quinta-feira, fevereiro 28, 2002

Dia 30/01/2002

Primeiro dia em Berlim. O Jolig saiu com a gente, junto com um carioca que estava perdido lá no meio da galera há umas duas semanas e ainda não tinha conhecido a cidade direito... Voltamos para a estação onde tínhamos chegado, que é mais ou menos o centro de tudo ali, e fomos andando até uma igreja que foi praticamente toda destruída na guerra. Ao invés de reconstruírem eles simplesmente fizeram uma outra, toda moderna parecendo um cubo (horrível, a meu ver...), do lado, enquanto a antiga ficou como um museu de como a área era antes e como ficou depois da reconstrução. Depois andamos até um grande galpão da Sony, que tem uns cinemas super modernos e umas lojas muito legais de eletrônicos. O lugar em si é muito futurístico...

Logo do lado tinha um cartaz colado em um pedaço do muro, dizendo que tinha sido ali que foi feito o primeiro buraco em 1989... Eles também fizeram no chão uma marca mostrando onde ficava o muro original. Depois fomos andando praticamente seguindo essa marca, passando por uma exposição de um quartel general da SS que ficava do lado de um pedação do muro que tinha sido preservado (e que estava protegido pra que ninguém roube pedaços...). Fomos andando agora pela parte oriental (com direito a vários prédios feios da época do comunismo) e chegando finalmente ao checkpoint Charlie. Esse era um dos pontos que davam passagem do lado oriental para o ocidental (parte dos EUA). Deixaram a pequena cabine que ficava ali, e logo do lado tinha um museu sobre isso. Não iria dar tempo de visitar aquele museu mesmo e então continuamos andando.

Fomos até o parlamento da Alemanha, que é um dos prédios mais bonitos da cidade. No caminho passamos por uma avenida que tinha vários ursos em posições diferentes (o urso é o símbolo da cidade...), e cada um com uma cor totalmente bizarra. Acho que deve ter tido algum concurso para ver qual era o urso mais bonito...

O prédio do parlamento foi reconstruído depois da reunificação para abrigar novamente o dito cujo. Fizeram assim uma grande cúpula de vidro (que dá para subir mas não tem tanta graça assim) no terraço. O terraço em si já é bem legal, dando uma boa visão de Berlim de cima, mas não ajudando muito em um dia com tempo ruim como estava...

Voltamos para a parte oriental e passamos por uma praça onde ficaram as últimas estátuas que não foram retiradas da parte comunista: as estátuas de Marx e Engels. Acho que isso tinha lógica, principalmente depois da reunificação... Depois fomos andando na direção do ponto de ônibus, passando por um prédio que foi o último local de resistência dos alemães durante a segunda guerra (cheio de buracos de bala, claro) e pela catedral de Berlim.

Pegamos o ônibus para ir para casa pois pensávamos em comer alguma coisa e voltar para tentar conseguir ingressos para algum concerto da orquestra filarmônica de Berlim. Depois de ir e voltar (mais arrumado, pois era necessário), voltamos só eu, o Daniel e a Maíra. O Baiano sinceramente deu mole de ficar em casa.... Chegamos no ‘teatro’ (será que eu chamo assim o lugar?) e conseguimos ingressos muito baratos para estudante (se não me engano foram 8 euros...). Eu já estava achando que iríamos ficar lá em cima, sem nem conseguir ver alguma coisa e só ouvindo a música, mas não foi nem um pouco isso. Os ingressos baratos dão direito a lugares atrás da orquestra. Mas isso não é nem um pouco ruim. A gente pode ver muito bem a orquestra e o coral, mas de trás. Isso dá um ponto de vista que eu nunca havia tido, que é de ver o maestro fazendo os gestos, caras e bocas... Pode-se ver que o cara tem que saber mesmo a música e quando cada instrumento vai entrar em ação... Se a música tivesse sido mais ou menos já teria valido a noite, mas foi magnífico... Ouvimos o Requiem de Bach, com direito a um coral maravilhoso... Quando penso que paguei cerca de 16 reais para ver isso eu imagino o porquê de dizerem que os europeus têm mais cultura...