quinta-feira, setembro 13, 2001

Dia 06/09/2001

Dormimos muito pouco, para variar... Acordamos meio quebrados (dormir no chão, mesmo com saco de dormir e o isolante que serve de colchão não é uma das melhores experiências...) e pegamos o carro. Nem tomamos café porque não queríamos deixar o pessoal de Aix acordado, já que eles não tinham que acordar tão cedo... Partimos em direção aos gorges do Verdon, que são os canyons do rio de mesmo nome. No caminho paramos para tirar fotos de uma cidade que se chama Moustiers, que é uma cidade pela qual passou o rei da França depois que ele retornou das Cruzadas e colocou uma corrente entre duas montanhas que ficam na cidade, com uma estrela no meio. Obviamente a corrente desde aquela época já foi destruída e recolocada várias vezes, e estava lá dessa vez. Há uma pequena igreja lá, e um mosteiro que fica láaaa em cima. E óbvio que quisemos subir aquilo tudo, e andamos muito, quase morri. Era muito alto o negócio... Mas valeu a pena, demos umas voltinhas nas montanhas. Lá em cima a igreja era estilo romano, ou seja, com pouca luz, com os arcos redondos... Vou acabar mudando para arquitetura se der mole quando voltar para o Brasil. A gente desceu e tentou ligar para hotéis e albergues porque a gente ainda não tinha lugar para ficar... Saímos de lá do mesmo jeito, sem lugar para ficar ainda...

Andamos por estradinhas horríveis, cheias de curvas, com abismos gigantescos do lado (eu dirigindo, no caso), mas valeu pela vista. Durante toda a viagem o sol esteve presente, e ajudou bastante... A vista do rio e do lago lá de cima, daquela água azulzinha e das árvores nos canyons... Era uma coisa incrível. No meio do caminho o Ivan falou para pegar uma estrada menor ainda, que iria costeando mais os canyons, e a gente entrou nela. A estrada era realmente ruim, me deixando meio nervoso porque quando vinha carro eu tinha que ficar muito perto da ponta, mas foi bem tranqüilo até que chegamos em um ponto onde não podíamos mais seguir! Isso mesmo! Eles conseguiram deixar a gente andar quilômetros nessa estradinha horrível sem avisar que no meio do caminho a estrada virava sentido único... A gente teve que voltar por onde viemos, e voltar para a estrada principal para seguir viagem... A última vista dos gorges do Verdon foi em um lugar chamado Point Sublime, que tem uma vista bonitinha, mas nada como a visão do lago azul... Quase bati em um carro na saída do estacionamento, porque estava um caos para dar ré com um monte de gente passando, mas foi a coisa mais perigosa que aconteceu praticamente...

Chegamos em Frejus, que era a cidade onde queríamos dormir a primeira noite. Fomos direto a um hotel chamado Formule 1, que é um muito barato que tem pela França toda, mas que quase sempre está lotado (justamente por ser barato...). Quando chegamos lá o cara da recepção falou que estava tudo lotado, e que os outros Formule 1 da região estavam piores ainda. Com aquela cara de derrotados, voltamos para o carro para buscar o guia de albergues, e quando voltamos o cara acabou dizendo que tinha um quarto para 3 pessoas (que era o que a gente tinha pedido). Pegamos o quarto, sem falar para o cara que éramos cinco... Ficamos preocupados até com como a gente colocaria todo mundo dentro do carro, mas acabamos deixando para depois... Resolvemos antes visitar a cidade, e Saint-Raphael, que é ligada em Frejus. Fomos primeiro à praia, que era uma praia de areia comum, mas a água era muito azul... Como já estava meio frio, resolvemos nem nos molhar muito... Ficamos um pouco lá sentados conversando, e depois fomos para o carro fazer a farofada tradicional que consiste em comer nossos pães com queijo e salame, que são o nosso jantar... Realmente, não estamos muito bem. Visitamos também o centro histórico de Frejus, que tem coisas do século I, como por exemplo um anfiteatro, e tem igrejas e casas bem antigas. No centro, ainda por cima, tinha um quarteto de jazz muito legal tocando, e tinha uma grande audiência (da quarta idade... acho que a média de idade da galera lá passava de 100).

Voltamos para o nosso hotel, passando antes por um Carrefour para comprar comida (algumas frutas e suco de laranja), e entramos os cinco, sem ninguém perceber (não havia ninguém na recepção), em um quarto para três. Eu, como sempre sou sortudo, tive que dormir no meu saco de dormir no chão... Mas tudo bem, eu já havia dirigido muito esse dia e provavelmente não iria dirigir o dia seguinte mesmo... Os banheiros desse hotel são no corredor (é muito barato, tinha que ser), e são tipo de banheiros pré-fabricados (parecia que eu estava em um avião). Me queimei várias vezes no chuveiro porque quando alguém puxava a descarga no banheiro do lado a água fria parava e só ficava água quente (que era REALMENTE quente).