segunda-feira, outubro 01, 2001

Dia 27/09/2001

Estou na minha casa nova! Posso dizer que é quase uma porcaria, mas tem uma vantagem que não havia na casa dos meus amigos: estou sozinho. No mais, estou sem cozinha, sem banheiro nem ducha no quarto, sem luz (só tem uma luzinha mixuruca em cima da cama e um abajur). Resolvi acordar bem cedo para acabar com essa minha situação vergonhosa, em que todas as pessoas que estavam morando de favor já tinham se mudado (ou viajado), e eu ainda estava lá... Todo mundo meio que me apunhalou pelas costas, mas acho que não fizeram por mal. De qualquer forma, a Marie Christine, nossa responsável, foi super gentil, e me arranjou o quarto na hora (mesmo tendo vários estudantes querendo um quarto e não conseguindo). Vim direto para cá ver o meu quarto, depois fui depositar dinheiro, e fui para a faculdade ver em que ônibus eu estava.

Aliás, eu não falei que eu ia viajar. Todo ano, na minha faculdade (e eu fiquei sabendo que na maioria das faculdades), eles fazem um fim de semana de integração. O diretório de estudantes, que é bem forte por aqui, organiza esse fim de semana sempre em uma cidade com praia perto daqui, sendo que a cidade exata sempre é um segredo até que entremos no ônibus. Muita gente se inscreve (quase todo mundo que entrou agora e a grande maioria dos veteranos) porque a viagem tem fama de ser muito legal... Dessa vez deve ter umas 450 pessoas inscritas... A viagem é baratíssima (400 francos para três dias com tudo incluído) e ainda tem vários jogos e diversões para todo mundo. É uma grande chance de ficar conhecendo pessoas e ficar batendo papo em francês. Aqui o esquema é bem diferente, porque é uma escola de engenharia e, como tal, sempre tem a maioria de homens. Ou seja, a galera vai lá para perder a linha. Vou levar minha câmera e vou ficar esperando os momentos interessantes... Estou partindo amanhã.

O fim do meu dia não foi um dos mais agradáveis. Eu tive que andar de ônibus pela cidade toda, só para ir até o INSA, pegar minhas coisas, traze-las (sendo que estava muuuuito pesado) até minha nova casa. Eu trouxe muita coisa, mais do que meus braços e costas podem carregar, como sempre. Na verdade, sempre carregamos mais do que podemos... Esse negócio de mudança nunca foi muito divertido... Eu ainda por cima já tinha andado metade do caminho para o ponto de ônibus lá no INSA, e só aí eu consegui lembrar que eu havia esquecido minha toalha lá... não agüentei voltar para pega-la, e vou depender do Coruja para que ele traga amanhã... Se ele não trouxer, vou ter que me utilizar de uma camiseta durante 3 dias... Ainda depois de carregar tudo isso eu fui jantar com o pessoal da outra residência lá no restaurante universitário deles (que é um pouco melhor). Melhor uma pinóia. Eu comi purê de batata (ruim, tava doce) e presunto (presunto? Que diabos!). O que me salva é a sobremesa, que era um lancezinho de chocolate (agora lembro que esqueci minha barra de chocolate lá também... e meu xampu e sabonete...). E ainda tenho que andar de ônibus toda hora. Ainda bem que eu comprei por 1/3 do preço um ticket de ônibus ilimitado durante 20 dias, porque o Rodrigo não ia mais utiliza-lo... Daqui a pouquinho vou dormir, sem tomar água (não tou com espírito de aventura hoje, e não vou experimentar a água da torneira da minha pia aqui no quarto) e dentro de um saco de dormir (porque obviamente não trouxe uma roupa de cama para usar aqui...