segunda-feira, junho 10, 2002

Dia 11/04/2002

Eu não sei quem teve a idéia idiota de fazer esse trecho à noite... Além de dormir pouco ainda não trouxe roupa suficiente pra aguentar o frio. Qualquer lugar às 5 da manhã é frio... A sala de espera era fria, a cidade estava congelando... O único lugar que tinha um aquecedor era onde vendiam as passagens e não dava para ficar em pé ali o tempo todo. Nem a banca de revistas tinha aberto ainda.

Resolvemos enfrentar o frio. Estava realmente ruim só com uma blusa fina, mas no final tudo dá certo... O problema é que a gente não tinha mapa da cidade e então tive que memorizar mais ou menos por onde tínhamos que passar. No meio do caminho é claro que nos perdemos, mas tem sempre um ponto de ônibus com algo parecido com um mapa. Além disso não se pode esquecer que eles falam PORTUGUÊS! Haha, é muito bom poder pedir informação na própria língua. Acho que é por isso que tem tanto argentino e uruguaio na Espanha.

Mesmo pedindo informação sempre é bom encontrar o Office de Tourisme (escritório de informações turísticas é muito estranho... geralmente a gente fala o nome em francês mesmo...). Ele só abriria às 9 e por isso ficamos enrolando ali perto. Pegamos então o mapa e fomos procurar algo pra comer. Outra coisa maravilhosa em Portugal é poder comer bem e pagar pouco. Comemos uns 'joelhos' (aquele salgado que tem queijo e presunto no meio de uma massa... tem gente que chama de enroladinho aqui) por 70 centavos cada um, e era enorme... Depois disso foi só seguir as indicações no mapa para subir uma rua até encontrar uma igreja, a dos Clérigos (nada de mais), descer de novo para ver a praça na frente da prefeitura por onde tínhamos passado, ir até o palácio da bolsa (bonitinho, mas nada demais a não ser que entre e faça a visita... Eu não fiz por preguiça mesmo heh), visitar a Sé Catedral (que ainda tinha que pagar para entrar... Detesto para para entrar em uma igreja) e finalmente ir até a estação que fica no meio da cidade para ver como daria para voltar para Lisboa chegando umas 8 horas da noite. Havia duas opções. Ou pegava um trem bem cedo sem pagar nada ou ficava mais tempo em Porto e pagava 12 euros de reserva (!!). Claro que depois de ter pago tantos suplementos na Espanha escolhemos a primeira opção. Isso nos dava pouco tempo para ir visitar uma cave de vinho do porto, um dos motivos mais fortes pelos quais estávamos ali.

Era necessário correr. Subimos o máximo que podíamos na cidade para passar pela ponte construída por Eiffel chegando na pequena cidade de Vila Nova de Gaia, que é a cidade do outro lado do rio. Achava que as caves ficavam em cima da cidade, mas para chegar lá a pé tivemos que descer tudo de novo e subir por outra rua... Minutos preciosos foram perdidos. Energia também, porque não é mole não... Cheguei ofegante na cave da Taylors, que pelo guia era uma das que ficavam abertas na hora do almoço (ainda tinha esse problema). Entramos e pedimos uma degustação e uma visita guiada (que era tudo de graça). A mulher foi super gentil, dizendo que teríamos que esperar um pouco e ver um vídeo enquanto degustávamos um vinho do porto branco e um tinto. O branco segundo ela pode servir de aperitivo enquanto o vinho do porto normal geralmente é um digestivo... Muito bons... O vídeo também foi interessante, apesar de ser em inglês (se bem que se fosse português eu provavelmente entenderia menos com o sotaque...). A mulher finalmente voltou e nos guiou pelo processo de fabricação do porto. Só era eu e o Oto no 'grupo', então fizemos milhões de perguntas... Bem interessante, recomendaria a visita... Comprei uma garrafa de vinho do porto 10 anos (desculpe papai, essa era para você mas acho que não vai voltar pro Brasil não...) e fomos embora para a estação. Só deu tempo de dar uma passada no McDonalds para pegar uma promoção e entrar no trem, comer na outra estação esperando o trem para Lisboa e chegar à noite...

Combinamos de esperar o Pedro na estação de trem (apesar de ser meio complicado de encontrar alguém lá) e ele nos levou para casa. Não poderia sair de Portugal sem comer o famoso bacalhau... A mãe dele fez um maravilhoso... Acho que eu nunca comi um tão bom (agora peço desculpas a mamãe hehe, mas infelizmente eles colocam alguma coisa diferente ou eu realmente estava com fome). Depois da refeição, claro, um vinho do porto. Ninguém estava com vontade de sair para fazer alguma coisa. Então ficamos os três lá vendo tv e conversando...