticamente uma miniatura da que os franceses doaram aos americanos. Como o pessoal dos EUA é mão de vaca... Mas, de qualquer forma, o passeio foi bem interessante. Havia algumas fotos que a mulher (bilíngüe, mas não sabia qual das duas línguas falava comigo) tinha tirado durante o passeio, mas não comprei nenhuma.
A perspectiva de um almoço igual ao do dia anterior não me animava muito... Talvez seja por isso que eu comi uns 5 ou 6 pães com muita geléia, presunto e queijo. Dessa vez existia um suco de laranja normal mesmo, além do suco esquisito de ontem (que deve ter sobrado um monte) e água. Tomei um café reforçado, mas mesmo assim estava morrendo de fome por volta de 11 e meia. Chegamos ao restaurante, e descubro que a comida é pior ainda... Tinha um arroz amarelado, com um monte de camarão e alguns frutos do mar (algumas pessoas falaram qual é o nome desse prato, mas não lembro agora). Comi o máximo que eu pude, para que eu não ficasse com tanta fome... A salada e a sobremesa salvaram novamente. Bebi também muita água para que a comida descesse mais rápido, e para que o gosto da comida sumisse rápido também. Fiquei na mesa com um pessoal do sul, se não me engano, e a gente ficou fazendo piadinhas sobre a comida.... Realmente, com uma comida dessa, só rindo mesmo... heh. Quando eu estava no Brasil eu estava brincando quando falava que eu iria emagrecer quando estivesse na França... Acho que não é tanta mentira assim...

Dia 18/01 - Continuacao...

Depois da MARAVILHOSA comida, acabamos indo para o Musee d’Orsay. Lá há várias esculturas e pinturas clássicas, impressionistas e realistas. Monet é muito maneiro, sem contar os outros impressionistas. Havia esculturas de Rodin, pinturas de Degas e Van Gogh, e muitas outras coisas. Não é um Louvre, mas é muito grande. A velha estação de trem tem seu charme, e aparece muito bonita nas fotos que eu tirei. Peguei um monte de papel de lá, espero que não perca até chegar no Brasil. Uma mulher nos acompanhou durante a maior parte da visita, mostrando alguns quadros e explicando o que estava acontecendo heh. Foi uma das melhores partes, porque a mulher sempre achava uns detalhes que eu nunca perceberia sozinho. Destaque para as fotos de mulher pelada, que absurdamente retratam mulheres gordas, quando na verdade deveriam retratar mulheres um pouco melhores. Esses pintores não sabiam de nada mesmo. Brincadeiras à parte, o museu é muito bonito, e vai valer a pena uma nova visita.

Um jantar seguiu a visita ao museu. Um jantar muito cedo, por volta de 6:30 da tarde, quando eu não estou acostumado a comer antes das 9. De qualquer forma fui comer. Tinha uma pizza lá, que a cara tava até legal, mas só até eu começar a comer... Era uma pizza de peixe (é! De peixe!) que estava meio ruim. Enchi de ketchup, e mandei brasa. Como sempre, a saladinha salvou (esqueci de dizer que era o mesmo lugar! De graça, até injeção...), mas dessa vez eu coloquei um molhinho de salada que dizia ser apimentado, mas que não era pouco apimentado... era muito! Tive que beber quase uma garrafa de água inteira (é, dessa vez bebi água de graça). Sobrevivi (estou aqui digitando), mas acho que não vai passar tão em branco assim... (a minha barriga já ta começando a reclamar).

Depois do jantar, eles nos liberaram para fazer o que quiser, e escolhemos andar por Paris. Entramos nos Jardins de Luxemburgo, onde a Catarina de Médici fez uns jardins maravilhosos (na verdade mandou fazer, mas todos entenderam), e várias esculturas lindíssimas. Foram obviamente retratadas com a câmera digital (até agora foi uma boa compra... vamos ver depois quanto custa umas pilhas...). Continuando a andar, descemos o Boulevard San Michel, e chegamos ao Sena. Visitamos finalmente a Notre Dame descentemente (sem entrar, pois acho que estava fechada), mas ela estava muito linda com aquele sol batendo na sua fachada... Demos a volta na Notre Dame, sem antes encontrar com um casal maluco de franceses, andando de patins, e segurando um som imenso, que estava tocando Caetano Veloso... Vai entender... A parte lateral e a parte de trás parecem mais bonitas que a própria frente da catedral.... Decidimos então dar uma passadinha no Louvre antes de ir para casa (é... outra maravilha de estar em Paris... vou ‘dar uma passadinha no Louvre’ é tirar uma onda gigantesca). Chegando lá, já escurecendo, resolvemos ficar esperando um pouco para escurecer de vez e ligarem as luzes. As fotos ficaram uma porcaria no escuro, mas valeu pelo papo que a gente teve lá (estávamos eu e o Reinaldo, e um pessoal de Minas). Voltamos de metrô para o hotel. O sistema de metrô é muito interessante, e dá para chegar em qualquer lugar de Paris de forma muito fácil, desde que obviamente a gente tivesse um mapa (a gente tinha vários, ufa). Os trens são velhos, e as estações meio caídas, mas ele funciona tão bem que eu não quero nem voltar a utilizar o sistema de metrôs no Brasil. O único problema (lógico, estamos na França) é o preço... 8,50 francos só para uma passagem. Mas deu tudo certo e chegamos aqui são e salvos (e cansados). Eu fiquei horas aqui tentando arrumar as fotos (não tem jeito, não lembro de jeito nenhum de todas as coisas que eu bati foto). Ao mesmo tempo, tentei ligar para a Vanessa mas não consegui (consegui pelo menos comprar um cartão telefônico, vou ver se consigo falar com ela amanha de manha). Como aqui são 5 horas de diferença, eu não agüentei ficar acordado até a hora de ligar para ela (que deve ser em torno de 3 da manha). Quero muito falar com ela....
Eu liguei para os meus pais, e lá tudo está bem. Eu só vou falar muito com eles mesmo quando começar a entrar na internet e conseguir mandar emails... Até lá, vão ser pouquíssimas ligações, e todas elas muito curtas (a ligação a cobrar da Embratel mata qualquer um...).
Vou dormir um pouco, pois tenho que acordar por volta de 7 e pouco da manhã... Depois tomar um banho e sair de novo!

Dia 18/01 – 01:47 AM

Como Paris é linda!!! Eu imaginava que iria gostar muito dessa cidade, mas não imaginava que iria gostar tanto! É uma cidade onde a gente parece que vive em épocas passadas, mesmo vendo coisas modernas, como lojas e tudo mais. Mas, vamos voltar ao início.

Café da manhã. Uma surpresa até agradável. Pães, croissants, e outros, juntamente com geléias e um melzinho. Tomei um café, pois estava extremamente com sono (essa rotina de dormir tarde e acordar cedo não vai dar muito certo... tenho que me acostumar com o fuso horário daqui...), e ainda por cima tomei água, pois o suco era de uma fruta que até agora não sabemos qual era... E não adiantava perguntar para ninguém, pois se a gente perguntasse ia vir um nome em francês do qual a gente não ia nem lembrar do que era... Mas foi uma boa oportunidade de conhecer mais gente ainda, tanto na fila (que já estava grande, mesmo eu acordando mais cedo que o resto) quanto na mesa, porque o pessoal que eu conheço não havia descido ainda. De qualquer forma, não comi muito, pois a fila aumentou, e eu achava que o almoço seria muito bom (e de graça, óbvio). Uma outra surpresa foi beber Evian como se fosse Minalba... maravilhas de se estar na França. Após esse maravilhoso café da manhã, seguimos para o ônibus, para começar o passeio.

City Tour: É... um city tour de ônibus por Paris não é uma das melhores maneiras de conhecer a cidade, mas deu para dar uma idéia de como Paris tem coisas para se ver... A mulher falava um nome após o outro, e falava de coisas de 200, 300 anos... Isso sem contar algumas ruínas de romanos, que são tão velhas que eu nem lembro quanto ela disse... Mas de qualquer forma, foi super legal. Tirei várias fotos (câmera digital é bom por causa disso... Tira-se foto sem se importar com ‘gastar o filme’). Algumas ficaram ruins por causa do vidro, e por causa da cabeça do resto do pessoal, e eu acabei apagando. As outras estarão disponíveis brevemente em algum site de fotos (assim que eu estiver com conexão). Ficaram em torno de 7 mega (só as de hoje! Imagina a viagem toda!). Vou falar de coisas mais específicas: A torre Eiffel é um show... É realmente tudo o que falam e mais um pouco. Quando eu penso que eu estou perto (relativamente, pois a gente parou meio longe, mas ficou legal para tirar fotos) de um monumento do qual eu sempre ouvi falar e quis conhecer, chego a ficar emocionado. Tirei várias fotos, de vários lugares da torre diferentes, mas estarei esperando ir a Paris de novo (pois acho que não vai dar tempo dessa vez) para poder tirar fotos de bem pertinho, e de poder subir nela também. Tinha umas ‘abelhinhas’ (mulheres vestidas com umas asinhas pra fazer propaganda) que estavam lá também, e ficaram enchendo o saco para eu habilitar um celular pela companhia delas... Isso eu só vou ver depois. Elas acabaram tirando foto com os bolsistas mesmo (única coisa útil que eu vi nelas hah). O arco do Triufo então, é o espetáculo. Só não entendi porque a batalha de Waterloo não está colocada lá (brincadeira heh). Como a gente não parou, acabou que eu nem consegui tirar fotos dele. Disseram que o melhor lugar para se ver o arco do Triunfo (o médio, que é o mais famoso), é vendo de onde fica o pequeno, justamente pertinho do Louvre. Mas, graças a uma porcaria de uma roda-gigante, a vista estava encoberta. Acabei tirando foto só do arco do Triunfo pequeno (25 metros), que estava muito bem iluminado pelo sol. A pirâmide do Louvre só apareceu em uma foto mesmo, mas depois eu consegui pegar melhores (conto depois).

O almoço foi um lixo. A gente foi comer no restaurante universitário do CNOUS, e foi uma gororoba só. O frango bonitinho tinha acabado na minha vez na fila (que por sua vez foi uma bagunça, com pessoal furando, pois a gente não sabia o que fazer), só restou um resto de frango muito do vagabundo, batata assada (com gosto horrível, não sei porque), e uma pasta verde (que parecia espinafre), mas que eu não tive coragem nem de perguntar o que era. Acabei pegando só o resto de frango e as batatas. O que salvou foi a saladinha, que era bem normal (alface e tomate). Uma sobremesa para completar (um flan tipo o que temos no mercado no Brasil mesmo, mas pior). Quando peguei um refrigerante, percebi que tinha que pagar 5 francos (uma pechincha em termos de França), e descobri que a água é de graça... Vou tomar água depois heh.

Dia 17/01 – 01:12 AM

Alguns dias eu vou colocar aqui desse jeito, de forma que os posts se encontram em dias diferentes dos dias que eu escrevi... Esse é um dos problemas de não ter encontrado um jeito fácil e barato de entrar na internet. Assim, eu vou escrevendo por aqui mesmo e depois é só ler o lugar certo...


Acabou de terminar o primeiro dia de viagem... Saída do Rio no dia 15 as 23:40, e chegada aqui em Paris as 7 e pouco, hora local, com escala em Lisboa.

Rio de Janeiro – Foi uma despedida e tanto... Acabou que alem dos meus pais, da Vanessa e da Mãe dela, foram vários amigos, tanto da faculdade quanto do irc... Foi muito legal todos terem ido, foi muito bom para fazer com que o sentimento de deixar tudo para trás fosse um pouco menor... O pior foi a despedida final, quando eu entrei pelo portão de embarque... Acabou que eu e a Vanessa choramos, e meus pais também... Chorei depois na chegada no avião, quando eu li a carta que a Vanessa me deixou... Várias coisas que estão lá eu já havia pensado há algum tempo, mas ainda não tive chance de dizer isso a ela... Alguma hora eu consigo ligar para ela, mas vou ver como...

Lisboa – A viagem foi estressante, desconfortável (varias horas sentados em uma cadeira, sem poder deitar para dormir). O filme até que seria legal, se eu não tivesse com tanto sono. Só que mesmo tendo sono eu não conseguia dormir, e nem ver o filme... Acabei rolando por várias horas, até conseguir cair no sono. Assim que eu consegui, a viagem foi bem menor. Acordei com uma hora e pouco de viagem faltando. O início da viagem foi bem legal, alias, pois eu conheci muita gente do programa. Há um Luiz Gustavo de Campinas, que acabou ficando quase no meu lado no avião, e ainda por cima tava usando uma camiseta que eu também trouxe uma igual. Há também um pessoal grande do IME, e ainda o pessoal de Porto Alegre e Minas Gerais... Todos muito legais alias. Chegando em Lisboa, só deu tempo de comprar coisas no free shop. Acabei encontrando uma câmera digital em conta (500 dolares... agora não sei mais se foi tanto em conta assim). De qualquer forma, vai ajudar bastante a eu ter um diário de viagem bem legal. Espero estar colocando as fotos que eu tirei logo logo para todos poderem ver. O único problema foi o troco, que teve que ser em escudos, mas que foram poucos.. Como o escudo não vale nada, eu só consegui comprar um café por 200 francos... Eu só queria mesmo gasta-los antes de ir para Paris. Assim sendo, peguei o vôo para lá.

Paris – Finalmente, depois de mais de um ano de enrolação, chegamos na França. Descemos em Orly, e fomos direto pegar a bagagem. Fomos atendidos por duas garotas do CNOUS muito atenciosas, que nos levaram ao ônibus e depois nos levaram para carimbar o passaporte. Ficamos lá durante horas, esperando eles se decidirem, e só depois fomos para o hotel. Carrega mala pra cá, carrega mala pra lá... Putz, que saco, muito pesado. Como perdemos o jantar (chegamos lá por volta de 10 horas, a hora que fecha o restaurante), tínhamos que jantar por conta própria. Fomos ao McDonalds mesmo, e compramos comida... Como é caro aqui... Acabei comendo 4 hamburgueres e 1 coca média, pagando 30 francos (cerca de 9 reais, caríssimo para os padrões brasileiros). Um grupo ficou enchendo o saco para andar por Paris (já era quase meia noite), mas eu não tava com pique depois dessa viagem toda... Acabei voltando pro hotel. Descobri um computador la embaixo que na teoria entraria na internet, mas não consegui entrar no icq,nem checar email... O browser que tinha lá parecia muito antigo. Vou tentar depois em outro lugar, mas acho que sera melhor eu esperar ate chegar em La Rochelle. O tal Luiz Gustavo acabou ficando no mesmo quarto que eu. Ele é bem gente boa, então vai ficar tranqüilo. É legal para conhecer pessoas novas. Tirei algumas fotos, do quarto e de um cartaz que eu achei engraçado (pelo menos se tentar traduzi-lo ao pe da letra). Depois eu tiro mais fotos, mas por enquanto eu tou querendo saber quanto de pilha eu vou gastar com tantas fotos assim.
Amanhã (hoje de manha, no caso) é um longo dia... Começam os passeios por Paris. Depois eu coloco o programa aqui, e o que fizemos... Bem como as fotos, é claro.

domingo, julho 15, 2001

Provavelmente eu nao estarei atualizando isso, a nao ser que ache um cybercafe baratinho em Paris (ou mesmo que ache um, nao sei como vai ser o esquema desses dois dias la. Nao sei se vou poder ficar saindo do hotel...). Alias, se eu sair do hotel, vou ter q ficar gastando meu frances, e acho realmente que vou acabar me perdendo.. heh
Acho que vou ter que decorar aqueles livrinhos de viagem no aviao.. Senao as gafes ja vao comecar no aeroporto de la...
Gostaria que esse blogger tivesse uma interface local, que só fizesse a atualização quando conectasse e tal... Acredito que eu vá gastar bastante em linha telefônica lá se eu demorar muito pra escrever ;)
Bem, é isso. Uma ótima viagem para mim! E um abraço para todos que lêem isso. A próxima notícia será da França!

Bom, é agora! Hoje é o grande dia! Hoje, exatamente às 23:40, nao sei ainda em qual portao nem em qual terminal, estarei embarcando para a França. Começa hoje o ano e um mês que vou passar fora do Brasil, longe de tudo que conheço...
Alias, falando nisso, eu acho que nunca senti tanta saudade de alguém quanto eu vou sentir da Vanessa... Mesmo passando vários dias com ela antes de viajar (a gente estava junto os últimos dois dias), eu acho que ainda nao está bom... Ah, a quem estou querendo enganar... acho que nenhum dia a mais seria suficiente :P
Vou tentar entrar no aviao sem chorar, mas vai ser dificil...

É... Eu acho que nao tive tempo para consertar o erro, e acabei nao colocando nada das despedidas... Mas provavelmente voltarei a elas quando a saudade bater (e pelo que estou sentindo hoje, vai ser logo...

segunda-feira, julho 09, 2001

DROGA! Eu havia escrito um texto enorme sobre as despedidas de sabado e domingo, mas essa porcaria de Netscape e' todo enrolado... Eu acabei perdendo tudo, e o meu ultimo post sobrescreveu tudo... Nao entendo como podem fazer uma coisa tao merda para Netscape... Vou continuar com meu explorer...
Talvez mais tarde eu escreva algo de novo....

Ah, e aqui estou eu para dar uma otima noticia (para mim obviamente). Eu nao preciso fazer nada para trancar minha faculdade! Finalmente algo de bom na PUC, que eu nao vejo nas outras universidades. Como a gente tem uma central de intercambio aqui, eles tomam conta desses assuntos chatos para a gente, porque eles querem mesmo que a gente va' sem preocupacoes. Enquanto isso, eu vejo pessoal de outras universidades correndo atras de papel, correndo pra trancar matricula... Como e' bom estar em um lugar organizado e que se importa com o nosso crescimento, e nao apenas com o dinheiro... :)
Alem disso, consegui acabar meu ultimo trabalho... So' falta agora o relatorio da PIBIC. Alias, o que acham que eu estou fazendo na PUC essa hora, hein? HEIN? :)

domingo, julho 08, 2001

Falta só uma semana! Que medo!!!

Mais um dia.... Ontem foi o dia em que começamos a terminar o trabalho final de Redes Neurais. Só falta agora terminar o artigo, e enrolar bastante a professora, pois os resultados foram terríveis. Eu realmente estou sem saco de ficar melhorando os valores, e mesmo de fazer um trabalho bonitinho. Nessa hora eu só quero é passar.
Minha lovezinha ta aqui comigo agora... Como eu vou ficar com saudade de ficar do lado dela... :(
Hoje ainda tem a despedida do pessoal do canal... Vamos ver se a galera realmente vai, ou se vou ficar lá sozinho com a Vanessa :)

quinta-feira, julho 05, 2001

Devo ser um dos caras mais chatos ever. Nunca vi eu reclamar tanto de coisa pra fazer... Só lendo isso aqui que eu percebo isso. Aliás, isso me lembra que um dia eu estava conversando com o dono da banca que fica em frente da Wiz (onde eu trabalho), e conversa vai, conversa vem, eu reclamo (de novo! viu?) do quanto eu estou trabalhando. Ele então vira pra mim e diz "Fique feliz, pois tem muita gente procurando o que fazer, mas não consegue trabalho". Profundo, nao? Realmente, estou feliz. Pelo menos estou achando algo interessante pra fazer. Depois fui saber que o dono da banca é um analista de sistemas formado, e isso me deixou preocupado. Será que meu futuro é ter uma banca também? Veremos no futuro...

Hoje foi um dia bem chato... Acabei não fazendo muita coisa de útil, por motivos já ditos (e se não ditos, sabidos por todos)...
Um dia de pouco aprendizado, nenhuma vontade de fazer algo.... Sem contar que nada do que eu fiz funcionou...
Vi apenas metade do Finding Forrester, com o Sean Connery, porque só acabei gravando um dos dois cds do filme. Espero gravar amanhã, porque estou curioso pra saber o final do filme. É claro que no final tudo vai acabar bem para o negão escritor, e o Sean Connery vai fazer algum discurso com várias palavras difíceis (que eu nao vou conseguir entender porque meu ingles está péssimo). Mas... ficar pela metade também é foda. Parece um bom filme, anyway.
Chegou finalmente a minha passagem lá na agência de viagens. Provavelmente eu vou amanhã cedo buscá-la, para ficar logo com isso na mão. Pelo menos me dá mais segurança.
O difícil é saber que todo o meu trabalho que é pra segunda não está funcionando nem um pouquinho, e que eu também não fiz NADA do relatório para o PIBIC... Assim eu vou acabar estressado e morrer do coração dentro do avião... :)
Infelizmente, já não dá mais vontade de fazer nada, porque eu não aguento mais... Isso tem que parar alguma hora, de qualquer maneira. Acho que vou fazer uma coisa qualquer pro trabalho de redes neurais (pena que é em grupo!), e fazer um relatório do PIBIC o mais rápido possível, falando apenas no método, e mostrando algumas fotos. Acho que vai ser o suficiente...
No mais, espero ter acesso lá na França pra conseguir continuar escrevendo aqui. Estou começando a gostar :)

Assim eu tou achando que eu vou acabar sendo um escritor ao invés de um engenheiro... Apesar que meus posts parecem um adolescente falando de sua vida... heheheh

Hoje foi o dia de ir ao consulado para pegar o Visto... Normalmente o visto não é necessário mais para ir para a França, nem para nenhum país da Comunidade Européia, por três meses (embora eu tenha descoberto hoje que, para ilhas tipo Tahiti precise... vai entender), mas eu preciso porque eu vou ficar mais de três meses (bem mais, se for ver ;)). Ai fiquei la de 10 ao meio dia... Realmente, achava que ia ser mais facil, porque tava todo mundo falando que era tranquilo... Só que a mulher resolveu encrencar com meu exame médico, não sei porque, dizendo que eu precisava levar meus exames pra ela ver... Como se ela soubesse mais que a médica que já tinha me examinado ontem... Depois de mais uns xerox que eu tinha esquecido, eu acabei conseguindo finalmente a assinatura do Cônsul, e tudo está bem. Pelo menos essa demora serviu para eu conhecer um pessoal que estava indo para a França também. Dois deles são também alunos de engenharia que vão também pela Capes, um para Paris e o outro para Clermont-Ferrand, se não me engano. Também tinha duas garotas lá, muito legais por sinal. Uma vai para Paris, para fazer doutorado em biologia (Christine, se nao me engano), e outra vai estudar francês durante um ano (!) na França, de bobeira.. Isso que é bom hein! Ainda tinha mais uma que ia ficar 7 meses lá num hospital... Isso é ter muita coragem, ir trabalhar num hospital falando francês... tomara que ela não mate ninguém lá.
Depois dessa estadia em território francês de duas horas (é, nunca entendi porque consulado é território do país.. quer dizer que eu já estive várias vezes com um pé em cada país hoje), eu fui trabalhar, fazer algumas entrevistas, e finalmente ir à dentista... 2 horas no trânsito, mais meia hora esperando, para ficar 10 minutos lá e ela me dizer que nao vai tirar essa porcaria de aparelho da minha boca heheh. Vou ter que ficar esse ano com esse 'aparelho' (na verdade não é bem um aparelho, mas sim um ferrinho que segura os dentes de baixo para que eles não vão 'passear'). E mais 2 horas para casa... Tem horas que eu acho q não vale a pena viver... hehe
Depois... trabalhos, trabalhos e trabalhos!

terça-feira, julho 03, 2001

Hoje conheci mais uma moradora do dito 'primeiro mundo'... Realmente, é muito engraçada a cultura deles na França... Parece que eles sempre estão meio travados em relação às outras pessoas... Falta aquela naturalidade que a gente já está acostumado aqui no Brasil... E aí fica engraçado conversar com alguém. Eu achei bem interessante uma consulta médica feita por uma médica francesa... Ela parecia ter medo de tocar em mim pra medir pressão. Alguém já viu isso num médico brasileiro? heh

Ontem nao deu para atualizar aqui... Acabei chegando muito tarde.
Fui ontem ali na Cobal do Leblon, encontrar com um pessoal... Como sempre fui chamado pelo X-Tenho-q-sair-Shadow, e que tinha chamado mais pessoas... Entre elas a Carol (que é muito engraçada por sinal), a irmã dela Fernanda (essa já mais conhecida, mas não menos engraçada), a Mari (que me deu tantas patadas em uma só noite que eu nao quero nem comentar sobre), e um frances com sua esposa (esse cara barra todos.. é de longe o mais figura, e eu ri tanto dele que eu quase morri). Eu realmente nunca entendi a ligação do destino que nos levou a encontrar essa figura (um que conhece outro que conhece outro que conhece outro... acho que todos já passaram por isso)...
O frances (cujo o nome é Jean Charles btw), estava mostrando a reportagem que saiu no Jornal dos Sports sobre ele e o Oswaldo de Oliveira (quem fez a reportagem foi a Carol... maneiro né? :)) e tava mostrando pra todo mundo... Era super engraçado, todos os garçons viram a reportagem. A cada um que ele chamava pra mostrar, eu quase morria de rir :)
De resto foi chato pra caramba, porque eu estava de jejum para tirar sangue hoje de manha, entao eu nao podia comer nada... Acabei ficando com fome e o máximo que eu fiz lá foi beber um copo de água sem gás. Que maneiro ir na Cobal pra isso! Na próxima eu vou lá para cair de tanto beber (ou não!).
Finalmente, consegui tirar a porcaria do sangue com mais de 12 horas de jejum (na verdade foram 15 horas, mas ninguém quer saber disso lá... eu poderia morrer sem comer que eles estavam pouco se importando com isso). Eu adoro ver sangue... Mas acho que a enfermeira lá deve ter me achado com cara de boiola, porque ela falou "Se não quiser olhar, vira a cara pro outro lado"... Fala grosso! Onde já se viu uma enfermeira falar isso de mim? Quase dei uns sopapos nela.
Depois de uma grande consulta médica no oftamologista (onde pinguei aquele colírio maravilhoso), fiquei sem enxergar durante um bom tempo... Pupila dilatada é o pior que pode acontecer... Ainda mais eu que adoro ficar lendo coisas. Enquanto eu estava cego, fui comprar um óculos novo (não me perguntem qual foi a lógica disso). Eu realmente não achei muitos óculos que eu gostei... Mas teve um que quase comprei que era a bagatela de 1200 reais... Obviamente a voz da razão me falou para não fazer essa besteira, e aí peguei um meio vagabundo mesmo e paguei 200 (bem melhor hein!).
Após umas 20 horas de jejum, eu finalmente fui almoçar... Como uma pessoa consegue ficar dias sem comer? Eu ainda não entendi...
E à tarde fui conhecer o Consulado da França... Que prédio porcaria... A entrada parece a entrada da minha cozinha, só tem uma porta (com detector de metais, que cismou em ficar apitando quando eu entrei...). Fui na consulta médica lá, e acabou que ela me aprovou (após perguntar sobre todas as gerações da minha família até meus tataravós, para ver se eu tinha antecendentes de doenças na família, e de ficar perguntando se eu tinha tomado vacina, e quando... Eu vou lá lembrar?). Acabou tudo bem, graças a Deus, e amanhã devo ir tirar meu visto finalmente... Espero conseguir, ou então vou ficar importunando a vida dos meus amigos brasileiros aqui durante esse ano (achavam que iam se livrar de mim assim fácil, né???).
Depois desse testamento, deixa eu fazer algo útil na minha vida... Ainda faltam porcarias de trabalhos pra puc...

domingo, julho 01, 2001

Já falei que tou cansado? Acho que já.. mas tou tão cansado, mas tãaaaaao cansado, que eu resolvi colocar outro post aqui... :D

Ontem fui la na casa da Vanessa pra ver uns filmes, pq a mae dela tava meio doente... Entao aluguei As Panteras (nao, nao vi de novo, pq eu dormi... tava muito cansado.. tinha acordado cedinho pra fazer trabalho), e Duets... que veio a ser um filme bem legalzinho, apesar de eu estar achando que era um saco... Pelo menos eu consegui ficar bastante tempo com ela, aproveitando ao maximo... Só que hoje voltei ao batente, tentando terminar essa porcaria de semestre, que já nao aguento mais. Só falta a prova e um trabalho amanha, e mais um trabalho pra semana que vem. A prova é de Redes Neurais, não entendo nada, e não estou com vontade de entender a essa hora... Mas de qualquer forma, eu tenho que passar :)
Espero poder ter mais tempo pra aproveitar meus dias aqui... Estou completamente sem saco de fazer essas coisas de trabalho... Quero mais é descansar.
Essa semana deve ser uma das mais corridas... Cheio de papeis para pegar, lugares para ir... Ah! Dá preguiça só de pensar em tudo que eu ainda tenho que fazer... Mas vai dar tudo certo no final, como sempre dá...