Dia 23/07/2001 – 11:58 PM
Hoje foi o primeiro dia cheio mesmo que eu tive... Começou com a aula de francês às 8 e meia. Para eu chegar essa hora la, eu tenho que acordar por volta de 7 e 15, porque eu fico enrolando de manha para acordar, e acabo me atrasando. Como eu não queria chegar atrasado logo no primeiro dia de aula de francês, eu coloquei o meu palm e o notebook para despertar nesse horário, alem de pedir para Deus e o mundo para me acordarem cedinho. Acho que bateram umas 3 pessoas aqui na minha porta, só pra me acordar. Pelo menos tou vendo que a galera ta prestativa. Eu fui correndo na geladeira pegar meu leitinho achocolatado (muito bom por sinal... melhor que Nescau), e tomei meu café da manha pobre. Quando desço, lembro que existe o café da manhã aqui da nossa residência, que é só 16 francos (o almoço no restaurante universitário tá 15,30, vai entender...). Corremos para a aula, para chegar la e descobrir que a aula só começa as 9 horas. Felizmente a professora (francesa) chegou um pouco antes, então não precisamos ficar esperando muito por ela.
A aula foi um saco, obviamente. Eu esperava apresentações, teste de nível de francês, e outras coisas... Quase acertei. As apresentações ocorreram, cada um com um francês mais macarrônico que o outro. O teste não vai haver por enquanto, porque a gente vai ficar num grupo só de brasileiros mesmo (apesar de todos acharmos que isso é besteira.. vamos acabar falando português entre a gente, e não aprender nada). A gente sempre paga por estar no lugar errado na hora errada. Todo mundo está de férias, e só a gente estudando (isso explica o porque de a faculdade que a gente estuda estar vazia...). Aliás, a faculdade se chama Flash (maneiro não!). Faculté de Langues, Arts e Sciences Humaines, ou algo assim em francês. Eu, como estou morrendo de sono, não vou nem sonhando procurar o nome direitinho, alguém que se vire para ver isso pra mim.
Acabada a tortura, era hora de correr para mais um almoço. A surpresa do dia foi que os preços do bandejão vão aumentar! Isso mesmo, inflação em plena França! E pensar que logo ontem estava falando do quão foda esse pais é, por imprimir o preço na embalagem de quase todos os alimentos, prova de que não aumentava o preço! A comida estava muito boa, apesar de eu não gostar muito de feijão branco (o tempero parecia de miojo... hmmm que bom!), e da mulher CONTAR as porcarias dos nuggets de peru (po, só 6 é dose pra criança né! Pelo menos 12!). As duas saladinhas acompanharam, e deu uma super refeição. Tem um iogurte açucarado aqui (sem gosto nenhum, só açúcar) que foi a sobremesa. Nego fala muita merda na mesa do almoço, principalmente porque somos os únicos que falamos português aqui... Uns amigos ficam a cada 2 minutos chamando uma mulher de gostosa, altao, sem que ela entenda porra nenhuma (pelo menos esperamos que não...). Assim, é muito engraçado ficar chamando o cara do lado de babaca, sem que ele nem perceba...
A sala multimídia deles lá é uma merda. Além do Windows em francês (sabiam que Start = Démarrér???), tudo é tão bem configurado que eu não consegui ligar outro computador la. A única coisa boa foi que eu consegui entrar no computador do professor (só um burro pra colocar login “professeur” e senha “professeur”... que difícil de acertar... Pude só ficar vendo jornal, e ficar zoando os outros com os microfones. Tive que ir na monkey só pra mandar e receber meus emails.
Logo depois, uma viagem gigantesca para o Carrefour. Ele é muito grande aqui, e tem bilhões de coisas pra comprar. Finalmente comprei meu kit de sobrevivência de garfo, faca, colher, pratos e copos. Só faltam as panelas agora, mas vou deixar para comprar depois. Comprei um mooooonte de comida, e ta tudo aqui parado ainda. A única coisa que comi foi um super peito de franco recheado com catupiry, muito do bom. Alem disso, rachei um macarrão com mais 7 brasileiros aqui, e comi do meu pão amanteigado juntamente com um queijo (não me pergunte qual, eu fechei o olho e peguei o que tava na minha frente... são bilhões de queijos também).
Tou finalmente aqui, cansado pra caramba, terminando de escrever isso... Morrendo de sede (que droga que colocaram naquele macarrão hein? Ecstasy??), e claro, tendo que estudar francês (a lição de casa foi estudar verbo... a professora que vá tomar no meio do PIIIIIIIIII...)
Alias, falando nela, que nojenta. Chegamos lá, e ela quis que a gente tivesse caderno. Por 90% não ter o caderno, ela mandou um: Vocês não estão de ferias! Deu vontade de jogar a mesa na cabeça dela. Ainda bem que a gente só vai precisar agüenta-la por mais uma semana. Ela vai ser substituída quarta que vem por uma nova professora. Enquanto isso vai ela mesmo... Eu tou tentando entender tudo que ela fala, mas falar alguma coisa, ainda ta foda...
Isso me lembra que eu não falei da volta pra casa, depois do mercado. A gente tentou pegar ônibus de volta, mas essa porcaria de cidade fecha tudo depois das 8. Até os ônibus não funcionam pelo jeito. Tive que voltar tuuuudo a pé, a partir da praça central da cidade, até os alojamentos. Acho que tava carregando uns 30 quilos nas costas,de tão pesado que tava. Ainda por cima encontramos uma negona gorda, que era de Benini (alguém depois tem que me dizer que porcaria de país da África é esse.... ela disse que é perto de Toga). Alem de eu não saber francês, ela falava tudo enrolado, parecendo um dialeto... Ela ia pra praticamente o mesmo lugar que a gente, e acabou vindo um bom pedaço falando de algumas coisas... Como a gente não consegue se comunicar direito, com certeza não foram muitas.
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