Dia 25/08/2001
Primeiro dia de viagem para o noroeste da França: Acordamos olhando pela janela a tradicional neblina do norte da França...Pensamos que seria um tempo horrível para sair e conhecer a cidade, mas logo ela se dissipou e o sol apareceu (e que sol!). Rennes é uma cidade bem bonitinha, com suas casas antigas (as que não foram destruídas na segunda guerra), as igrejas e os jardins... Na hora do almoço resolvemos comer um crepe-suzete (sei la como se escreve isso agora), que é a comida tradicional da região. Ele geralmente é flambado com um álcool, e o mais gostoso é o grand-manier (sei lá também como se escreve!). Quando joga o álcool em cima do crepe fica aparecendo um monte de foguinho (é até divertido), mas descobrimos que tirar foto disso não é tão interessante: não aparece nada do fogo praticamente... Assim, ficamos apenas com fotos mostrando nossa cara de bobo olhando para crepes perfeitamente normais. Tava muuuito bom, ainda mais com a cidra que a garçonete nos recomendou (ainda tomamos cidra no copo de água, porque o ‘copo’ de cidra é uma caneca... mais um mico para o Brasil! Hah). Logo depois saímos da cidade, porque também não havia tanto assim para ver.
Fomos direto para o Monte Saint-Michel, que fica mais ao norte. Esse monte é interessante por vários fatores: primeiro, que é uma abadia construída em cima de um monte, que tem água (e areia quando a maré está baixa) por todos os lados praticamente. Só tem uma pontezinha que não fica submersa na maré alta. Assim, fica um cenário impressionante (tanto que a moeda de 20 francos tem uma imagem desse monte). Outra coisa importante é que é um ponte estratégico que sempre foi disputado entre a Bretanha e a Normandia (sendo que agora é dessa última, porque o rio que separa os dois departamentos passa exatamente do lado do monte Saint-Michel). Terceiro porque tem uma verdadeira cidadezinha dentro (sendo que a maioria das casas que eu vi é loja, mas devem existir casas normais mais para dentro da ilha). Subimos diretamente para a abadia (diretamente não, porque a gente parava a cada lojinha para ver coisas para comprar... tinha umas espadas ninjas lá, que não tinham nada a ver com o lugar, mas que eram muito legais... tinha espadas medievais e até armaduras para comprar... impressionante levar uma armadura dentro da mala hein!). Os museus que existem na cidadezinha são extremamente caros pelo que eles oferecem (o cara disse que em 1 hora a gente vê os 4 museus... acho que não valeria à pena então...) e por isso a gente só entrou na abadia mesmo. Havia vários tipos de visita, sendo que escolhemos a que durava só uma hora... a que durava 2 horas devia ser muito chata, dado que a de 1 hora já era bem completa... Havia no mesmo horário duas visitas guiadas: a em francês e a em inglês. Claro que como ótimos estudantes de francês a gente escolheu essa língua e tal, mas quando chegamos lá o guia era uma coisa meio lerda... meio sonolento demais... enquanto que o guia que estava falando inglês parecia ser um doido, com um cabelo loiro espetado, e falando alto pra caramba cheio de gestos (tem uma definição para isso geralmente: gay. Mas como não sou preconceituoso mesmo...).O cara tinha uma apresentação muito mais dinâmica (e engraçada), porque ele tinha a atenção de americanos (na maioria) e de várias outras nacionalidades (incluindo a gente do Brasil! O cara do francês era muito lerdo). Ele foi nos contando toda a história da abadia, que foi construída lá devido a um sonho de um padre, que teve a cabeça furada (hum??) pelo dedo de fogo do arcanjo Michel... assim, eles construíram um templo para homenagear o arcanjo... Destruíram e reconstruíram uma porrada de vezes, até chegar na forma que está hoje. Ela foi reformada há pouco tempo (a estátua recoberta com ouro foi recolocada em 1989, com uma operação usando um helicóptero). O guia nos mostrou os detalhes da arquitetura (como sempre há uma parte que é romana e outra gótica). Há também o jardim onde os monges faziam sua meditação, e o refeitório, que é onde o pessoal comia (óbvio) e ouvia textos lidos durante as refeições (não tão óbvio assim). Para demonstrar a acústica da sala, o guia maluco conseguiu falar umas palavras de latim cantando bem alto (sendo que antes ele gritou pra galera dos outros grupos se calarem)... Eu nem ri tanto assim... só todo mundo ficou olhando pra mim de tanto que eu gargalhava da cena ridícula. Havia várias outras partes embaixo da igreja principal, que tinham sido destruídas bastante já (só sobrou um pedaço de um afresco na parede... como sempre a porcaria da revolução francesa. Tou começando a achar que essa revolução não foi tão boa assim não...). Uma época o monte foi utilizado como prisão, e então há várias coisas que foram adaptadas para esse fim... Uma delas é uma roda gigante, que servia como uma ‘roda de hamster’ para trazer comida através da janela. No final demos uma voltinha de novo para tirar novas fotos, e sempre tinha pessoas estragando as fotos que queríamos tirar no local onde os monges meditavam... Criancinhas chatas que dava vontade de jogar lá de cima... Mas no final tudo ficou bem.
Só paramos novamente em Cherbourg, que é uma cidade portuária que fica no norte da Normandia, que é onde havia um albergue muito bom (a mesma história das quatro arvorezinhas). Só que não sabíamos que era TÃO bom. Tinha até cartãozinho magnético para cada uma das pessoas ao invés de chaves... Tudo limpinho, novinho (foi inaugurado em 98)... Muito bom. O jantar foi o tradicional macarrão, feito em uma cozinha que um bando de italianos tinha deixado sujo... Tem horas que um macarrão é a melhor comida do mundo. Ainda por cima comi macarrão com um queijo Gouda que eu tinha trazido, e que tinha praticamente virado queijo derretido dentro da minha mochila com aquele calor todo... Pelo que eu sei, o queijo ainda estava bom...
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