Dia 26/08/2001
Segundo dia de viagem para o noroeste da França. Acordamos bem cedo, para tomar o café da manhã. Eu até agora não entendi como o café da manhã do albergue em Tours era tão bom, porque o albergue de lá só tinha duas arvorezinhas, e os dois que ficamos nessa viagem tinham quatro... Mas o café da manhã em Tours foi muito bom, com tudo à vontade, bastante escolha... Os dois outros cafés foram uma porcaria, com doses limitadas de pão e sucrilhos, sem muita escolha do que se quer comer... Até sem suco de laranja... E ainda por cima paguei mais caro. Só que o cara que cuidava do café da manhã era um cara que deveria ter sido da marinha (o prédio é um antigo prédio da marinha) e o cara devia ser carregador de barcos, porque os braços do cara eram maiores que meu tronco... E ainda por cima falava um dialeto de francês que eu tenho até medo de ouvir... Por isso, peguei o meu queijinho que sobrou e fiz a festa... Mesmo assim, ainda fiquei com fome.
Passeamos por Cherbourg um pouco. Há também um porto de lazer, como existe aqui em La Rochelle, mas na verdade o porto de lá também é utilizado pelos ferrys que vão da França para a Inglaterra e para a Irlanda... E ainda tem a Marinha que utiliza uma parte do porto. A cidade foi o primeiro porto tomado pelos aliados depois do dia D, para que eles pudessem descarregar os armamentos... Há também uma praça Napoleão, e museus do dia D. Na verdade, o passeio foi mais para conhecer a cidade mesmo, e foi até pequeno, porque saímos de lá direto para conhecer as praias da invasão dos aliados, e alguns museus...
A primeira parada é a Ste Mere Eglise, que foi o local onde a 101st brigada de pára-quedistas dos aliados saltou. Se alguém se lembra, foi exatamente a brigada do soldado Ryan, no filme... Aliás, várias coisas do filme eu pude ver ao vivo, e isso é muito legal! Ali na verdade há um museu que fala disso, e a igreja tem um pára-quedista lá no teto para homenagear os soldados... Não entramos no museu porque havia vários outros que poderíamos visitar...
A praia que parece que tinha mais estrutura é a Utah Beach, que foi uma das praias na qual os americanos desceram. Lá há vários monumentos homenageando os soldados que morreram na entrada, há os tradicionais anti-tanques e um marco dizendo que foi ali que desceram os soldados americanos primeiro, no dia 6 de junho de 1944, às 6 e meia da manhã... Há também um pequeno museu... A praia em si não tem mais nada, mas é legal assim mesmo andar lá por cima, sabendo que cenas horríveis aconteceram ali...
No caminho para outra praia, há La Pointe du Hoc, que é um lugar onde os alemães foram destruídos pelos rangers americanos... Até hoje estão ali os bunkers destruídos pelas bombas (há buracos enormes lá), e podemos entrar em alguns deles... Em um dos maiores buracos a gente tirou uma foto deitado lá dentro, fingindo de morto... Ainda bem que passou um grupo que parecia ser de americanos, e eles só ficaram rindo... imagine se fosse um grupo de alemães... era capaz de a gente ficar lá morto mesmo...
A Omaha Beach não tinha nada demais. Pelo menos a gente não conseguiu ver nada, porque também a gente passou muito rápido, talvez pela fome que a gente estava... Pelo menos aproveitamos o momento para almoçar (os sandubas de 3 dias de idade), e tiramos só uma foto de uma tralha que estava na praia e que achamos que fosse alguma relíquia da guerra... pode até não ser, quem sabe!
O cemitério americano em Colleville sur Mer é impressionante. Esse pedaço de terra foi doado pela França ao governo americano (ou seja, entrei nos EUA sem visto!! Haha) para servir de cemitério... Há mais de 9 mil cruzes lá, perfeitamente alinhadas, um monumento com um cara em posição gay (alguém poderia me explicar que diabos o artista estava pensando quando ele fez aquela estátua?) e uma capela muito bonitinha também... Parece que foi ali que foi filmada a cena inicial e a final do Saving Private Ryan... É meio sinistro ficar andando no meio de um cemitério assim tirando fotos, mas é bem interessante...
Passamos por Bayeux, que é uma cidade onde parece que existe um dos museus mais interessantes sobre o dia D. Antes de irmos lá, passamos pela notre-dame de lá (mais uma!), que é uma das mais bonitas que eu já vi até agora porque ela está muito bem conservada... Não sei se ela foi reformada depois da guerra, porque como vimos depois no museu, todas as cidades daquela região foram detonadas ou pelos alemães (menos) ou pelos aliados (a maioria delas). Bayeux foi a primeira cidade a ser liberada pelos aliados, e por isso a sua importância. O museu em si era muito interessante, com um filme que passava imagens da época e tudo... O único problema é que chegamos muito tarde, e assim tivemos que fazer a visita super hiper flash, para que pudéssemos ver pelo menos tudo, sem ler as coisas praticamente... Lá havia roupas, utensílios (até creme de barbear e rações!) e outras coisas da guerra... E claro, muitas armas e tanques e coisas do estilo... Como a galera inventa coisa para matar! É impressionante a variedade...
E, finalmente, fomos à uma das baterias dos alemães que sobreviveram ao ataque dos aliados e ainda estão em ótimo estado. Obviamente tiramos as fotos que a gente estava dentro do canhão, e o Daniel até subiu em um dos canhões... O que eu fui tava cheio de água, e tive que ficar segurando lá em cima para não me molhar todo...
Depois de uma viagem super cansativa de volta, porque eram 350 quilômetros (ou mais até!), chegamos quase 3 da manhã aqui... Eu dirigi uma boa parte do caminho de volta, porque eu sentia que eu estava sendo inútil... Com certeza era a pessoa que mais dormia no carro... Alias, o carro foi um show à parte. Ele fez quase 20 quilômetros por litro com diesel, que é 2 francos mais barato (5 francos por litro mais ou menos) que a gasolina... O problema é que geralmente não podemos escolher qual vai ser o carro, e então temos que ir meio na sorte mesmo...
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