segunda-feira, junho 10, 2002

Dia 10/04/2002

Acordamos, tomando um café na casa do Pedro, e ele se prontificou, junto com sua namorada que tinha ficado com o carro, para nos levar a Sintra. Esperamos ela chegar e viajamos durante uma hora. Não sei nem como sairíamos dali de carro de qualquer maneira. Eu sei que tinha trem para lá, mas teríamos que voltar para Lisboa...

Bom, Sintra é uma cidade mais perto do oceano que era a chamada "cidade de veraneio" da realeza de Portugal. Há alguns palácios construídos por lá, principalmente os três que iríamos visitar. Chegando ao centro da cidade já existe um Palácio Nacional. O Pedro e a namorada não iriam visitar todos os castelos, então eles falaram que esperariam do lado de fora de todos eles enquanto a gente entrava. Logo esse estava fechado, pois era uma quarta-feira (?). Disseram que a decoração era bem legal, com uma sala chamada sala dos cisnes porque havia no teto imagens de cisnes representando as serviçais do castelo que o rei tinha... bem... acho que dá para entender.

Resolvemos então comer uns doces da região, muito bons... Um é uma queijadinha, e o outro eu não lembro o nome, acho que era travesseiro ou algo assim. Um melhor que o outro...

Subindo um morro para chegar nos outros dois castelos (também não sei como se faz isso sem carro... Provavelmente existe um ônibus que sobe lá, porque a pé é praticamente impossível... Paramos primeiro no Castelo dos Mouros, uma fortaleza que como o nome diz foi construído durante a dominação muçulmana de Portugal e segundo o que falava nas plaquinhas nunca chegou a ser atacado. Depois de subir e descer escadas para chegar nas torres do castelo a gente desceu de novo e subiu de carro mais um pouco até o Parque da Pena, o parque que fica em volta do Palácio da Pena. Pra variar ele fica no topo do morro e realmente é alto... Se depois alguém falar que eu não estou fazendo exercício eu vou dar pancadas. O palácio da Pena é bem bonito, todo colorido, realmente diferente do que eu já tinha visto. Eu diria brega, mas na época deviam tirar a maior onda dizendo que tinham um palácio amarelo, roxo e rosa...

Como tudo até agora que eu visitei, o palácio não tinha muita coisa para ver além da parte exterior... Resolvemos então dar um passeio no parque seguindo umas setas. A primeira tentativa foi frustrada e a gente acabou lá na entrada de novo. Eu tinha pagado para vistiar o parque e era isso que eu iria fazer... Subimos tudo de novo e achamos a trilha. Tinha até um cara que já tínhamos visto sozinho no castelo dos mouros que estava fazendo a mesma trilha. Havia uns pontos marcados no mapa como interessantes como a estátua de um gigante (que eu tenteni ver mais de perto mas só consegui me perder no meio do mato), um lugar mais alto para ter a vista do palácio da pena (mais escadas) e um riacho que termina em um lago muito bonito... No meio do caminho, quando passamos perto de um grupo de crianças (que estavam participando de alguma espécie de 'caça ao tesouro'), eles ficaram apontando "ih! É brasileiro!", como se fosse uma coisa muito bizarra... Parece que eles pensam que eu não estava entendendo o que eles falavam, e quando falei que "é, sou mesmo" eles ficaram sem graça... eita...

Quando finalmente chegamos à outra entrada do parque eu perguntei para o guarda se era longe onde tínhamos deixado o carro. Ele ficou se perguntando o que diabos a gente estava fazendo ali tão longe. Foi quase um quilômetro de subida até chegar onde o Pedro estava. Entramos no carro e ele, como tinha que resolver alguns assuntos ali perto, deixou a gente na estação de trem para irmos para Lisboa. Tínhamos ainda que visitar o bairro alto e o que desse a mais... Antes eu tinha que comer algo (não sem antes se perder no meio das ruas bizarras de Lisboa). O sol estava muito quente e, depois de comer, eu simplesmente fiquei com vontade de ficar dormindo...

Como o nome diz, o bairro alto é "alto", o que significa mais morros. Também é o bairro onde ficam os bares para a galera ir à noite e há também alguns shows de 'fado', a tradicional música portuguesa. Achamos mais um lugar com vista para a cidade, mas nada demais. Descemos e começamos a ir em uma avenida bonita sentido praça Marquês de Pombal. No caminho bebi mais uma vez o guaraná (dessa vez um guaraná chamado Brasil... gosto de guaraná Brahma) e finalmente chegamos à praça. Há uma grande estátua do marquês, com o que ele fez por Portugal escrito embaixo... Em volta da praça duas figurinhas conhecidas: o Banco do Brasil e a Varig... Atravessamos a praça por baixo e resolvemos ficar enrolando em um parque. Sentei em um banco e fiquei lá até a hora combinada. Descobri que os casais portugueses não têm tanta vergonha assim e rolava algumas coisas que devem ser proibidas para menores...

Fomos então jantar no restaurante universitário junto com o Pedro e uns amigos dele e dali fomos direto para o bairro alto tomar uns copos como eles dizem. Entramos em um bar e me sugeriram um "pontapé na cona", que parece ser cerveja preta com algo doce, mas não sei exatamente o que é. Quem sabe português de portugal deve saber o que quer dizer "cona". Bem, vou parar de falar isso. Não é uma maravilha não. Ficamos lá de novo conversando (achamos até um português que fez o programa Erasmus de intercâmbio e que morou em Toulouse) sobre tudo... Descobri que os portugueses (pelo menos todos os que eu conheci do grupo são os europeus que mais viajaram. Todo europeu que eu pergunto o que conhece me fala que conhece uns 2 ou 3 países... Às vezes existem umas exceções e o cara visitou 4 ou 5... Mas esses amigos do Pedro já foram para lugares bizarros... Muito legal isso. Talvez tenha algo a ver também com eles participarem de um grupo de estudantes estrangeiros (foi mal Pedrão, mas nunca entendi direito o que vocês fazem) e conhecerem gente de toda a Europa...

Tínhamos pegado o horário de um trem bizarro que ia para Porto de noite saindo meia-noite e pouco com chegada prevista às 5 e pouquinho... Viagem bizarra. Nos levaram para a estação e entramos no trem. Eu não consegui dormir quase nada, primeiro por causa do pouco tempo dentro do trem e depois porque toda hora vinha um português pedir a passagem... Detesto controladores.