Dia 17/10/2001
Dia que eu tirei para ir ao Daniel Faucher buscar mais algumas roupas. Já que eu vou ter que ficar mais de um mês aqui, achei melhor fazer isso logo. Ainda tinha também que resolver o assunto do meu correio, porque eu não tinha recebido nenhuma carta desde que eu me mudei para cá, mas deveriam ter chegado porque o CROUS tem uma lista de quem está aqui... Bem, resolvi ir lá para conferir.
Peguei minha bicicleta e minha mochila (aquela bem pequena...) e fui para lá. Meia hora de bicicleta. Sinceramente eu achava que ia ser mais, mas quem sou eu para reclamar disso... Chegando lá, tem toda uma burocracia para entrar no meu apartamento. Tive que assinar em um caderninho dizendo que eu tiro toda a responsabilidade do CROUS porque eu quero entrar no prédio, que pode acontecer alguma coisa... Isso que eu já entrei umas 3 vezes e nunca ninguém tinha me pedido nada. Quando eu peço para ver o correio, o que eu encontro lá? As minhas cartas, óbvio, na verdade várias, e descubro que eles não sabiam que eu estava aqui... Agora eles sabem, e provavelmente as cartas vão chegar para mim diretamente... Uma das cartas era o que eu precisava para abrir de vez a conta no banco, senão eles iriam bloquear o meu cartão...
Bem, com o capacete que me deram (é! Teria que entrar de capacete!), eu entrei e fui até o meu quarto... Tá lá, quase da mesma maneira. A única coisa diferente foi que eles tiraram o vidro que estava quebrado, e colocaram um ‘ok’ nos outros vidros. Em todo o nosso prédio foi só isso que fizeram. A mulher que me levou até o prédio (agora alguém tem que me encaminhar até lá...) disse que realmente o nosso prédio vai ser um dos últimos (quando eu ouço isso eu escuto ‘vai ser o último e não enche!’)... Não posso fazer nada mesmo... Peguei o máximo de coisa que podia, colocando tudo dentro da minha mochila, até que ela dissesse chega (e mesmo assim eu queria pegar mais coisas que eu deixei lá...) e saí para voltar para casa... Imaginem eu voltando de bicicleta com aquela mochila de 70 litros andando pelas ruas de Toulouse. Eu parecia uma tartaruga motorizada (acho que o pessoal da rua pensava isso também, de tanto que olhavam para mim). Ao menos não foi tão traumatizante quanto a minha mudança do INSA para cá... Não ficou nada doendo depois...
Depois disso foi hora de ir para a faculdade... Só tinha uma aula mesmo, e fiquei nessa aula tentando entender as porcarias de lógica que o professor punha no quadro, e ainda por cima tentando entender o que o cara falava, porque é o único professor que fala para dentro... Ainda tinha um amigo marroquino que ficou do meu lado, e ele só ficava perguntando coisas, e falando árabe comigo (enquanto eu falava português com ele). Como ninguém se entendia, era engraçado (e os outros não entendiam nada que estava acontecendo). Mas eu não entendia a aula também... Bem, depois eu entendo quando conseguir ler o que eu copiei...
À noite festejamos o aniversário do Ivan com umas cervejinhas em um bar perto da residência dos outros brasileiros... Também tinha duas americanas amigas do Ivan que estavam lá, e acabou que a gente falou muito mais inglês do que qualquer outra língua... Foi divertido de qualquer maneira, menos a parte que eu tinha que ir pegar minha bicicleta, porque eu a tinha deixado em um lugar meio escuro, e estava com um pouco de medo de ela não estar lá... Mas estava... Também, com a corrente que eu comprei, se um cara conseguir quebrar aquilo é porque o cara é ninja...
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home