segunda-feira, janeiro 14, 2002

Dia 23/12/2001

Claro que não poderia dar tudo certo. Acordei super-cedo para pegar o café o mais cedo possível e não perder o trem. O Adler, com sua lerdeza extrema, demorou muito mais. Mas de qualquer forma o metrô (que é mais um trem interno que um metrô propriamente) demorou e todo mundo pegou-no junto... Chegamos bem a tempo de subir no trem e ir para Roma...

A viagem normalmente demoraria 2 horas e meia, mas demorou muito mais... O trem parou de novo no meio da viagem, e ficou uma hora lá... A gente já chegaria tarde para começar a visitar Roma... Mas como não poderíamos fazer muita coisa ficamos esperando. Aproveitei pra continuar lendo meus livros... Demorou tanto que algumas pessoas começaram a sair do trem e ficar lá fora fumando um cigarro... Até que fecham as portas do trem do nada e algumas pessoas ficam para fora. Todo mundo grita pra que as portas fossem abertas de novo para que essas pessoas pudessem entrar mas os controladores não ouviram (ou ouviram ou estavam pouco ligando) e o trem começou a andar... Ainda bem que eu só dei uma olhada lá fora e não fiquei por lá...

Finalmente chegamos em Roma. Como sempre, não daria tempo de ir direto ao nosso albergue. Pegamos o mapa da cidade e descobrimos que o albergue onde o Adler e a namorada dele iriam ficar ficava muito perto da estação. Decidimos deixar nossas coisas lá no albergue deles até que ficasse escuro... Assim perderíamos menos tempo. Mesmo assim, demoramos para fazer o check-in deles (é, eles são meio enrolados...)... Pegamos então o metrô e fomos para o Coliseu, segundo o trajeto que tínhamos pensado...

Acho que construíram a estação de metrô do Coliseu para isso mesmo: assim que saímos de lá demos de cara com o Coliseu. E ele consegue ser maior do que eu pensava... É muito grande mesmo... Do lado há um pequeno arco do triunfo, e ficamos rodeando as duas coisas e tirando fotos... Como a fila para entrar no Coliseu estava meio grande e queríamos visitar o máximo de coisas possíveis, começamos a andar. Logo do lado do Coliseu estava o Fórum Romano. As ruínas até pareciam interessantes mas eu não queria entrar, assim como o Oto. Afinal, quase todos os monumentos onde entramos não davam muitas informações... Mas a namorada do Adler queria entrar e ele iria junto... Assim, nos separamos para podermos todos ficar felizes. Continuamos, passando pelo Fórum Imperial (de qualquer forma descobri depois que o fórum estava fechado de qualquer maneira...) e chegamos finalmente a um monumento, muito bonito, ao Vitor Emanuel II. É um prédio que eu nunca tinha visto em nenhuma foto, e era impressionante... Tiramos várias fotos, subimos nele (dava para ver algo de Roma de cima...) e depois continuamos. Era impressionante a quantidade de brasileiros que encontramos nesse pequeno caminho. Mas a visita ainda continuava. Depois disso fomos até o Pantheon, onde estão os túmulos do Rafael (um dos tartarugas-ninja) e do Vitor Emanuel I. O prédio é muito bonito, construído em 27 a.C., e que ficou inteiro até agora porque a Igreja preservou. Depois fomos andando até a Piazza Navona, onde estava tendo uma feira (o que estraga muito da praça), mas há umas fontes muito interessantes lá. Só depois de andar um pouco que eu me dei conta de ver uma bandeira do Brasil muito grande por lá: é exatamente nessa praça que fica a embaixada... E parece que o prédio é até importante, porque tinha uns cartazes na frente mostrando a restauração do prédio, e coisas do estilo... O legal também da praça é que tem uns bebedouros públicos onde a gente pode reabastecer as garrafinhas de água...

Passamos por um prédio do governo e chegamos finalmente na Fontana di Trevi... Há uma escultura muito bonita lá e a fonte recebe muitas moedas (muitas mesmo) já que dizem que quem joga uma moeda lá voltará certamente a Roma... Claro que aproveitamos e jogamos. Eu joguei uma moeda de 5 centavos de franco (ou seja, nada), já que não me disseram que eu precisava jogar uma moeda com valor de verdade... Também tomei um sorvete verdadeiramente italiano (muito bom!!!) enquanto fiquei sentado ali do lado da fonte... Que vida ruim... Depois fomos terminar nossa visita de hoje na Piazza di Espagna, onde ficamos observando o movimento (aliás, muito grande acho que por causa de compras de natal), e porque teríamos que ficar esperando até 6 e pouco devido ao horário que tínhamos combinado para se encontrar no albergue dos outros dois... Eu e o Oto ficamos conversando por lá... Depois foi uma viagem de metrô e ficamos sentados mais 40 minutos esperando lá no albergue. Como sempre, eles estavam atrasados. Mas não foi tão ruim. Pegamos nossas coisas e fomos procurar o albergue.

O escocês no outro albergue tinha nos dado algumas instruções de como chegar no albergue. Fomos até a estação mostrada por ele e dali pegamos o ônibus como o site do albergue tinha dito... Descemos em um ponto onde tinha uma praça como o Brian tinha dito, mas não conseguimos achar muita coisa por ali... Ficamos meio perdidos um pouco pois tínhamos sido os únicos a descer naquele ponto e achei que poderíamos perguntar para alguém. Entrei em um barzinho e o cara que não entendia inglês nenhum me falou para ir reto andando durante um tempo que eu iria chegar. Começamos a seguir esse caminho, e quando eu vi encontramos um casal que estava com um mochilão (de uma marca que só se vende aqui na França, igual à minha aliás). Eu falei para seguirmos os franceses e realmente eles chegaram no albergue. Uma família, que também estava no ônibus já tinha chegado (malditos!!) e fomos fazer o check-in. Na hora que o francês tira o passaporte era logo o verdão... Mais um brasileiro para a conta... Fomos para o quarto só para tomar um banho e arrumar as coisas. Só havia um cara no quarto no momento, que era um indiano. Conversando com ele descobri que ele era um programador e que mora em Londres... Depois de tomar um banho chega um australiano no quarto que me fala que não poderíamos sair do albergue porque depois da meia-noite ele fecha as portas... De qualquer forma eu fui até a entrada onde tinha uma galera. Fiquei conversando com aquele casal de brasileiros e achei muito engraçada a coincidência. Esse cara, que se chama Sandro, está morando em La Rochelle, estudando francês na mesma faculdade que estudamos durante o verão e está morando na mesma residência que a gente morou... É muita coincidência para ser verdade... Eu ainda descobri que a gente fez história na residência, porque o grupo de 20 brasileiros que ficou lá no verão ainda era lembrado... Não sei se isso é bom ou ruim... Ainda tinha um outro brasileiro lá que não gostou que eu falei mal da Itália, dizendo que ela era bagunçada... Mas que é verdade é... De qualquer forma eu comecei a gostar da Itália só em Roma mesmo...