Dia 06/10/2001
Acho que todo mundo tirou o dia (menos eu) para dormir um pouco mais. O problema é que quando um acorda todos têm que acordar, dado que estão 6 no quarto... Qualquer um que começa a se mexer acorda os outros... Todo mundo acordou, mas demoramos para sair porque havia um grupo de pessoas (que ninguém conhecia diretamente) que havia dormido no apartamento comunitário do andar (há um apartamento só para a galera deixar algumas coisas e é de todo mundo do andar) e que queria usar o banheiro... Todo mundo tomou banho antes da gente e saiu. Foi meio abuso, mas como os 6 estavam com cara de zumbi, acho que não teve tanto problema... Depois disso, todo mundo limpinho, fomos para o centro da cidade comer alguma coisa antes de ir para a festa (de novo!). Descobri que na Alemanha existe o Burger King, coisa que não existe na França (aqui o concorrente do McDonalds é um tal de Quick, que seria o equivalente do Bob’s do Brasil). Como o sanduíche é bom! A carne realmente tem gosto de carne, e o resto é muito bom também! O único problema é pagar 10 reais por uma promoção... Lá ficamos discutindo diferenças entre Alemanha e França (afinal, eles já estão há quase um ano na Alemanha...), e descobrimos que muitas das coisas são iguais... Realmente, primeiro mundo não é tão diferente quanto a gente pensa, tirando que as pessoas tendem a ser mais educadas aqui (ou certinhas, o nome que preferir).
Com a barriga cheia era muito mais fácil de agüentar o pique de ficar horas em pé com uma caneca pesada e cheio de gente se encostando em você. Mas como tudo é festa, estava tranqüilo... Principalmente porque o grupo de brasileiros era grande... Era muito divertido, menos nas partes onde vinham os seguranças mal-encarados-que-não-sabem-inglês-e-são-umas-ladys-em-educação falar que a gente não poderia ficar no caminho das pessoas, e já vinham empurrando... mas não havia espaço em nenhum outro lugar... E como o grupo estava ali, eu não queria me separar dele só porque um guarda me mandou sair... Ainda por cima o pessoal de Rennes estava lá (a galera que ficou com a gente em La Rochelle), e foi muito legal o reencontro... Encontrei também amigos do Rio que estão na Alemanha... Foi uma confraternização muito maneira... Os brasileiros começaram a cantar nos intervalos que a bandinha dava ‘Eeeeeu, sou brasileirooooo, com muito orgulhoooo, com muito amoooooor’, e era alto pra caramba... Só que havia muitos italianos por lá, e eles começavam a gritar ‘Italia!’... Todos os brasileiros ficavam levantando os 4 dedinhos... Era muito engraçado. Era engraçado também ver os brasileiros que estavam bebendo um pouquinho demais perdendo a linha... E o Adler só tirando fotos (porque ele não bebe), e a gente rindo depois das caras do pessoal bêbado...
Antes de começarmos a beber também, eu fui visitar o parque... Fui à uma montanha russa de 5 loopings (de onde eu tirei algumas fotos, e duas fotos da festa vista de cima), e também em um brinquedo maluco, no qual a gente fica girando para todos os lados e nunca sabe para onde vão te puxar novamente... Realmente, esse foi bem pior que a montanha russa... Ainda bem que fazia um tempinho que eu havia comido. Nesse último nem dava para pensar em tirar fotos, dado à violência que eu era jogado de um lado para outro. De tão forte eu ficar segurando (não precisava, porque eu estava preso...) minhas mãos ficaram brancas...
Voltamos para casa apenas para nos arrumar de novo e sair para uma discoteca que ficava um pouco mais longe da residência (na verdade a gente teve que pegar um trenzinho para lá...), e chegamos lá um pouco tarde. Eu, como não poderia deixar de ser, tive a idéia brilhante de não levar um casaco (porque não estava frio... idiota) e fiquei passando frio o tempo todo. Nem todos conseguiram entrar lá (os seguranças se davam o direito de barrar as pessoas que não pareciam estar em um bom estado, i.e. bêbados quase caindo), mas mesmo assim foi uma noite muito engraçada. O esquema da discoteca era muito legal, com dois ambientes, sendo que um era enorme... Não estava tão cheia (isso não necessariamente é uma coisa ruim), e as bebidas eram bem baratas (e para entrar eram só 20 reais... uma pechincha! Hah). Teve um que foi mas não aproveitou nada, porque estava tão chapado que não conseguia ficar acordado... Então sentou em uma cadeira e dormiu a maior parte do tempo...
Na volta para casa o pessoal não quis pegar o trem (porque não havia um na próxima meia hora), e ainda resolveu comer alguma coisa no Burger King (como verão, essa ainda não foi a última vez no grande B.K.). Imaginem eu, morrendo de frio, 4 da manhã, andando nas ruas de Munique com mais um monte de brasileiro... É uma coisa para se lembrar para sempre. Ainda por cima tinha gente tão bêbada que ficava cansado e resolvia deitar no chão para ‘descansar’... Mas ao chegar ao Burger King que a gente viu que estávamos bem: havia ‘milhões’ de pessoas chapadas dormindo no chão perto do Burger King (que ficava na Gare de Munique)... Pedimos o sanduíche, e aí vimos o quanto a cultura é diferente em alguns aspectos. Como não havia mesa, tínhamos que pedir para alguém sair da mesa... Só que quase todas estavam ocupadas por pessoas dormindo, arrasadas... Mas foi só pedir que a galera que estava em uma das mesas saiu! Se fosse no Brasil, se não rolasse briga, ao menos rolaria aquele básico ‘Vai tomar no ...’. Isso foi uma das coisas mais impressionantes que eu já vi... Ainda passamos um tempinho conversando lá, e depois voltamos para casa para poder aproveitar depois o último dia da Oktober...
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