segunda-feira, outubro 01, 2001

Dia 20/09/2001

Eu até fui à tournée de bars, mas não teve nada de mais. A gente apenas foi visitar alguns dos bares que estavam na lista, mas nenhum deles estava muito cheio de estudantes, exceto o último. Eu estava com mais dois brasileiros só e mais um alemão. Encontrei um monte de gente da informática do N7 em um dos bares, e eles disseram que o fim da noite era no tal de Bodega Bodega (que nome horrível). Realmente, lá estava bem legal, porque era um esquema mais boate. Eu fiquei praticamente só olhando as coisas bizarras que aconteciam. O estilo das pessoas e como eles se comportam durante a noite aqui é muito diferente do Brasil... Por exemplo, teve um casal que estava praticamente fazendo sexo explícito na boate. De repente, a mulher se separou do cara e começou a dançar de uma maneira um tanto ‘aberta’ com outros caras (incluindo um dos meus amigos). Depois, ela voltou para o ‘corno’, e o cara estava com cara de bravo e saiu correndo, com ela atrás. Eu achava que isso seria o final da história, mas não. Eles voltaram depois, da mesma maneira... Não entendi o porquê ainda não... O legal daqui também é que 15 para duas da manhã eles desligam o som, ligam a luz, e agradecem a nossa presença. Isso geralmente quer dizer que eles estão nos mandando para casa...

Eu hoje fiquei dormindo até 11 e meia, sendo que eu tinha um encontro na Prefecture para tirar finalmente minha carte de séjour ao meio-dia. Ou seja, eu estaria atrasado de qualquer maneira. Me arrumei correndo, fui correndo para lá, e quando cheguei lá aconteceu exatamente o que os outros caras tinham falado... Eu peguei uma senha e esperei. Dei até uma saída para tirar xerox de alguns documentos dos quais eu não tinha e voltei, mas mesmo assim a fila não estava parada. O que me deixava mais com raiva era que o pessoal que tiraria pela segunda vez a carte estava entrando na frente de quem tiraria pela primeira vez. Havia mais pessoas atendendo o primeiro caso que o segundo (que era o meu!). Fiquei exatamente 3 horas e meia esperando, e aí finalmente consegui. Eu tinha combinado de ir lá no Carrefour com o pessoal, e antes disso fui até o banco pegar meu cartão de crédito. Claro que tinha que ter algo errado. Eu peguei o cartão, depositei 1000 francos, e só aí o babaquinha do caixa foi me falar que como ele não tinha achado meu comprovante de residência, meu cartão de banco só vai estar liberado na segunda feira... Bom, é a vida.

Fui até uma loja onde se vendem várias coisas usadas, para procurar ou minha bicicleta, ou minha televisão. As bicicletas estavam meio caras (e como eles roubam muito bicicletas aqui...) e eu escolhi uma televisão de 14 polegadas. Tive que fazer uma coisa meio ridícula: andar com a televisão na mão até o ponto de ônibus, pegar dois ônibus lá para casa, e depois levar a tv até lá em casa... É estranho, mas teve que ser feito. Chego lá, e mais uma surpresa. O cabo da tv não prendia na tomada da antena externa direito... Desmontei tudo para ver se conseguia arrumar, mas não consegui. Eu obviamente fui lá reclamar, e um cara subiu, dizendo que eu não poderia desmontar aquilo, que era proibido (como eu ia saber?). Ele marcou lá no livrinho que eles iriam arrumar algum dia, entrando no meu quarto sem eu estar lá. Bom, vou esperar para ver...

Os programas de tv na França são meio bizarros... Eu vi, claro, as séries americanas e um filme lá, todos dublados, e os programas da tv francesa mesmo eu só vi noticiário e um lá que eles falam ‘On a tout essayé’ (nós tentamos tudo). Eles ficam lá só fazendo piadinhas com a cara dos outros (não entendi metade), mas é até interessante...